D&D 5E no Brasil
- notícia e polêmica -
Uma
notícia importante para o mercado brasileiro de RPG ou uma mancha para o
mercado rpgistico brasileiro? Não sei ainda e tentarei noticiar isso tudo de
uma forma imparcial até que possamos esclarecer tudo.
A
notícia em si, que pegou a todos de surpresa ontem (terça-feira, 21 de março),
foi de que finalmente a 5ª edição de Dungeons and Dragons estava chegando ao Brasil
em português. A responsável pelo lançamento no país será Fire on Board Jogos em
parceria com a GF9, empresa britânica detentora dos direitos de comercialização
do D&D em outros idiomas. A empresa brasileira ficaria responsável pela
tradução e distribuição no país.
A
notícia por si só é muito importante visto que D&D é o sistema mais jogado
no país e no mundo, com algumas décadas de presença em nossas mesas. A quinta
edição foi lançada em 2015 pela Wizard of the Coast com a surpreendente
informação de que eles não pretendiam lançá-la em outros idiomas. E assim ficou
pelos últimos quase dois anos. Até ontem, quando a FoBJ anunciou seu lançamento
por aqui previsto para o meio do ano, pelo menos do Livro do Jogador.
A
polêmica começou alguns instantes após as primeiras notícias da confirmação do
lançamento da edição no Brasil. Acusações, respostas e tomadas polarizadas de
posição começaram. O que posso garantir em que qualquer que seja o caso, é
obrigatória a averiguação até para não manchar os nomes de empresas A ou B.
Para
entenderem resumidamente e sem desejar criar polêmica desnecessária aqui (pois
não resolveria nada). O prólogo do anúncio do D&D no Brasil teria começado
quase um ano antes quando da descoberta da possibilidade de tradução e da
ligação. Um conjunto de três editoras nacionais teriam firmado um compromisso,
como uma joint venture, e levado adiante as conversações. Em determinado ponto
crucial, uma delas teria ‘assinado’ com a GF9 sem o conhecimento das outras. Em
resumo isso é o que se filtra de todas as postagens acusatórias de um lado e de
outro.
O
que realmente aconteceu? Não sabemos com certeza ainda. Muitas dúvidas ainda
estão no ar. Desde qual o real papel das editoras envolvidas no caso, quais os
critérios de escolha da editora no Brasil pela GF9, até pontos mais ligados
diretamente à publicação como qual o conhecimento apropriado da escolhida para
uma adequada tradução e lançamento.
O
que sabemos é que, como sempre, rapidamente quase a totalidade da comunidade
rpgistica brasileira polarizou o caso tomando partido entre os lados de forma passional
(nenhuma novidade até aqui) esquecendo por completo o por quê de termos chegado
à este ponto de dúvida quanto ao caso como um todo. Seria hilário, se não fosse
tão preocupante, os argumentos apaixonados e as declarações de cada lado como
se a disputa rendesse pontos para cada participante. Muitos ou não queriam se
incomodar com A e B, ou queriam marcar pontos por apoio com eles. Sabemos que
muito da relação entre a comunidade rpgistica, seja entre jogadores, seja entre
os fanboys e as ‘eminências pardas’, seja entre jogadores e editoras, se dá
mais por corporativismo do que lógica e ética. Ninguém quer ficar mal visto com
seus ‘amiguinhos’ não importa do lado.
Minha
sugestão. Ninguém, além dos próprios envolvidos, sabe o que realmente
aconteceu. Então aguarde mais informações antes de levantar bandeiras apaixonadas
mais por questões ‘cordiais’ do que por convicção. Ouça mais, converse muito e
ouça mais um pouco antes de tomar posição. É importantíssimo separarmos empatia
que tenhamos com alguma editora ou sistema de jogo para termos uma visão
clara... isso sim importa. Conheço muitos dos vários envolvidos além de também
ser um apaixonado pelo sistema, mas isso, de forma alguma, me da carta branca
para apoiar irrestritamente qualquer lado que seja.