Os aplicativos de realidade
aumentada e o RPG
Pokemon Go é um fenômeno. Você pode gostar ou odiar o jogo e a franquia, mas é inegável que ele é um fenômeno de mídia e um divisor de águas em vários sentidos. Com ele tivemos uma amostra divertida (sim sou fã e caçador urbano de pokenons) de como sermos lançados em um cenário adorado, mesmo que de forma precária ainda – uma questão de limite de tecnologia.
Para
quem estava em Marte e não sabe do que se trata, Pokemon Go é um aplicativo de
celular onde, por meio do GPS, somos levados a procurar Pokemons literalmente
capturando-os. Mas não é só isso! Através de um subterfúgio de realidade
aumentada podemos capturar os pokemons em nosso ambiente, unido jogando em
nosso mundo através da do funcionamento da câmera de nosso telefone celular.
O fenômeno que este aplicativo se tornou teve reações quase que imediatas com várias outras empresas e franquias (Harry Potter e Digimon, entre outras) prometendo aplicativos semelhantes para os próximos meses. Então hoje minha cabeça explodiu ao assistir o vídeo promocional do Father.io (mais informações aqui). Este aplicativo é um massive multiplayer laser tag, como ele mesmo se intitula, ou seja, um jogo para telefone celular, multiplayer e que levará você para combates beirando o real. Com o uso do celular e do GPS você formará um time para combater um outro time em qualquer lugar (parque, rua, praça, shopping etc). Mesmo em sua versão Beta ele já está causando um grande alvoroço mundo à fora.
Resumo
da ópera – em poucas semanas tivemos mudanças gigantescas no que diz respeito à
jogos de dispositivos móveis, jogando os participantes para uma mescla de mundo
virtual e real.
Eis
que me veio uma questão. Como rpgista, estamos acostumados a emular cenários
para nossos grupos (e para nós mesmos, por que não), independente do sistema,
criando uma realidade nova e vivaz para todos. Não sou paranóico à ponto de
imaginar que agora “o RPG vai morrer” como se esta nova tendência fosse uma das
pragas do Egito. A minha questão vai em um caminho diferente: como esta nova
tendência impactará no RPG como ferramenta para nossas mesas e aventuras?
Não
é de hoje que os mestres estão acostumados a usar todo tipo de acessório para
dar mais vida às suas aventuras. Mapas, grids, miniaturas, dioramas, trilha
sonora, fantasias e, mais recentemente, auxílio digital com mesas digitais e
etc.
Este
pequeno texto é mais para dar um pontapé inicial no debate e não para encontrar
respostas, que ainda não existem. Minha opinião pessoal é de que o RPG será
extremamente beneficiado com esta nova tecnologia móvel. Não sei de nada sobre
aplicativos ou coisas do gênero sendo criadas, mas posso imaginar que logo
poderemos ter aplicativos de combate onde, através de realidade aumentada,
enfrentaremos monstros e inimigos. Ou poderemos literalmente atravessar uma
dungeon fugindo ou caindo em suas armadilhas. Poderemos cruzar cidades e
barganhar em mercados por armas mágicas e itens especiais. Teremos como fazer
quests vivazes para nossos amigos. Prevejo muita coisa interessante.
A criação de aplicativos para dispositivos móveis é uma das atividades que mais se desenvolve e cresce no mundo e é impossível achar que não teremos muita coisa lançada para RPG.
Algum
xiita mais apavorado pode chegar com o discurso de que isso matará o papel do
mestre e os fundamentos do RPG. Duvido. Estes aplicativos, quando chegarem,
serão um suporte valioso para os mestres que desejarem acompanhar as novas
tendências. E aqueles grupos que não acompanharem não terão problema algum em continuar
jogando.
Pensem nisso... O que vocês acham? Para mim, bons ventos sopram para o RPG!!!
Pensem nisso... O que vocês acham? Para mim, bons ventos sopram para o RPG!!!