Quadrinhos na Confraria
Terra de Ninguém encadernada
no Brasil pela Eaglemoss
Todos
que acompanham a Confraria sabem que além de RPG eu sou colecionador e amante de
quadrinhos de super-heróis. São quase quatro décadas dedicadas à HQs de heróis,
embora esteja longe de ser um expert. Dentre tantas e tantas sagas uma de
minhas preferidas é “Terra de Ninguém”, dentro do universo Batman. Eis minha
surpresa quando me chega a notícia de que a saga sairá em uma linha dos
sensacionais encadernados da editora Eaglemoss, junto da saga “Terremoto”.
Serão
6 volumes gigantescos e encadernados em capa dura com lombada formando um belo
desenho de Gotham em chamas. Cada volume terá mais de 300 páginas. O primeiro
terá 464 páginas trazendo todo o arco Terremoto enquanto o arco Terra de
Ninguém ficará distribuído entre os outros cinco volumes. São mais de 2500
páginas no total! Não haverá (pelo menos por enquanto) distribuição nas bancas,
ficando a venda restrita ao site da editora. O valor apresentado no site é de
cinco parcelas de R$ 97,00 e com frete grátis (preço promocional do primeiro
volume em R$ 89,00)
Para
quem não conhece um pequeno resumo. A icônica cidade de Gotham City, lar de
Batman e tantos outros personagens, sofreu muito mais do que apenas com
violência em um determinado período no final da década de noventa. Na minha
opinião seriam dois grandes acontecimentos que culminam com Terra de Ninguém.
Primeiramente houve o arco Contágio,
lançado no Brasil pela editora Abril nas edições mensais de Batman e Batman: Vigilantes
de Gotham, em suas edições #17 e #18, em março e abril de 1998. Uma variação do
vírus Ebola chega à Gotham através de uma pessoas doente levando Batman e seus
aliados à procurarem uma cura com a máxima urgência. Durante este arco a
população da cidade, e de todo o país, se apavora e colhe as conseqüências.
Pouco
mais de um ano depois chega ao Brasil o arco Terremoto. A cidade de Gotham, ainda tentando se recuperar da
epidemia que a assolou, é abalada por um tremor de 7,6 graus na escala Richter.
Uma parte considerável de Gotham vira ruínas. Batman quase não sobrevive ao
evento. Logo abaixo da mansão Wayne, quase que totalmente destruida, surge uma
fenda que o lança em um rio subterrâneo. Ao sair de lá ele vê a cidade assolada
pela morte e destruição. O herói e seus aliados tentam resgatar sobreviventes
soterrados e impedir os vilões de causarem mais problemas. Com pontes caídas,
sem energia, se água potável e sem ajuda o caos se instala. A extrema
precariedade em que a cidade se encontrou fez com que o governo americano a considerasse
uma terra de ninguém. No Brasil este arco foi lançado pela editora abril, entre
junho e agosto de 1999 nas edições Batman #32 e #34 e Batman: Vigilantes de
Gotham, entre as edições #33 e #35.
Esses
dois elementos são os pilares para o arco Terra
de Ninguém. O governo americano considera a área da cidade – uma ilha tal
qual Manhattan – área proibida e isolada. É designada uma data limite até a
qual todos deveriam deixar a cidade e que, após ela, ninguém teria permissão de
entrar ou sair de lá. Quem ficasse estaria por conta própria. Muitos deixaram a
cidade, mas muitos resolveram ficar. Uma parcela da população ficou por sua
conta e risco, assim como os heróis que ali já residiam, como Batman, Caçadora,
Oráculo e outros. Além deles, boa parte dos agentes do Departamento de Polícia
de Gotham City, liderados pelo comissário Gordon também ficaram para manter a
segurança da população civil deixada para trás. Mas também todo o tipo de ser desprezível
ficou para trás, como os vilões da Penitenciária ou os internos do Asilo
Arkhan, todos livres pela cidade. Gotham se tornou uma cidade dividida em zonas
controladas por facções de bandidos, ou por vilões ou mesmo pelos Blues Boys (os
policiais do comissário Gordon), todos lutando entre si por territórios e
recursos. Em meio à tudo isso Batman e seus amigos tentam manter a ordem e
segurança de todos enquanto um plot secundário acontece mostrando o que havia
por trás das decisões políticas que culminaram como isolamento de Gotham City.
As dezenas de edições americanas foram lançadas no Brasil (quase em sua
totalidade) pela editora Abril entre maio de 2000 e abril de 2001.
Para
mim este arco sempre foi significativo sendo alvo de três postagens diferentes.
Em agosto de 2011 postei o artigo “Terra de Ninguém como cenário”. Em novembro
de 2011 postei uma adaptação completa do cenário e personagens para 3d&T na
primeira edição de “3d&T na Confraria Especial”. Em 2015 eu lancei um
artigo com a "Ordem de Leitura: Terra de Ninguém" de todos os quadrinhos do arco no Brasil.