terça-feira, 30 de setembro de 2008

Novidades em blogs

Adaptação no Desafio dos Dragões

O blog Desafio dos Dragões é um dos ótimos blogs sobre rpg que temos por aqui. Sempre cheio de novidades é um prato cheio para quem quer algo de novo para incrementar seus jogos.

E eles acabam de lançar uma ótima série de artigos. É uma adaptação de Harry Potter para Primeira Aventura. Está sendo um belíssimo trabalho encaixando todo o universo do jóvem bruxo às regras do sistema que vem conquistando do Brasil.

Vale dar uma conferida! É diversão garantida!!!!

Material de Apoio - Navegação 5

Material de Apoio - Navegação


O Custo de um navio

Quando estamos numa seção de jogo, em meio a uma campanha, normalmente (ou pelo menos a maioria de nós) não se apega a certos ‘detalhes’. É fácil nos depararmos com situações que no universo do rpg tornam-se comuns tais como a necessidade de uma embarcação. Muitas vezes os mestres colocam um rio ou um mar como obstáculo para o transcurso de nossa aventura.

Mas os personagens não se abatem. Todos juntam suas economias, contam suas dez mil moedas de ouro (eu realmente gostaria de saber onde eles conseguem guarda-las) e compram uma nobre embarcação com extrema facilidade. Até parece que as costas estão sempre repletas de estaleiros vendendo navios à granel.
Mas não era bem assim. Estes artigos se propõem em dar alguns dados históricos para utilização em jogo ou como suporte para contos. Claro que não há a necessidade de se estragar a diversão atendo-se à detalhes Eles são interessantes apenas para aqueles que querem um certo perfeccionismo.

Construir um navio e comprá-lo é uma tarefa extremamente difícil. Baseando-nos em dados referentes à uma caravela são necessárias nada mais nada menos do que cinco mil toras de madeiras. Para isso devem ser derrubadas aproximadamente mil árvores. Aqui já começam as dificuldades. Um nível tecnológico equivalente ao dos jogos de fantasia é o final da Idade Média e início da Idade Moderna. Neste período, considerando as dificuldades materiais da época, para derrubarmos mil árvores um lenhador levaria quase mil dias onde receberia cerca de uma moeda de prata por dia. Mas mil dias são quase três anos e meio. Por isso tinham de concentrar muitos trabalhadores na mesma função concentrando também o pagamento das moedas de prata.
Além disso, não era utilizada qualquer madeira. Havia uma necessidade técnica que fossem utilizadas madeiras de lei – carvalho, pinho-bravo, pinho-manso entre outras – pois eram madeiras muito resistentes e com poucas falhas e nós na madeira. O que quer dizer que, dependendo da localização da floresta que seria abatida haveria o problema do transporte.

Para a produção de uma única embarcação eram utilizados 170000 pregos e cravos de ferro, 20 barris de alcatrão para a impermeabilização do casco, 1800 quilos de breu, 1200 quilos de chumbo, 600 quilos de linho e 1000 quilos de estopa. Tudo isto apenas para a estrutura do casco, torres e mastros. A aquisição e compra de todo este material despendia um grande número de trabalhadores para sua produção e de recursos para sua compra. Não estamos contando a produção das velas e de todo o encordamento.

Um estaleiro, em condições ideais de recursos e material, trabalhando de forma contínua, levaria cerca de cinco meses para produção de uma caravela. Algo em torno de 3500 horas de trabalho.

Com certeza não é um objeto que encontremos com muita facilidade para aquisição.

Segundo um dos livros básicos de D&D (versão 3.5) há um cálculo em torno de 10000 peças de ouro para comprarmos uma caravela, ou seja, 35 quilos de ouro (se consideramos que uma moeda tem aproximadamente 3,5 gramas de ouro). Algo bem fora da realidade histórica.

Segundo dados de época uma nau (menor do que uma caravela) consumiria aproximadamente 150 quilos de ouro para sua construção básica (mão-de-obra, casco e toda a parte de madeiramento, contando o material). Isso, se passado para dados rpgísticos mostrados acima, equivaleria à quase 49000 peças de ouro. E se formos pensar numa nau pronta para zarpar (com todos os equipamentos, mantimentos e homens) precisaríamos desembolsar 326 quilos de ouro – não contando os canhões.

Em resumo. É claro que o rpg é uma forma de diversão das mais qualificadas. Nós somos transportados para um universo de aventura e magia. Estes dados são apenas para ilustração. Claro que facilmente poderiam ser enquadrados em qualquer campanha ou conto sem estragar a diversão. Mas não são elementos fundamentais.
O que conta no final é a diversão.