sábado, 3 de janeiro de 2015

Quadrinhos na Confraria: Acompanhando a Capitã Marvel


Quadrinhos na Confraria
Acompanhando a Capitã Marvel

Desde que foi anunciado o filme da Capitão Marvel que muita gente tem corrido atrás de informações sobre a personagem. Além dela não ser uma das principais personagens dos quadrinhos, muitos dos fãs do cinema não conhecem nada do universo das HQs. Pois recentemente a Panini, editora que lança os quadrinhos da Marvel no Brasil, tem se dedicado à personagem e tem trazido um bom e atual material dela. Os quadrinhos da Capitã Marvel têm sido lançados em encadernados regulares à cada 4 meses.

Quem desejar ir acompanhando a personagem e conhecê-la à fundo até a estréia no cinema, essas são ótimas opções. Cheias de referências ao seu passado e como é sua relação com os Vingadores.

Vou apresentar aqui as edições recentes e à quais edições americanas cada uma delas se refere.

Capitã Marvel #01 – Abril/2014


 
 


Capitã Marvel #02 – Julho/2014


 
 


Capitã Marvel #03 – Outubro/2014 



 
 

Se vocês perderam essas edições, procurem nas comic shops como na Comix!

Material de Apoio - Castelos II: Arquitetura dos castelos de pedra


A palavra castelo tem origem latina (castellum) que teria como significado direto como “lugar comum”. Daí o termo foi sendo absorvido por vários troncos lingüísticos e se modificando. No inglês antigo ele assumiu a forma castle (embora o inglês comum e moderno seja associado ao termo keep), enquanto em francês tornou-se chastel ou château e em italiano Castello.

Em última análise, como já vimos na postagem anterior, o castelo (como o entendemos) surgiu como uma fortificação para campo de batalha utilizado no avanço em campo inimigo, o motte and bailey, por ser rápido de construir e mais fácil ainda de mudá-lo de posição.

Os castelos, como estamos acostumados em nosso imaginário, surgiram com um propósito totalmente diferente. Eles eram agora a residência, fortificada, de um senhor ou nobre. O termo ‘fortificado’ é crucial e deve ser levado em conta, pois nobres normalmente possuíam uma residência consideravelmente enorme para ostentar sua posição. Mas essas residências, não fortificadas, recebem o nome de palácio e até podem ter uma amurada para proteção, mas a proteção em si não era sua prerrogativa principal.

Da mesma forma que os motte and bailey surgiram (em forma e função) primeiramente na França, os castelos como os conhecemos também. Com a queda do império Carolíngio boa parte do território da atual França ficou fragmentado entre um grande número de senhores e nobres. Como a intenção desses senhores era principalmente a defesa de sua residência, o antigo motte and bailey foi se tornando uma estrutura permanente e muito mais resistente. O castelo tem associado à si, agora, tanto o caráter militar de defesa, quanto o caráter simbólico de poder. Este caráter simbólico de poder é fácil de ser entendido pois para a construção de um castelo destas dimensões e estrutura demandava-se muitos fundos e mão de obra em larga escala. Usando como base a atual Inglaterra, após a chegada de Guilherme da Normandia, podemos dizer que o primeiro castelo neste molde foi o castelo de Durham


Arquitetura de um castelo
Enquanto os motte and bailey tinham uma estrutura de madeira fácil de ser entendida e visualizada, os castelos que vieram depois dele foram aprimorados. Sua concepção principal baseava-se em dois elementos – localização e defesa concêntrica, regra que foi assumida após o século XIV de forma quase que universal na Europa, mas principalmente na Normandia e Inglaterra. Uma idéia errada que temos que corrigir primeiramente é com relação às dimensões dessas estruturas. Estamos acostumados a ver no cinema e em seriados, castelos gigantescos com toda uma cidade dentro de seus muros. Isso é literalmente fantasia. Quase sempre os castelos mediam cerca de 50 metros de cada lado, como no castelo Beaumaris. Lógico que poderiam haver exceções, mas a grande maioria era de reduzidas dimensões. As comunidades viviam em vilas ou mesmo cidades do lado de fora dos muros.

Os castelos começavam primeiramente por sua localização. Enquanto seus antecessores delimitavam sua posição por uma questão estratégica ofensiva, os castelos primavam por elementos de defesa e área. Eles precisavam de uma posição que tivesse vantagem defensiva, ao mesmo tempo que tivesse uma área que comportasse sua grande estrutura. Mas normalmente o primeiro elemento acabava por obrigar a adequação do tamanho e forma do castelo. Um exemplo disso é o castelo de Bamburgh, na costa de Northumberland, na Inglaterra. Outro ótimo exemplo é o castelo de Conwy, no norte do País de Gales, que teve toda sua estrutura adaptada à uma elevação rochosa que seria muito vantajosa em sua defesa.

Castelo Bamburgh

Castelo Banburgh

Castelo Conwy

Quando não há esse limitante do terreno o castelo pode ser muito mais amplo, como no caso do castelo de Beaumaris, na ilha de Anglesey, no País de Gales, construído sobre um pântano. Ele pode ser muito mais simétrico, proporcional e estendido devido à ampla área plana.

Castelo Beaumaris

A defesa concêntrica foi muito adotada depois da experiência e conhecimento adquirido nas Cruzadas (Castelo Belvoir, em 1168, na atual Israel), mas muito mais intensamente após o século XIII. Não chegava a ser uma inovação já que a lógica já era utilizada desde o século V, em Constantinopla. A defesa concêntrica se baseia em muros distintos e circundantes, normalmente três, que restringem o acesso a partir do centro, onde ficavam as estruturas principais, sempre paralelos aos anteriores. Assim para podermos atingir o centro do castelo, normalmente onde estão a casa do nobre, quartéis e outros prédios administrativos ou de recursos, tínhamos que atravessar esses três muros. Eles poderiam ser muito próximos e sem nenhuma outra estrutura construída entre eles à não ser militares, ou poderiam possuir construções e moradias. O tamanho acabava por determinar essas possibilidades. Este exemplo pode ser facilmente visto nos castelos de Dover (1200), Caerphilly (1270) e Beaumaris (1282). O castelo de Caerphilly é considerado como o divisor de águas, quando a engenharia dos castelos começou a ser pensada à partir da defesa concêntrica.

Planta do Castelo Beaumaris

Castelo Dover

Castelo Caerphilly

A lógica da defesa concêntrica tinha um elemento à mais que culminou com a maior utilização e evolução da arquearia. A arquearia ficava sobre os muros para um maior alcance de seus disparos. Quando acontecia de um desses espaços entre os muros concêntricos fosse alcançado por tropas inimigas, os arqueiros do primeiro muro poderia atirar para dentro juntamente com os arqueiros do segundo muro concêntrico. Isso era uma enorme vantagem. Qualquer um que atacasse um castelo com defesa concêntrica correria um enorme risco: ter que atravessar três linhas de muro, enfrentar os arqueiros e ter o tempo contra si, já que a demora possibilitaria a chegada de ajuda. Mas ao mesmo também haviam desvantagens com este estilo de designe.

A primeira desvantagem era o custo. Se construir um castelo era muito caro, construir o equivalente à três castelos era uma exorbitância. Dados históricos dizem que a construção do castelo de Caernafon, no País de Gales, custou £ 22 mil libras (nada menos do que 35 milhões de libras em valores de hoje), o tesouro arrecadado em todo um ano de tributação.

Outro elemento desvantajoso era o tempo. A construção de um castelo concêntrico levava anos e a velocidade de construção é proporcional à quantidade de mão de obra disponível, mas durante a Idade Média sabemos que a população não era em tão grande quantidade, muito menos concentrada. Além disso, qualquer pessoa construindo um castelo era uma pessoa à menos produzindo alimento que teria de ser estocado para o inverno.

Tudo nos castelos era pensado para a defesa. Dois elementos que completava essa estrutura concêntrica eram as torres, o portão e o fosso. As torres em formato circular (exceção com o castelo de Caernafon) eram, além de um reforço estrutural, uma forma de ampliar o alcance dos ataques da arquearia. Essas torres normalmente eram em número de quatro e ficavam nos vértices dos muros externos, mas isso não era uma regra. Elas poderiam ser em maior número e também se encontrarem nos muros internos.



O portão (ou Grande Portão) era normalmente uma estrutura retangular separada e independente do muro, com torres próprias e localizado no centro de um dos muros externos. Em regra haviam dois desses portões em posições opostas por uma questão de estratégia e logística. Isso só não acontecia quando havia uma limitação do terreno.

O fosso poderia ser um simples buraco vazio muito profundo, ou poderia estar cheio de água ou ainda com estacas. A função era sempre a mesma – dificultar a aproximação de tropas inimigas no muro.


Termos

Adarve (chemin de ronde): é o caminho de circulação por sobre o muro. Normalmente ele é protegido pela ameia e pelo merlão.


Ameia (Crenel): é a estrutura no topo do muro para possibilitar que um soldado possa ver à longa distância de forma protegida. Nada mais é do que uma mureta. Normalmente está associado à um Merlão.


Barbacã (Barbican): é um pequeno muro, menor em altura, que visa proteger o acesso ao fosso e dificultar ainda mais a proximidade.


Baluarte (Bastion): é uma proeminência de uma extremidade do muro aumentando a área de ataque e defesa para fora da zona do castelo. Pode ser próximo ou afastado do muro, tanto em forma circular como pentagonal. Seu uso em castelo é bem antigo, já tendo sido visto em castelos de 1066, na Normadia.



Cadafalso (Hoarding): é uma estrutura provisória feita de madeira e construída sobre o muro ou torre, propiciando proteção contra as condições do clima e maior proteção. Normalmente são construídas em momentos de conflito.




Embrasure: é uma abertura no centro de um merlão para possibilitar o disparo de flechas e setas.


Guarita (Bartizan): é uma pequena torre colocada de forma saliente na parte externa do muro, com seteiras, para utilização de vigias.



Mata-cães (Machicolation): é uma abertura no piso do topo de um muro ou torre, saliente para além da base, que permite aos defensores atacarem lançando objetos ou flechas de forma perpendicular ao solo.




Merlão (Merlon): é o denteamento junto a ameia, para conferir mais proteção à quem estiver sobre o muro.



Poterna (Postern): pequena porta camuflada no muro que permite entrada e saída do castelo sem chamar a atenção das tropas agressoras.


Rastrilho (Portcullis): é uma grade pesada de ferro que fica normalmente entre a ponte levadiça e o portão principal de um castelo. Ele fica depositado dentro do muro e pode ser rapidamente usado para defesa, já que se valia de contra-pesos.


Seteira (arrowslit): é um rebaixamento ou abertura no muro que possibilita o disparo de flechas ou setas.