Things
from the Flood
- um RPG
impressioante -
Em 2016 fomos surpreendidos com
o lançamento de Tales from the Loop pela Fria Ligan, da Suécia. Neste jogo você
está na pele de adolescentes dos anos oitenta que estão envoltos em mistérios à
cerca do Loop (como era conhecido o maior acelerador de partículas da época, construído
em 1969). É um mundo que mistura os saudosistas anos oitenta e máquinas e seres
misteriosos. A grande inspiração para esse RPG foram as obras impressionantes de
Simon Stålenhag, que pintou a ansiedade de sua juventude em meio às dúvidas e
medos de morar próximo do The Loop.
A chegada dessa obra de RPG foi
arrebatadora. Ela faturou nada menos do que cinco medalhas de ouro no ENnie
Awards 2017 nas categorias Melhor Jogo , Melhor Cenário, Melhor Arte Interior,
Melhor Texto e Produto do Ano, faturado a medalha de ouro como RPG do ano pela
Golden Geek 2017. Todos merecidos.
Agora temos o lançamento da
sequência muito aguardada com a promessa de ser mais sombrio e ousado – Things from the Flood. Ele passou por um
financiamento muito bem sucedido no ano passado e começou a ser entregue entre
fevereiro e março deste ano. Primeiramente podemos dizer que ele orbita entre
uma continuação e uma expansão. Ele pode se encaixar perfeitamente como um
suplemento enriquecendo ainda mais o maravilhoso Tales from the Loop. Ao mesmo
tempo, se você não é afeito à jogos com crianças, ele pode muito bem ser usado
individualmente.
Things from the Flood se passa uma
década após o primeiro livro. Estamos longe do viés colorido e esperançosos do
primeiro livro. O mundo agora está mais aterrorizante e os protagonistas mais
velhos, endurecidos, com vidas mais complexas e sem esperanças.
Na história do primeiro livro os
cientistas havia descoberto como aproveitar os pólos magnéticos da terra para
transporte de enormes naves de magnetrina flutuantes, tornando o transporte
mais barato e eficiente. Mas as coisas deram errado e dez anos após os pólos acabaram
se invertendo e as enormes naves estão ociosos e abandonadas por todos os
cantos.
Não bastasse isso temos ainda o
‘câncer das máquinas’, que surgiu logo após a inundação e desativação do The Loop.
Está é uma condição que afeta as máquinas causando estranhos crescimentos
marrons nelas, deixando-as inativas e sem uso.
Este é um livro, assim como
toda a série, simbólico e repleto de camadas. Um livro extremamente adulto que
se baseia nas aventuras de jovens para criar uma verdadeira parábola sobre a
vida, principalmente naqueles tempos.
A mecânica ainda continua
simples, usando o sistema Year Zero. Os personagens possuem quatro atributos –
Corpo, Tecnologia, Coração e Mente – cada um deles com três perícias. O sistema
de testes baseia-se em juntar d6 equivalentes à atributo e perícia onde apenas
o valor ‘6’ conta como sucesso e o jogador precisa conseguir ao menos um ‘6’ em
seu pool de dados. Um elemento novo adicionado à este livro tem relação á
morte. Não temos uma pontuação de vida, mas sim ‘cicatrizes’ que o vão
maculando conforme ele enfrenta os perigos – chateado, assustado, exausto,
ferido e quebrado. Sempre que o personagem recebe uma cicatriz após a primeira
ele rola um dado e se o valor for inferior ao número de cicatrizes que ele
possui ele está fora do jogo (a forma é escolhida pelo jogador). Os mecanismos
gerais de interação, de fugir de monstros a mentir para policiais são simples,
gerando uma fluidez agradável
O apoio para estruturação das
aventuras é muito bem embasado e repleto de informações e modos relevantes
armando o mestre com ferramentas para lidar com mistérios ou o dia a dia
adolescente. Embora o modelo básico de Things from the Flood seja mais
apropriado para um segmento episódico e sandbox, o mestre pode estruturá-lo
como melhor achar para seu grupo.
Se você gosta de novas experiências
e curte sistemas e temáticas fora da mesmice, Things from the Flood e seu
antecessor, Tales from the Loop, são RPGs que precisam ser testados. Não espere
mais!





baixei uma versão em pdf, mas está todo inglês, infelizmente acho meio tenso pra jogar assim. vc tem alguma versão traduzida?
ResponderExcluirInfelizmente não! :(
ResponderExcluirEu só queria encontrar o PDF em inglês T.T
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