As
Peles (Furs)
Desde o início da história do homem um dos principais
materiais utilizados para a proteção contra o frio e a intempérie foram as
peles. Na Europa, com suas baixas temperaturas em parte do ano, isso foi uma
constante. Não por menos que esse elemento acabou ganhando seu espaço na
representação de armas de muitos cavaleiros e reinos. Originalmente as peles
eram apenas duas – arminho (ermine) e veiro (vair) – mas foram acrescidas, ao
longo do tempo, muitas outras.
Existem duas interpretações para o uso das peles,
principalmente do arminho. A primeira seria uma lenda européia segundo a qual os
arminhos seriam animais extremamente limpos e, se fossem encurralados, onde a
única forma de escapar fosse por um caminho que sujasse a sua pelagem, eles
prefeririam ser mortos. Isso era interpretado como alguém que preferia a morte
a ter seu nome e posição manchados. A outra explicação viria de uma
interpretação um pouco mais realista. Segundo ela as peles desses roedores eram
muito mais caras e representativas de riqueza e status (diferente de peles de
animais maiores). Essa segunda versão também era corroborada pelo fato de a
maioria dos mantos e vestimentas reais serem forradas por essas peles, além de
que os próprios escudos de batalha das pessoas mais abastadas serem forrados
com peles. De qualquer forma as peles acharam seu lugar dentro da construção
dos brasões.