O Coração dos Heróis
"Quando
todos acreditavam que as chamas que engoliam Tróia eram o pior a se esperar,
eis que Aquiles, possuído pelo desejo de vingar a morte de seu tão estimado
Pátroclo, mata Heitor e arrasta seu corpo durante onze dias em sua carruagem,
perto das muralhas da cidade. Nenhum grego – ou troiano – ousa impedir o feito,
a não ser o pai de Heitor, Príamo, rei de Tróia, que precisa se despir de seu
orgulho e grandeza e se dirigir ao território inimigo a fim de resgatar o corpo
do filho. Um poderoso romance sobre a guerra de Tróia, em que os humanos são
muito mais que joguetes nas mãos dos deuses e no qual os sentimentos disputam
acirradamente o domínio sobre o coração de cada grande guerreiro em campo de
batalha."
O
escritor australiano David Malouf reinventa uma das passagens clássicas das
Guerras de Tróia. Muitos têm familiaridade com a passagem apenas da adaptação
para o cinema onde Peter O’Toole e Brad Pitt contracenam como Príamo e Aquiles.
Outros têm conhecimento da cena por terem lido a “Ilíada”, de Homero. Mas o
certo é que a literatura permite esses devaneios e algumas vezes somos
presenteados com um ótimo resultado final. Este é um desses momentos.
Em
“O Coração dos Heróis” a guerra entre os gregos e troianos ficam para um segundo
plano e os homens, antes de serem heróis, tornam-se o ponto principal da obra.
Além disso, tudo é acompanhado pelos deuses que se divertem em brincar com os
humanos para seu bel prazer.
Em
épocas de Feira do Livro de Porto Alegre esta é uma ótima e barata opção para
quem desejar ler algo que sai da mesmice. A editora Leya (a mesma que lança as
obras de George R. R. Martin de “A Guerra dos Tronos”) apresenta-se sem medo de
mexer em algo que muitos consideram hermeticamente perfeito - a mitologia grega.