Fortão, o gato aventureiro de Arton
CAPÍTULO 8
A
situação era cômica, pelo menos para quem a via de fora. Um grupo de
aventureiros comportadamente sentado de um dos lados de uma enorme e retangular
mesa de carvalho enquanto um garboso guerreiro, gesticulando seu braço
metálico, caminhava de lá para cá à frente deles esbravejando. Todos o olhavam
com uma cara de incomodada aceitação. Enquanto isso, em um dos cantos Fortão
lambia seu pelo como se aquilo tudo não fosse para ele também.
“-
Como assim vocês simplesmente foram salvar o amigo de vocês?” – questionava de
forma retórica aos gritos Arkan, Braço de Ferro, entre um gesto e outro, já com
o rosto vermelho.
“-
Simples” - disse Ally - “nosso amigo fora feito prisioneiro contra a sua
vontade, se é que alguém é feito prisioneiro por vontade própria... enfim,
fomos até ele o libertar e não tínhamos como esperar a ajuda de quem quer que
fosse, muito menos tempo para chamar a milícia da cidade... Por falar nisso,
você sabia que precisa ter mais atenção à sua cidade? Como tanta gente suspeita
entra aqui e você não fica sabendo de nada?!” - Do canto oposto da mesa o outro
elfo concordava com um sério aceno de cabeça enquanto Blander e Gustav olhavam
um para o outro com perplexidade, não acreditando que Ally se arriscava a dizer
tamanha asneira. Fortão chegou a parar de lamber seu pelo, revirando os olhos,
imaginando de que forma o elfo seria empalado pelo colérico guerreiro.