Pathfinder Segunda
Edição
Contos dos Presságios
Perdidos: Destino de Sangue
Eu sabia que isso viria até mim. Meu destino maldito não seria negado: meu sangue, meu nascimento e minha
fé. Eu sabia que seria escolhida; minha mãe me prometeu.
“O décimo terceiro ano alcançará você,
filha. Você não pode impedi-lo, mas você pode se preparar.”
Vinte e quatro cascos negros,
quatro rodas de ferro e catorze olhos brilhantes vermelhos, uma carruagem e
seis pessoas, o prenúncio do meu destino, minha promessa, minha condenação,
deslizaram pela rua de paralelepípedos em minha direção sem um sussurro. Os
bons cidadãos de Cesca se espalharam, entrando pelas portas, batendo as
janelas, correndo em becos como ratos aterrorizados. Eu me levantei e esperei
meu destino.
A carruagem de ébano parou
diante de mim, os olhos de carvão queimando do condutor me atravessando como
agulhas fixando uma mariposa para uma exibição. A armadura farfalhava como folhas
mortas pelo inverno, marteladas de ferro frio, enquanto uma mão soltou as
rédeas para investigar o manto. Um rolo de pergaminho de ébano, amarrado com
uma fita vermelho-sangue, estendeu-se, segurando-me naquele imortal abraço.
“Seu convite, filha de Arudora.”
A voz me gelou como o toque de um bisturi frio.
“Claro.” Peguei o convite na
mão, puxei a fita e desenrolei o pergaminho negro que selou meu destino. Eu li “Marilisa
Balcus Arudora”, meu nome, as únicas palavras na página.
O condutor fez um gesto e a porta
da carruagem se abriu silenciosamente. “Bem vinda.”
A carruagem da meia noite me
engoliu.