sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Os aplicativos de realidade aumentada e o RPG


Os aplicativos de realidade
aumentada e o RPG

Pokemon Go é um fenômeno. Você pode gostar ou odiar o jogo e a franquia, mas é inegável que ele é um fenômeno de mídia e um divisor de águas em vários sentidos. Com ele tivemos uma amostra divertida (sim sou fã e caçador urbano de pokenons) de como sermos lançados em um cenário adorado, mesmo que de forma precária ainda – uma questão de limite de tecnologia.

Para quem estava em Marte e não sabe do que se trata, Pokemon Go é um aplicativo de celular onde, por meio do GPS, somos levados a procurar Pokemons literalmente capturando-os. Mas não é só isso! Através de um subterfúgio de realidade aumentada podemos capturar os pokemons em nosso ambiente, unido jogando em nosso mundo através da do funcionamento da câmera de nosso telefone celular.



O fenômeno que este aplicativo se tornou teve reações quase que imediatas com várias outras empresas e franquias (Harry Potter e Digimon, entre outras) prometendo aplicativos semelhantes para os próximos meses. Então hoje minha cabeça explodiu ao assistir o vídeo promocional do Father.io (mais informações aqui). Este aplicativo é um massive multiplayer laser tag, como ele mesmo se intitula, ou seja, um jogo para telefone celular, multiplayer e que levará você para combates beirando o real. Com o uso do celular e do GPS você formará um time para combater um outro time em qualquer lugar (parque, rua, praça, shopping etc). Mesmo em sua versão Beta ele já está causando um grande alvoroço mundo à fora.


Resumo da ópera – em poucas semanas tivemos mudanças gigantescas no que diz respeito à jogos de dispositivos móveis, jogando os participantes para uma mescla de mundo virtual e real.

Eis que me veio uma questão. Como rpgista, estamos acostumados a emular cenários para nossos grupos (e para nós mesmos, por que não), independente do sistema, criando uma realidade nova e vivaz para todos. Não sou paranóico à ponto de imaginar que agora “o RPG vai morrer” como se esta nova tendência fosse uma das pragas do Egito. A minha questão vai em um caminho diferente: como esta nova tendência impactará no RPG como ferramenta para nossas mesas e aventuras?

Não é de hoje que os mestres estão acostumados a usar todo tipo de acessório para dar mais vida às suas aventuras. Mapas, grids, miniaturas, dioramas, trilha sonora, fantasias e, mais recentemente, auxílio digital com mesas digitais e etc.

Este pequeno texto é mais para dar um pontapé inicial no debate e não para encontrar respostas, que ainda não existem. Minha opinião pessoal é de que o RPG será extremamente beneficiado com esta nova tecnologia móvel. Não sei de nada sobre aplicativos ou coisas do gênero sendo criadas, mas posso imaginar que logo poderemos ter aplicativos de combate onde, através de realidade aumentada, enfrentaremos monstros e inimigos. Ou poderemos literalmente atravessar uma dungeon fugindo ou caindo em suas armadilhas. Poderemos cruzar cidades e barganhar em mercados por armas mágicas e itens especiais. Teremos como fazer quests vivazes para nossos amigos. Prevejo muita coisa interessante.


A criação de aplicativos para dispositivos móveis é uma das atividades que mais se desenvolve e cresce no mundo e é impossível achar que não teremos muita coisa lançada para RPG.

Algum xiita mais apavorado pode chegar com o discurso de que isso matará o papel do mestre e os fundamentos do RPG. Duvido. Estes aplicativos, quando chegarem, serão um suporte valioso para os mestres que desejarem acompanhar as novas tendências. E aqueles grupos que não acompanharem não terão problema algum em continuar jogando.

Pensem nisso... O que vocês acham? Para mim, bons ventos sopram para o RPG!!!