MATERIAL DE
APOIO
Machados I
Um
clássico dos armamentos medievais, depois das espadas, são os machados. Eles
assumiram, com o passar do tempo, por séculos à fio, uma enorme variedade de
tipos, quase tantos quanto as espadas. Seus primeiros exemplares, nos moldes
como os conhecemos nos dias de hoje, remontam os 6000 anos atrás, no início de
sua fabricação em metal
É
quase unânime entre os estudiosos da militaria que o machado foi uma das armas
manuais mais poderosas já fabricada. Embora mais lento que uma espada, sua
força de impacto e grau de destruição compensam a pouca manobralidade.
Sua
ascensão, com a crescente importância nos combates, aconteceu principalmente
durante o início da Idade Média (embora os povos nórdicos o usassem em sua
grande maioria muitos séculos antes), quando começou a se popularizar o uso das
cotas de malha (úteis contra espadas) e, posteriormente, de formas mais pesadas
de proteção. Nessas situações as espadas e flechas eram praticamente ineficientes,
o que obrigava à ações mais enérgicas durante os combates.
Desde
o início muitas versões dos machados foram empregadas. Desde pesados e enormes
exemplares até pequenos e ágeis, cabos longos ou curtos, com fio de um lado ou
de dois. Mas em todos o mesmo elemento os unia numa característica básica – o
poder do impacto. Alguns anos atrás eu postei a tradução de um artigo que
debatia a diferença entre o ‘cortar’ e o ‘perfurar’, relacionado com espadas.
Aquele artigo comparava as movimentações de ataques da espadas e qual a
diferença entre a duas ações. A conclusão foi de que o impacto lateral, com a parte
do fio, de uma lâmina seria muito mais danoso que o de ponta, embora o de ponta
pudesse dar a falsa impressão de mais poder. Uma comparação semelhante vale
quando comparamos espadas e machados na mesma ação, mas por elementos
diferentes.
Numa
mesma ação de ataque, com o lado do fio, ambas as armas causariam um grande
dano, mas o machado (e estamos falando aqui dos machado de combate básico com
cabo de cerca de 80 centímetros) causaria um dano muito maior por uma razão. O
motivo seria a equação força-tamanho. Como a área de impacto do machado – a parte
onde está o fio – é desproporcionalmente maior e mais pesada que o cabo, é
necessário muito mais força para manejá-lo. Só quem já manejou um machado sabe
que a última coisa que ele possui é balanceamento em seu peso, diferente das
espadas, exigindo muito mais força para elevá-lo e usá-lo num ataque. Mas esta
dificuldade é o ponto central de todo o poder de seu ataque.
O
impacto de um machado foi fundamental em épocas medievais quando as grandes
armaduras de placas de metal, e mesmo as cotas de malha, começaram a proteger os
guerreiros. Um combate de espadas era muito complicado devido às dificuldades
de movimentação, além de serem quase ineficientes.