quinta-feira, 25 de junho de 2009

Material de Apoio - Lâminas 6: A Compreensão da Destreza


A Compreensão da Destreza

Umas das primeiras coisas que me chamou a atenção quando comecei a jogar rpg era o porque da necessidade de ligar um ataque, ou o nível de um ataque, à destreza. Com o passar do tempo, e dos jogos, isso vai ficando claro, ou compreensível.

Muitos podem pensar que isso é uma preocupação exclusiva de rpgístas. Ledo engano. Muito tempo atrás já se pensava isso. Pouco conhecido nos dias de hoje, por muito tempo, durante a Idade Média principalmente e indo até o fim da Idade Moderna, manuais para a utilização da espada, e de todo o seu potencial, eram escritos e passados de mestres para alunos. Os mestres espanhóis, germânicos e italianos, principalmente, produziram uma série de impressionantes estudos sobre a utilização de espadas de diferentes tipos em combate e defesa.

Este material riquíssimo possui desde desenhos para posicionamento do corpo e explicações detalhadas da movimentação da espada até mapas para movimentação dos pés do esgrimista durante o combate (mas isso é assunto para uma outra postagem). Num destes manuais, com o título de “Compreensão da Destreza”, datado de 1681, Álvaro Guerra de la Vega discutia e explicava para seu pupilo a necessidade e importância da destreza para um bom manuseio da espada num texto de cerca de quarenta páginas.




Ele começava seu manual dizendo: “Se tudo é estudado por causa da necessidade, utilidade ou prazer que proporciona, a destreza em armas integra estas três razões: ela é necessária para o homem defender-se da tirania (...) assim destreza em armas era uma necessidade; montes de homens têm praticado e escrito regras sobre essa arte, isso provem essa utilidade; e um prazer é o discurso e a exibição de mestres nessas armas especialmente estes que mostram a destreza espanhola com sua espada.”

Mais adiante ele explica da necessidade e dificuldade de aprende-la: “É difícil para pessoas normais fazerem utilização desta destreza já que é necessário serem bem treinados e despenderem um longo tempo de prática para garantir aprendizado (...) Ela deve ser uma ciência novamente.”

Os mestres deveriam estar sempre dentro de duas categorias de ensino – a teórica e a prática. A teórica viria da visão da esgrima (ou qualquer outra luta com espadas) como uma ciência, onde o conhecimento e o reconhecimento da destreza seria crucial para o entendimento de seu manuseio na segunda categoria. A prática, segunda categoria, era a ação advinda do conhecimento científico da destreza e de todas as suas possibilidades. Só assim um mestre seria um verdadeiro Mestre e poderia passar o conhecimento adiante. Ele dizia: “Ela [a junção de conhecimento e prática] é necessária para distinguir entre bravados [originou posteriormente o termo bravata] e Mestres: bravados mostram seu conhecimento como uma mera exibição, e seu reconhecimento vem pelos aplausos das massas; no outro lado, Mestres ensinam esgrima e manobras, sendo os melhores, não apenas parecendo.”

Indo mais longe, discute sobre a possibilidade ou não de enquadrar a destreza como uma ciência. Num outro excerto do próprio Álvaro Guerra de la Vega ele diz que a destreza é sim uma ciência pois possibilitaria o trabalho com ângulos e círculos, movimentos retos e curvos. O conhecimento desses itens possibilitaria uma melhor visualização das fraquezas e potencialidades de um adversário, possíveis ângulos de ataque do adversário e brechas na defesa. Ele fazia uma analogia: “é uma ciência similar à estratégia militar: para conquistar uma fortificação nós devemos não atacar em uma linha direta e frontal em seu ponto mais forte, mas podemos dissimular, despistar para abrir sua defesa e confundir o inimigo”.

Ao final de seu manual ele apresenta as regras gerais para o manuseio da espada que nunca devem ser infringidas. Essas são algumas:

Cada postura que você domina deve ser um bom ‘atalho’ contra seu oponente.

Cada estocada realizada sem um ‘atalho’ é um falso ataque.

Cada postura deve ser um ‘atalho’.

O ângulo certo é aquele bom para evitar ataques.

O ângulo obtuso só é usado para parar a espada do inimigo.

Três planos de referência devem ser considerados.
Primeiro plano: da cabeça para o ombro.
Segundo plano: do ombro para a cintura.
Terceiro plano: da cintura para o pé.

O primeiro plano deve ser defendido com a guarda.

O segundo defendido com a força da espada.

O terceiro com a fraqueza, incluindo a espada do inimigo.

Guarda alta, ponto baixo.

Guarda baixa, ponto alto.

Quando atacando, seja muito cuidadoso, nunca mostre seu corpo para a espada de seu inimigo.

Nunca ataque se não tiver certeza do movimento perfeito.

Nunca fique sobre ambos os pés ao mesmo tempo. Um deles deve estar ‘pronto’, tocando levemente o solo.

Sua espada deverá estar sempre em movimento.

Treinar com os diferentes tipos de pessoas é o mais importante.



Mais adiante em seu texto ele analisa as posturas italiana e espanhola de forma à exemplificar como elas se enfrentam ou complementam.

Postura italiana
[adaptado do texto original]

É uma postura muito boa (com espada e punhal) para evitar 'atalhos'; se for feito corretamente, fornece um bom posicionamento para fintas.

O esgrimista que dominar esta postura poderá evitar cada finta de seu oponente, porque o único ponto fraco é o ombro esquerdo (ele é defendido pela adaga) e será muito arriscado para o inimigo passar nossa espada e punhal. A partir desta postura podemos perfurar com movimentos para a frente ou para trás (ao longo da linha do diâmetro).

A postura: A linha do diâmetro é de três pés de comprimento (da esquerda para o pé direito).

O pé direito está pronto para avançar ao empurrar (grande passo, a coxa direita paralela ao chão) ou a entrada pode ser feita sem dobrar o joelho (essa posição é chamada de ‘nervado’), para que possamos nos mover rapidamente longe dele depois de lançar o ataque.

A espada deve estar com o cabo ao lado da nossa coxa direita; o ponto em direção à cintura do nosso inimigo, em linha reta com os nossos calcanhares.

Da cintura aos pés, mostraremos o perfil e a parte superior do corpo ficará de frente para a frente do oponente.

Quanto menor a postura, melhor é.

A mão esquerda segura o punhal: o braço esquerdo em um ângulo reto com o lado e o peito, e o punhal em ângulo obtuso cobrindo o lado.

Assumindo isso, o inimigo não encontrará abertura nem entrará, porque ele não poderá nos alcançar com golpes e sua adaga será facilmente defendida com nossa espada. Se ele fizer fintas ou movimentos complicados, deixe-o fazer porque ele está fora de distância e se ele está fazendo isso significa que ele já foi esfaqueado.

A ideia é desfazer a espada de nosso oponente com nosso punhal e então ele não será capaz de assumir a postura correta novamente (ele estará fora de equilíbrio).


A especialidade espanhola
[adaptado do texto roiginal]

Vimos como é difícil lutar contra a postura italiana; o esgrimista que sabe passar a guarda saberá lutar de verdade porque é o mais utilizado nos desafios de rua.

Embora todos os esgrimistas saibam atacar com a postura italiana, poucos sabem como se defender e é isso que eu vou explicar (é uma tarefa difícil):

O ponto da nossa espada o mais baixo possível no ângulo agudo; Empunhe e arme em linha reta e de tal maneira que o cabo esteja na altura do olho direito, cobrindo o lado externo e oferecendo o interior.

O punhal, com o punho sobre o punho da espada, num ângulo reto e agindo como um broquel, mas sendo muito cuidadoso porque não deve tocar sua espada.

Da postura italiana a espada está a pelo menos três metros e meio de distância do corpo do oponente, então eu verifico que da postura espanhola com a espada movendo apenas quatro dedos e a mesma proporção do braço, seremos capazes de desviar seu ‘atalho’; e se ele não retrair o seu braço, podemos esfaqueá-lo dessa posição.

Vemos que o mestre espanhol tem uma boa defesa com movimentos de quatro dedos de comprimento, e o italiano precisa de três pés e meio para atingir o objetivo; é por isso que o espanhol hábil tem vantagem sobre o italiano hábil.

É isso que nos ensina a postura universal, além da médio proporcional .



A destreza, a chave para nossa diversão nos combates de RPG, não foi, por acaso, escolhida. Muito menos é uma descoberta recente. Muito antes de pensarmos em jogos, ela já estava sendo estudada, treinada e praticada.

Arquivo de Fichas - Mutantes e Malfeitores

CRISTAL – Alison Blair


Nível de Poder: 9

FOR 12 (+1) DES 16 (+3) CON 12 (+1) INT 14 (+2) SAB 12 (+1) CAR 18 (+4)

Resistência +6, Fortitude +3, Reflexo +7, Vontade +3.

Ataque +8, +10 [Feixe de luz]; Dano +1, +8 [Feixe de luz]; Defesa +10; Esquiva +5, Iniciativa +3.

PERÍCIAS: Acrobacia +7, Arte da fuga +4, Conhecimento [Entretenimento] +5, Ofício [Artes plásticas] +6, Performance [Canto] +10.

FEITOS: Alvo esquivo, Atraente, Interpor-se, Mira aprimorada.

PODERES: Repertório 7 [Extra: Amplo +1]: {Base: Absorção [Som] 7 [Dinâmico; Feito: Conversão de som me luz, Armazenamento de energia]; PA: Controle da luz 7 [Dinâmico; PA: Pasmar 7]; PA: Imunidade 5 [dano por luz – Dinâmico]; PA: Raio [Feixe de luz] 8 [Dinâmico; Feito: Acurado, Preciso, Tiro Preciso]}.

Pontos: 93
24 (habilidades) + 13 (salvamentos) + 20 (defesa) + 5 (perícias) + 4 (feitos) + 27 (poderes)

Cenários para Miniaturas

Casa de Pedra e Torre de Madeira

Mais uma miniatura básica para suas vilas, nobres combatentes.

Este modelo parece simples, mas possui alguns detalhes interessantes. Se pretarem atenção as laterais da casa de pedra possuem um detalhe que é o charme desta miniatura. Mesmo assim não é muito difícil de ser montada, requerendo apenas um pouco de calma. Além disso ele pode ser usado como casa ou como uma igreja rústica.

Não percam tempo, baixem AQUI!