O Véu chegando ao
Brasil
- Financiamento coletivo
à pleno vapor -
Temos mais um grande
financiamento coletivo começando para os amantes de RPG. Trata-se de O Véu, um
RPG de temática cyberpunk de enorme sucesso lançado pela Samjoko Publishing,
que está chegando ao Brasil pela Fábrica Editora. O ambiente distópico ultra-futurista
sempre foi um dos preferidos da comunidade rpgistica e com certeza ninguém se desapontará
com O Véu.
O financiamento disponibilizará
o livro básico de regras O Véu e o suplemento Cascata (a ser lançado em breve
lá fora). O livro básico terá 16X23cm, cerca de 400 páginas, totalmente
colorido e com capa mole. Já o suplemento terá as mesmas características, mas
com cerca de 240 páginas. A previsão de entrega será em maio de 2019 e os
apoios começam em R$ 15 reais já com direito à cópia em pdf do módulo básico e
R$ 80 reais com direito à copia impressa. Entre esses valores, indo até um
pouco mais temos uma série de opções com uma grande variedade de configurações
de apoios. O financiamento básico procura alcançar R$ 13 mil reais, havendo uma
série de metas extras à serem batidas.
O sucesso é garantido, pois em
apenas um dia o financiamento já atingiu mais de oitenta por cento do total
necessário!
Vocês devem ter notado que não
entrei à fundo na explicação do sistema. Isso por que eu pedi que alguém que o conhece
muito bem dê suas impressões sobre ele. O encarregado disso foi Renê Ricardo,
da Fabrica editora. Acompanhe o texto e não deixe de apoiar esse maravilhoso
projeto!
O Véu
O Véu é um RPG cyberpunk de
autoria de Fraser Simons e lançado lá fora através de uma campanha bem sucedida
no kickstarter pela editora Samjoko Publishing, a editora e autor responsável
por dar vida à Worlds in Peril (que sairá no Brasil sob o nome de Mundos em
Perigo), Magicians e outros jogos.
O Véu é um RPG Pbta, isso é, o
sistema dele funciona com as regras do Apocalypse World. Essas regras
proporcionam uma ação bem fluida e todas as mecânicas são pensadas para fazer a
narrativa fluir com força, numa pegada de ação e drama bem cinematográficos e
na maior parte das vezes, heroico. Uma coisa que o sistema faz muito bem é
destilar os clichês bons do gênero cyberpunk e da linguagem cinematográfica
(tipo munição, a munição só aparece como uma questão quando for importante pra
narrativa, ela é virtualmente infinita até o momento em que você vai falhando e
ela acaba). Se você já jogou algum jogo AWE e gostou, sucesso.
O que pode te frustrar um pouco
é se você curtir mais jogos com micromanagement de recursos, turnos muito fixos
ou um jogo com personagens beeeeem fracos, nesse caso pode não ser sua praia.
Uma das paradas bem diferentes
que ele faz é usar estados emocionais no lugar dos atributos, então na hora de
agir você pensa em qual estado emocional te governa e isso te ajuda a guiar sua
narração da cena.
Mas não é só isso, o jogo usa
esses estados pra criar cenas dramáticas pra cacete. Se você usar demais um
estado (furioso, por exemplo), tem uma mecânica que "satura" esse
estado. O bônus dele cai, junto com os outros, e você precisa correr alguns
riscos para voltar a ter seus atributos normalmente.
Sobre o “cenário”, o
"véu" em si (a versão futurista de internet/realidade virtual à qual
todo mundo está ligado) é personalizada para cada mesa de jogo e pros temas que
a mesa quer jogar. Além disso, rola uma questão constante de poder
"levantar o véu" pra lidar e mexer com a realidade. Dá pra dizer que
na maior parte das partidas, a experiência vai ser intimista e transhumanista.
Hoje (dia 1) tá 120 o livro
(capa mole) e o "cascade" que sai como “Cascata”, que de cara já traz
um monte de mecânica utilizável, classes jogáveis e esse sim, um cenário (é uma
expansão que realmente compensa, realmente compensa). Além disso, se você curte
Altered Carbon, Cascata é pra você, ele adiciona todos os elementos do romance
e vistos na série da Netflix, inclusive a questão das “Capas”, que aqui
chamamos de “Trajes”.
Mesmo que você não goste da
pegada do sistema, vai ser uma referência bacana e você vai ter muita coisa pra
puxar pros seus outros jogos cyberpunk em termos de técnica como mestre.
Mas o que é o Véu do título? O
véu é toda a camada de realidade híbrida que permeia a vida de todas as pessoas
do mundo. É a rede virtual onde transitam as informações. O Véu é a evolução da
Internet, é o espaço entre o físico e o digital criado graças a uma tecnologia
de realidade aumentada extremamente avançada, . Todos, ou quase todos, dependem
do Véu para viver: pagamentos, propagandas, compras, senhas, chaves,
comunicação. Tudo acontece no Véu que cobre a realidade e a torna algo a mais.
O mundo em que você joga é o
mundo que o seu grupo cria, o livro te pega pelas mãos e guia durante toda a
construção, oferecendo ideias e referências que moldam todo o universo ao redor
dos personagens. A construção do mundo ocupa a melhor parte da primeira sessão
e continua em todas as sessões futuras. Este é um jogo de contação de histórias
colaborativo onde cada pessoa, incluindo o MC (MJ), tem uma mão ativa na
criação do universo em que os personagens existem e transitam.
A coisa mais pedida pelas
pessoas que se preparavam para jogar O Véu, era mais recursos em relação à
criação de cenários. Em Cascata você não apenas obterá um capítulo dedicado a
extrapolar o presente para o futuro, para que você possa criar sua própria
configuração e cenário, mas também vai encontrar um cenário completo e pronto
para usar como um exemplo, e inserir essas ferramentas de construção do mundo,
dentro da criação.
Taipei neste futuro se
transformou em uma das grandes cidades, como as que conhecemos da maioria das
ficções cyberpunk, mas com uma reviravolta que reproduz alguns tropos e
subverte outros. Nesta cidade multifacetada, os afluentes e ricos habitam o
topo da sociedade, onde espaços verdes, biotecnologia e práticas amigas do
ambiente são a norma, enquanto os indesejáveis são exilados
ou pior que isso.
As autoridades radicalizadas
afirmam aos cidadãos que protegem uma cidade "perfeita" e
ecologicamente correta e, no centro de tudo isso, há uma onipresença na forma
de uma torre gigante e penetrante, pertencente a uma corporação predominante na
área. Aqueles que vivem nas maiores alturas são os menos afortunados, olhando
para a fusão de estruturas híbridas naturais e manufaturadas que se estendem
harmoniosamente abaixo delas, para sempre fora de alcance.
E pra finalizar, nesse
suplemento, além de um cenário e novas dicas de como construir o seu universo
próprio, novas e lindas ilustrações, os plugins e novas mecânicas, encontramos
também 2 novas cartilhas de personagens, que são:
The Aesthetic: Defina como será
a contra-cultura no futuro, à medida que você se revolta contra a sociedade,
desmontando o sistema, peça por peça, usando uma das únicas coisas que você
deixou, sua arte. Afinal, a beleza é verdade e a verdade é beleza, e sua arte é
inegavelmente bela.
The Percipient: Tecendo dentro
e fora das percepções digitais, você é a ponta da lança. Condicionada para
absorver a cultura local como uma esponja, você deve se tornar apenas mais um
rosto nas muitas multidões do futuro.
Se você deseja saber mais, e
ver o jogo em ação, sendo posto a prova, recomendo assistir as sessões já
lançadas pelo canal da Câmara Obscura no youtube, Piratas de Memórias, onde
toda a criação de personagens e cenário foi totalmente destrinchadas na sessão
zero, e ter uma boa ideia de como as mecânicas principais, Giri, Emoções ao invés
de atributos e etc, funcionam na prática.