sábado, 30 de março de 2013

Videocast da Pipoca e Nanquim mostra Vingadores vs X-Men, nova saga da Marvel no Brasil

Videocast da Pipoca e Nanquim apresenta
 Vingadores vs X-Men


Opa!!!! Novo videocast da Pipoca e Nanquim!!! O tema do videocast 158 é a nova saga da Marvel que está chegando às bancas do Brasil – Vingadores vs X-Men. Por todos os motivos imagináveis você não pode perder esta saga. Alexandre Callari, Daniel Lopes e Bruno Zago apresentam curiosidades do início da saga que estão mais para informações do que para spoilers.


Resenha de "Guerra dos Tronos - RPG"



Resenha de "Guerra dos Tronos - RPG"


Game of Thrones é uma obra literária de inquestionável sucesso e qualidade. Por isso mesmo não fiquei surpreso quando soube do lançamento de uma adaptação para o universo do RPG. O que me deixou ainda mais feliz foi saber que a competente Green Ronin estava abraçando o projeto.

Mas um medo me perseguia – será que a adaptação seguirá a linha do que foi feito para Senhor dos Anéis, que acabou por não emplacar por completo? Quando soube que a Jambô havia comprado os direitos e pretendi lançá-lo no mercado nacional fiquei um pouco mais animado. Normalmente, pelo que conheço dos guris da editora, eles não embarcam em canoa furada. Já eram dois indícios positivos – uma publicação contando com a assinatura da Green Ronin e com a participação da Jambô.

Bom, o resultado foi que o livro foi traduzido por Leonel Caldela e lançado pela Jambô nos últimos dias. Então nada mais natural que eu corresse atrás para conferir por mim mesmo. Vou deixar aqui uma pequena resenha das minhas impressões sobre a obra.

O visual
Vou começar por aquilo que nos chama a atenção ao comprarmos um livro num primeiro momento – o visual. E quando falo em visual estou falando mais especificamente do papel da impressão. Já havia escutado algumas reclamações na rede sobre ele e de sua suposta baixa qualidade. O papel, num primeiro momento, aparente ser um simples papel-jornal. Mas se nos atentarmos mais demoradamente verificaremos que ele possui sim uma textura de papel-jornal, mas bem mais grosso e com uma coloração mais clara. Não tenho certeza, mas a impressão que tenho é de que a Jambô, já com tantos lançamentos programados para breve, como a segunda edição do Tormenta RPG e a caixa de Tormenta, não deseja mais uma obra para encarecer as contas dos rpgístas de plantão. Diferente da crítica que teci quando do lançamento da última Dragon Slayer, aqui o motivo de um papel diferente e de aparente baixa qualidade se refletiu em um valor bem interessante para a obra (R$ 39 reais na pré-venda e R$ na prateleira).


Seu interior é preto e branco conforme o padrão de lançamentos da Green Ronin no Brasil, mas a beleza do sistema e da história pedia algumas páginas coloridas ou pelo menos o mapa. Senti falta, mas isso deve ser padrão da editora americana. Além disso, e aqui vai um ponto negativo, é a falta de um mapa mais claro e de um tamanho maior. As letras e a resolução estão pequenas, o que dificulta a visualização. Sabemos que a franquia possui mapas muito bonitos.

O debate da tradução
O segundo ponto que tive cuidado em averiguar foi a questão da tradução. Por que este cuidado? Alguns dias atrás surgiu uma polêmica em alguns sites e no próprio fórum da Jambô sobre a tradução de Leonel Caldela que gerou ira de muitos fãs da franquia. Por que isso? A reclamação veio da tradução dos sobrenomes dos personagens bastardos, como Jon Snow, traduzido para Jon Neve ou de localidades como Porto Real (traduzida assim em “A Guerra dos Tronos”, da editora Leya), que foi traduzido por Caldela por Porto do Rei. Esses são apenas alguns exemplos. A tradução do Leonel é de grande qualidade e carrega consigo a experiência de uma infinidade de títulos já traduzidos para a editora Jambô. Os problemas que estão sendo levantados possuem dois elementos que devemos prestar muita atenção.

O primeiro deles é um problema recorrente com obras traduzidas. Da mesma forma que cada escritor possui o seu estilo, também cada tradutor o possui. Lembro muito bem das várias versões das obras de Sherlock Holmes, traduzido à exaustão para cada editora nova que o lançava, e de suas muitas facetas de tradução. Havia um verão errada? Acho que não, mas a única certa realmente era a versão original em inglês. Sempre que uma tradução é realizada ela passa por um exercício subjetivo do tradutor em colocar no papel, em seu idioma, o que o autor estava tentando dizer em sua própria língua. Com isso o estilo de cada um vem à tona, com todo o histórico profissional do tradutor e sua própria experiência de vida. Não podemos dizer que está errada, podemos apenas dizer que não concordamos com a escolha que o tradutor preferiu.

O segundo elemento, e acho que o principal para que este debate tivesse começado, é a extrema projeção que está obra possui nas mídias de todos os tipos. A badalação da obra de George Martin acabou por colocá-la na boca, e ouvidos, de uma enorme massa. Livros vendidos às centenas de milhares, seriados assistidos por milhões ao redor do mundo, boardgames e cardgmaes tornando-se febre, tudo isso deu uma grande visibilidade para a obra e para todos os seus elementos constituintes. Todos os fãs, e até os que não são tão fãs assim, sabem quem é Jon Snow e a grande maioria dos outros personagens e localidades existentes dentro da obra de Martin. Por isso que o impacto foi tão grande quando tivemos contato com o estilo de um tradutor que fugiu ao que estava sendo usado até agora. Tenho certeza que se fosse uma obra menos ‘badalada’ estas trocas e escolhas teriam passado quase que desapercebidas.

Eu particularmente gosto, acho que muito disso por costume, da forma como está nos livros, mas respeito a escolha do Leonel. Confesso que depois das primeira ou segunda vez que me deparei com isso acabei por me acostumar com o estilo dele e a leitura fluiu facilmente.

A mecânica
Por fim vamos analisar o sistema de “Guerra dos Tronos”. Não sei se estou sendo precipitado, pois ainda não o testei em mesa, mas acho que é um sistema muito interessante para novatos. Embora o foco central (e carro-chefe) seja o cenário e a história dos livros e quase tudo gire em torno de seus personagens, a mecânica é relativamente simplista.

A primeira coisa que notamos é que eles não trabalham com os clássicos atributos (força, constituição, destreza, inteligência etc). Guerra dos Tronos não é um cenários de heróis lendários e magos indestrutíveis. Ele é um cenário de heróis humanos que da mesma forma que sobreviveram à guerras ferozes matando centenas de inimigos, pode morrer em uma emboscada à qualquer momento. Este é um RPG de homens, habilidosos, mas ainda assim homens. Então não há sentido de se mensurar a força de um personagem, pois seus níveis não serão maiores do que a de um batedor experiente ou do que de um guarda do castelo.


Tudo está centrado na experiência de cada um, mas num sentido de treinamento. O mais famoso e heróico não é o indestrutível ou poderoso, mas o hábil que se vale de sua experiência para ganhar o que quer que deseje ou mesmo para sair vivo de uma contenda. Percebemos isso com a peculiaridade de que o foco central dos personagens são suas Habilidades, aquilo que descreve o que o personagem sabe ou não fazer. Mas mais específico que isso, essas habilidades são divididas em Especialidades, que são as coisas que dentro de uma habilidade você sabe fazer ainda melhor por treinamento insistente. Claramente isso foi influenciado pela experiência da 3ª edição de Mutantes e Malfeitores que passa por um conceito muito semelhante.

A questão das disputas psicológicas, de influência ou intimidatórias, são um elemento à parte. Toda a obra literária de Martin possui enormes combates fora dos campos de batalha, que acontecem em cada sombra, em cada sala fechada, em cada sussurro. E o sistema presenteia os jogadores com muitas possibilidades de representar isso em suas fichas e criar verdadeiros jogos de xadrez político. Bárbaro.

Tendo isso em mente a mecânica passa por simples jogadas de dados d6 onde o seu número equivale à experiência do personagem em realizar uma tarefa confrontado-a com uma dificuldade. O legal está aqui... não há acúmulo de dados. Conforme o eu nível você pode usar x dados, não importando que tenha jogados três vezes mais dados.mas vou deixar os pormenores do sistema para quando vocês conseguirem seus exemplares pois não quero acabar com a graça de descobrirem um sistema muito peculiar e interessante.

Continuando existem mais dois pontos que desejo abordar e que fazem desta obra um diferencial. O primeiro deles é a importância e ferramentas dadas para a criação de uma família que o grupo de jogadores faça parte. Esqueçam os grupos de personagens vindos cada um de um lugar diferente. Lembrem que o cerne central deste livro de RPG é a obra literária e nela você só pode confiar em seus iguais, ou seja, aqueles que fazem parte de clã ou linhagem ou que estejam sob o julgo do mesmo senhor. Os personagens terão características diferentes de comportamento, estilo e gosto, mas todos dentro de um certo parâmetro. Claro que isso não é obrigatório, mas com certeza dará uma visão diferente aos grupos de jogadores.

Para encerrar, algo que eu sabia que haveria no livro, mas ainda não tinha lido nada de sua sistemática. O capítulo 10 tem o nome de “Guerra” e não é por acaso. Todo o capítulo é dedicado aos combates entre exércitos. Imagine que ao invés de você criar a ficha de seu personagem você irá criar a ficha de seu exército ou de seu batalhão junto com seus colegas? Sensacional. Todos os detalhes estão ali descritos para que toda a emoção dos grandes combates, algo permanente na obra literária, seja vivenciado por você.

Finalizando
Em resumo posso assegurar que “Guerra dos Tronos – RPG” foi uma grata surpresa. Sistema leve e simples com uma temática profunda e que possibilita tanto guerras campais como intrigas palacianas. Mesmo que você não esteja familiarizado com o cenário e sua franquia, mesmo que nunca tenha lido uma linha de George Martin, a adaptação para RPG vale cada real gasto.