quinta-feira, 2 de junho de 2011

Colaboração d'O Bardo - Grupo Overpower? Pedras na boca deles!

Seu grupo usa os músculos para tudo? É tão poderoso ou habilidoso com as regras que nada mais é um desafio? Isso tem solução? Pode ser que sim.

O texto de hoje originalmente ia falar sobre o apelo visual nas partidas de RPG, mas resolvi jogar esta postagem para frente e escrever outra coisa. Por conta de uma situação que aconteceu comigo recentemente, me peguei pensando sobre dificuldade e facilidade de realização. Fiquei os últimos dois meses lendo o livro A Casa Verde, de Mario Vargas Llosa, um escritor peruano (ganhador do último Nobel de literatura), a leitura, sem favor nenhum, mais difícil que me deparei até hoje, mais difícil até do que Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez. Pois bem, terminei a bendita Casa Verde e comecei a ler outro livro do mesmo autor, Elogio de Madrasta. E daí? E daí que eu li metade do livro em um dia. E, mais uma vez, daí? E daí que depois de um momento de dificuldade extrema, quando passamos a situações normais, estas parecem mais fáceis do que eram a princípio. E isso tudo pode ser aplicado no RPG.

A situação é a seguinte, o grupo está muito poderoso/suas habilidades combinadas não dão chance a qualquer inimigo/os jogadores são muito habilidosos com as regras daquele sistema, isso pode tornar as partidas chatas, pois todos os problemas são facilmente contornados com habilidades bem escolhidas ou com a própria força bruta. O que fazer? Marcelo Cassaro, o “Paladino”, chama isso de método Demóstenes (quem quiser entender o motivo, busque quem era este orador grego que o nome fará sentido), basicamente consiste em tornar as coisas um pouquinho mais difíceis para seus intrépidos jogadores. Isto pode ser feito de duas formas, confrontando inimigos e desafios muito além ou diminuindo os poderes dos personagens.

Cortando a mandioca pela raiz

Nesta situação, os jogadores não terão disponíveis aquelas habilidades que sempre resolvem os problemas. Por exemplo, no 3D&T, Vantagens como Genialidade, Memória Expandida, Riqueza e Perícias completas serão simplesmente vetadas. Em D&D, permita apenas personagens de primeiros níveis joguem, com atributos cruelmente sorteados. Armas mágicas? Jamais. Feitiços? Limitadíssimos.

Caindo no meio dos leões

Outra opção é atirar os PJs em um jogo onde a coisa mais fraca, de longe, são eles. Nestes ambientes, o mais fervoroso advogado de regras verá seu combo, cuidadosamente calculado, ser ignorado por todas as criaturas que ele enfrente.

O que se espera que aconteça

No momento em que os jogadores começam a ver que a força bruta não resolve mais absolutamente nada, procurarão soluções criativas. Em vez de apelar para os músculos, buscarão no role-play e na criatividade suas respostas.

Qual o perigo

Este método, se mal aplicado, pode arruinar um grupo, simples assim. É mais uma daquelas variáveis que podem tornar um grupo forte ou acabar de vez com ele. Tudo depende da habilidade do mestre em aplicar e avaliar o momento para usar o método.

Não esqueçam de acessar As Crônicas do Bardo Acorde!

Bena

2 comentários:

Mighty Blade disse...

Não curtir as dicas do post.

Se um sistema, não importa qual seja, permite que os jogadores tenham acesso a certos poderes e o jogador o faz de forma honesta, porque eu iria ferrá-lo? porque eu iria sacanear um jogador otimizador de personagem se ele faz isso de forma honesta?
Não roubar é a lei número 1, se você faz coisas incrivéis sem roubar, você tem crédito.

Nesses meus 15 anos como rpegista eu já vi de tudo em inúmeros sistemas, mas quando um mestre se torna tendecioso e usando a desculpa de "equilibrio" começa a podar os jogadores, acho isso de uma hipocrisia enorme. As sessões passam a serem cartas marcadas e trilhos impostos de forma ditatorial pelo mestre.

Um bom mestre saber lidar de forma limpa e honesta com os poderes de um grupo sem perseguir os jogadores e ainda deixarem eles se diverirem com os poderes deles.

Imagine as situações em D&D 3E: tudo quanto é lugar tem campo anti-magia para ferrar com conjuradores. Um bando de restrições surgem encima de magias de teleporte, transmutações, milagre/desejo e etc...

Se não é para usar, mude de sistema, mas não ferre os direitos do jogadores de usarem as coisas como lhe são de direito.
Os inimigos do mestre sabem todas as fraquesas do personagens, que coisa mais sem sentido.

O que eu ilustrei sobre situações em 3E acontecer uma vez e outra está dentro do normal, agora se isso vira padrão, você está sacaneando o jogador, e você mestre acha que eles estarão se divertindo ou só você mestre o estará?

Esse papinho fraco de resolver com role play e não com força bruta é típico de mestre incompetente, tendecioso, tendecioso.
Nas mesas que eu vejo, o pessoal resolve os conflitos com seus poderes bem customizados e com role play, uma coisa não exclue a outra.

Benaduce disse...

Bom, se tu chamas alguém de incompetente/tendencioso/hipócrita por usar esta abordagem, te peço que leia o texto mais uma vez, pois não entendeste o cerne da questão. Isto não é, de forma alguma uma abordagem geral, mas sim um "tratamento de choque" para que, quando as coisas voltarem ao normal, os jogadores busquem na criatividade, e não apenas nas regras, as soluções para seus problemas. Se tu e o teu grupo conseguem se divertir com um jogo atolado em regras e números, ótimo, a função primordial do RPG é divertir, mas eu nunca me dei bem com jogos assim.

Mas durante o teu comentário tu foi além do que eu disse. Em momento nenhum defendi coisas como inimigos que sabem todas as fraquezas dos personagens, coisa que seria absurda, diga-se de passagem, caso o inimigo não tivesse feito parte do grupo (mas seria perfeitamente admissível para um traidor).

Quanto a lei número 1, para mim sempre foi a diversão, na minha concepção, alguma trapaça, sem exageros, por parte do mestre é sim desejável para que o jogo não degringole. Mais isso é só questão de opinião, tu tem a tua, eu a minha. Só te peço que não saia adjetivando as pessoas por terem opiniões diferentes, procura antes saber o que elas querem dizer.