Review: Contra o Trono
Aeônico: Fuga da Lua-prisão!
Como
todos devem saber estamos com o financiamento coletivo de Starfinder Arquivo
Alienígena em andamento - já financiado e restando cerca de um mês de andamento (LINK) - e uma de suas metas extra são as três partes da trilha de aventuras Contra o
Trono Aeônico. Para apresentar essa maravilhosa trilha de aventura já postei o
review do primeiro volume e hoje trago o review da segunda parte.
Contra
o Trono Aeônico é uma trilha de aventura (adventure path) para Starfinder que,
diferentes de outros APs que são divididos em seis partes, é dividida em três
partes. Elas são O Alcance do Império (#5 no geral de trilhas de aventuras de Starfinder), por Ron Lundeen; Fuga
da Lua-Prisão (#6 no geral), escrito por Eleanor Ferron; e A Aposta do Motor
Rúnico (#7 no geral), escrito por Larry Wilhelm.
Fuga da Lua-Prisão é uma aventura pretendida para personagens em 3º nível.
A Aventura
Como
esta é uma segunda parte de uma aventura em andamento não pretendo estragar a
diversão de ninguém com spoilers. Vou me ater ao que temos na contracapa desse
volume, onde temos o mínimo de informação possível e trabalharei sobre ele para
que os mestres e jogadores que pretendam jogá-la tenham o máximo de diversão e
surpresa. Na contracapa temos:
Delegados
pela força policial interestelar conhecida como Stewards, após libertar uma
colônia da ocupação Azlanti, os heróis viajam para o Império Estelar Azlanti
para resgatar seu amigo que está sendo mantido em cativeiro em uma lua-prisão
bem guardada. Depois de visitar uma estação espacial fora da lei nas
proximidades, os heróis enfrentam uma ousada fuga sob o nariz do diretor da
colônia penal. Mas o motos experimental de das naves espaciais ainda está por
aí, e os heróis devem localizá-lo para impedir que os Azlanti o tornem
operacional!
Este
pequeno resumo contido na contracapa é toda a informação de que precisamos para
nos embrenhar nesse segundo volume dessa trilha de aventuras. A aventura é uma
missão de resgate que se torna algo mais contra um inimigo poderoso – o império
Azlanti. Não se enganem por ser uma aventura para personagens de 3º nível, pois
esses antagonistas são mortais. E isso pode ser notado e comprovado com o
interesse da aventura em levar nossos personagens do nível 3 ao 5... ou seja,
muita emoção e combate!
Essa
segunda parte da aventura tem três ambiente muito bem determinados, com suas
características próprias e riqueza de informação. O ponto alto aqui é a
necessidade de que personagens terão de não contarem apenas com sua habilidade
de combate. Muitos momentos necessitarão de ações de interação sem às quais
teremos combates piores ou desvios mortais. A peculiaridade de que a grande
maioria dos NPCs encontrados pelos personagens possuem nome demonstra a
relevância deles no conjunto da aventura, tirando a impressão de que tudo é
correr, lutar e alcançar o objetivo. Isso também permite que você os introduza
em suas aventuras e campanhas próprias aumentando ainda mais a abrangência do
cenário.
Intencionalmente
a Fuga da Lua-prisão começa mais lenta e cadenciada e vai acelerando, o que é
uma ótima sensação, mas não necessariamente, como eu já disse, usando a bengala
do combate. O que temos é uma reduzida de velocidade da forma como a primeira
parte encerrou e como essa segunda transcorrerá. O aumento gradual da ação se
dá muito mais por possibilidades de conhecimento, interação com o cenário e descoberta/aprendizado
da forma de agir (e até mesmo se comunicar) em um ambiente ‘novo’ e totalmente
desconhecido por parte dos personagens. E isso é sensacional.
Embora
a aventura seja linear em seus aspectos gerais ela não óbvia, podendo ter
várias formas de passarmos por cada etapa, levando à resultados diferentes. Lembram
que eu disse que essa segunda parte da trila de aventura acontecia de forma
cadenciada e crescente? Pois o final da aventura é a cereja do bolo. Longa,
mortal e realmente desafiadora, o encerramento de Fuga da Lua-prisão deverá
marcar o grupo de jogadores... se eles sobreviverem. Será aquele final de
aventura para deixar marcas nos jogadores.
A
Fuga da Lua-prisão será marcante para jogadores por tudo o que já falei – ritmo
crescente, possibilidade de interação significativa, alternativas de forma de
jogo e final impressionante e desafiador. Mas para os mestres ela também será
marcante e desafiadora. As formas que fogem do usual lutar, pilhar e correr,
levarão nossos mestres à descobrirem que terão que ser “mais”. Quanto mais
interação em uma aventura, mais versatilidade será necessária do mestre para
que tenha capacidade de diálogos mais longos, uso de regras de interação nem
sempre sustentadas em perícias e capacidade de improvisar sem quebrar o ritmo
do jogo. Isso fará com que esse final de Fuga da Lua-prisão seja igualmente
marcante também para os mestres.
Os Artigos
Como
de costume essa trilha de aventuras vem com artigos de apoio maravilhosos. Mais
do que isso, ela vem com uma enorme quantidade de informação nova para suas
aventuras.
Começamos pela
aritog Empire of the Aeon Throne, escrito Robert McCreary, Josan Keeley e Lyz
Lidell. Em
suas oito páginas temos uma ótima descrição do Império Estelar Azlanti e todos
os doze sistemas solares que eles controlam - sim, doze! Temos também sua história,
informações sobre cultura e sociedade. O final desse artigo chega com aquilo
que adoramos – novos equipamentos. Temos 5 novas pedras aeônicas, como a incrível
Iridescent trillian [não tenho a tradução
final ainda] que lhe concede um bônus de +6 em teste de salvamento em reflexo
para ataques à distância com o uso de um 1 ponto de determinação; 4 novos implantes
magitech, como o Nimble Soles com
seus bônus em acrobacia de +2 ou +4; e 2 novos tipos de armas – trilasers e
plasma flares.
O
segunda artigo é Citizens of the Star Empire, escrito por Saif Ansari, e aqui a
coisa começa a ficar grandiosa. Temos a descrição de 19 novas raças que
constituem o império Azlanti, sendo que temos a descrição dos traços raciais de
6 dessas novas raças, permitindo que você crie personagens e NPCs com elas. Seu
universo de Starfinder está ganhando muito com isso.
O
Alien Archive desta edição, escrito por Eleanor Ferron, Joe Pasini, David Ross
e Owen K. C. Stephens, têm suas usuais sete novas criaturas (de ND 1 a 9). Aos
poucos vamos criando um incrível acúmulo de seres para infernizar nossos jogadores.
O artigo final é o também usual Codex of the Worlds, criado por Eleanor Ferron,
onde o tema não poderia ser outro – o Outpost Zed. A espaçonave da vez é a
Vanguard Parapet (ranque 3), com suas acomodações para dezesseis tripulantes e
que pode ser usada em qualquer aventura ou campanha.
Final
Nunca escondi o quanto gosto
das trilhas de aventuras de Starfinder, assim com as de Pathfinder. Mas em
Starfinder elas são ainda mais significativas, pois têm a enorme função de rechear
todo um universo com raças, culturas, ambientes, lugares, tecnologias e tudo
mais o que imaginarmos. Isso funciona de forma magistral neste segundo volume. Além
disso, temos uma maravilhosa (e perigosa) aventura para jogar. Uma aventura que
começa cadenciada, fazendo mestre e jogadores se adaptarem aos poucos ao seu ritmo,
crescendo e crescendo até um clímax de tirar o fôlego.