segunda-feira, 20 de abril de 2009

Material de Apoio - Lâminas 3


AS PARTES DA ESPADA

Normalmente uma das maiores dificuldades para uma riqueza de narração – seja em contos, seja em mesas de RPG – é a capacidade de apreender e utilizar a variedade e especificidade dos termos corretos. Quase sempre os mesmos termos se repetem à exaustão. Não que isso estrague um jogo ou uma boa história, mas uma linguagem dinâmica e rica traz muito mais prazer à quem lê ou joga.

Muitas vezes isso é apenas um vício ou simples desconhecimento do narrador. Temos de concordar que um jogo como RPG, com tantas possibilidades e diversificações de temas, é um contratempo frente à uma sociedade (por mais que eu acredite que os rpgístas fujam um pouco disto) tão carente no hábito da leitura.

Pensando nisso eu já havia decidido que logo nos primeiros posts deste material de apoio eu colocaria as partes de uma espada (e que pode ser estendida à maioria das lâminas ocidentais). Com isso podemos, além de enriquecer o vocabulário básico sobre as lâminas possibilitando um maior entendimento das futuras matérias, poderemos também dar suporte de vocábulos para todos os que desejarem se embrenhar neste tema.

AS PARTES DA ESPADA
Como já deixei entendido, a nomenclaturas das partes de uma espada (ocidental) varia em muito se comparada às partes das espadas orientais (que será abordado futuramente em um segmento especial). Ao mesmo tempo os termos, por serem uma identificação de localização e posição, podem ser utilizados para ambas. Além disso, em muitos casos, essa mesma nomenclatura utilizada para espadas pode ser aplicada à adagas (principalmente as medievais).

Nota: todas as partes que possuem um equivalente em português estão apresentados com seu termo em outro idioma entre parênteses. Quando não houver equivalente, será mantido o termo em outro idioma.

Primeiramente vamos à designação da espada: arma branca (um objeto que possa ser usado na defesa e ataque) perfurocortante (que pode perfurar e/ou cortar) com um ou mais gumes. Ou seja, um objeto usado para combate pessoal para infringir dano ou aparar ataques contra um oponente por corte ou golpe de ponta. Ela é principalmente composta por lâmina e empunhadura. A lâmina é alongada, afiada em uma ou ambas as laterais, afinando em direção à ponta. Essa lâmina é afixada (na grande maioria das vezes) na empunhadura ou ‘punho’ (hilt), que possui três seções: proteção da empunhadura (guard); cabo da empunhadura (grip); e pomo (pommel).

Atrás (back): refere-se ao lado não afiado da lâmina. A porção da espada que é oposta à beirada afiada da lâmina, também chamado de lado ‘cego’ da lâmina. Uma espada de duplo fio, com ambos os lados da lâmina afiados, não possui atrás.

Beirada (edge): o lado afiado de uma lâmina, usado para cortar, estendendo-se da empunhadura até a ponta. Espadas com duas beiradas afiadas são referidas como ‘dupla-beirada’ (ou duplo-fio/double-edged).

Cabo [da empunhadura] (grip): área entre a proteção da empunhadura e o pomo utilizada para segurar a lâmina e controla-la. É a parte central do punho envolvendo a porção interna da lâmina (ou tang). Os materiais exteriores incluem couro, osso, marfim, chifres, madeira, tecido e placas de metais aplicadas de forma cilíndrica. Outros designes incluem duas peças de madeira (ou uma de madeira e outra de metal) aplicadas em ambos os lados da tang como os fundidos nas espadas japonesas (katanas). Modificações e variações têm sido desenvolvidas baseadas na necessidade de proteção, bem como conforto e beleza.

Compound-hilt: proteção elaborada cobrindo parcial ou totalmente a mão que empunha a espada, mais comum em espadins, floretes e exemplares renascentistas. Pode ser encontrado em vários formatos: finger-rings, side-rings ou ports, simples anéis circulares perpendiculares à lâmina; knuckle-bar, proteção lateral paralela à empunhadura; counter-guard ou back-guard, proteção abobadada cobrindo a porção da mão mais próxima à lâmina.



Existem formas complexas dessas proteções misturando elementos, como no caso de swep-hilts, ring-hilts, cage-hilts e basket-hilts (em ordem nas imagens abaixo)



Empunhadura ou Punho (hilt): comumente conhecido como ‘empunhadura da espada’ ou ‘punho’. Composta de três partes: proteção da empunhadura (guard), cabo da empunhadura (grip) e pomo (pommel).

Forte (strong): terço inferior da lâmina em direção à empunhadura, onde ela é um pouco mais grossa para dar mais resistência à lâmina. Muito comum em espadas renascentistas.

Fuller: um canal central, ou encaixe, cortado na superfície da lâmina designado para incrementar a força da espada e a flexibilidade da lâmina. Normalmente começa na empunhadura e estende-se por 2/3 do comprimento da lâmina em um ou ambos os lados. Embora apenas uma pequena porção do material da lâmina seja removido, resulta em uma diminuição do peso da lâmina. Ela torna-se mais leve, sem, comprometer sua integridade estrutural. Variações incluem uma ou múltiplas linhas paralelas ao corte da lâmina. O Fuller tem sido erroneamente conhecido como um ‘blood groove’ (sulcos de sangue), ‘blood lines’ (linhas de sangue) ou ‘blood run’ (caminho de sangue) onde achavam que por ali o sangue pudesse ser canalizado, servindo para não gerar sucção quando a lâmina era puxada de uma vítima.



Lâmina (blade): parte alongada metálica em oposição ao punho, frequentemente afiada, estreitando-se no fim, numa ponta afiada. A lâmina é dividida em três partes: forte, meio ou médio e tang. As lâminas podem possuir sulcos chamados de fuller.

Langet: parte estendida da proteção da empunhadura (em direção à lâmina) normalmente existente em sabres. Servia para ser uma proteção à mais para mão que empunha a espada e servia também para aumentar a fixação da espada na bainha.



Pommel Nut ou Lower guard: uma pequena proteção junto ao pomo para melhorar o balanço da espada e aumentar a área de impacto quando usando o pomo para ataque. Abaixo tr~es tipos diferentes de pommel nut.



Pomo (pommel): literalmente a parte traseira da empunhadura da espada. Designada para funcionar como um contrapeso, de tamanho específico para cada espada, contrabalançar o peso e auxiliando no manejo da espada. São normalmente mais largos que a empunhadura para auxiliar também na fixação da lâmina na mão, impedindo que a lâmina escorregue. O balanço ganho pela espada (graças ao pomo) incrementa as habilidades e velocidade do usuário em manobrar a espada. Estruturalmente o pomo serve para ficar-se ao tang, permitindo firmeza à empunhadura.



Ponta (point, tip – ponta da espada): ponta afiada da lâmina da espada, parte oposta à empunhadura. Desenhos variam entre ponta arredondada, diamante ou angulada (como nas katanas japonesas) dentre outras variedades. Ela pode ser usada tanto, mas principalmente  para contar quanto para perfurar. A ponta da espada medieval era chamada de ‘lower end’.


Proteção da empunhadura ou guarda (guard ou cross guard, hand guard, upper guard, lower guard ou quillon): a parte protetora da empunhadura (como um todo) designada para impedir que a espada do oponente deslizasse pela lâmina atingindo a mão que segura a espada. Tipicamente localizado entre a lâmina e a empunhadura com o tang atravessando-o. Alguns dos vários estilos incluem desenhos perpendiculares como os encontrados nas espadas dos cavaleiros medievais; desenhos com pequenos cilindros como nas espadas curtas romanas; e desenhos elaborados e enrolados comuns em espadins. Outros desenhos únicos existem em sabres, floretes e rapiers.



Ricasso: área da lâmina, entre a região afiada e a empunhadura que permanece sem fio para criar uma superfície de contato para alguns dedos ou a mão inteira de quem empunha a espada. É usado para técnicas de combate onde a mão de quem empunha a espada vale-se desta zona ‘cega’ para incrementar as movimentações da espada além de ganhar um maior controle em seu uso. Não é comum em todos os tipos de espadas, mas em muitas espadas largas, o ricasso é largo bastante para ser agarrado pela segunda mão.



Tang: parte interna da lâmina da espada, oposta à ponta afiada,  encoberta pela empunhadura. Designada para funcionar como a fundação de montagem da empunhadura, provém força ao ato de empunhar a lâmina.



Mutantes e Malfeitores

Agents of Freedons,
novo lançamento?

O problema de um grande sucesso, principalmente na área de RPG, é a exigência que surge com o tempo. Mutantes & Malfeitores é um desses casos. Seu sucesso estrondoso lá fora refletiu por aqui. Os jogadores brasileiros de RPG abraçaram o sistema sem desistir dos cenários medievais (um medo que alguns jogadores mais ortodoxos tinham).

Já temos um pouco mais de um ano de M&M no Brasil, graças a Jambô, e cada vez mais seu sucesso está consolidado. Mas agora começamos a ter algumas polêmicas com relação aos seus lançamentos. Mas não entedam o termo polêmica como algo negativo. Seria mais um debate girando entre preferências e desejos dos jogadores. E isso é ótimo. Quando começamos a discutir sobre qual será o próximo lançamento, e não do porque não que não existem lançamentos, é um ótimo sinal.

Agents of Freedon ou Ultimate Power ou Freedon City?

Tudo começou no dia dezesseis, lá o Fórum Jambô, com um comentário sobre uma notícia postada na Dot20. Ali era informado da escolha da Jambô Editora em lançar, primeiro, o suplemento Agents of Freedon. Isso vai um pouco de encontro ao que a maioria dos fãs desejava. Uma parte desejava o cenário Freedon City, enquanto outra parte ansiava pelo suplemento Ultimate Power.

No tópico do Fórum Jambô aberto para discutir isso o debate correu solto. O maior argumento contra o lançamento do AoF primeiro, estava na demora dos outros lançamentos que isso iria gerar e se ele seria tão interessante quanto os outros.

Quanto a questão de ser ou não interessante, em minha opinião, todo o material de M&M é muito interessante, não importando a ordem de lançamento, necessitamos sempre de mais e mais informações e suporte. Claro que nunca conseguiremos a unanimidade mas, em última análise, sempre há serventia para todo o material lançado - mais cedo ou mais tarde.

Quanto a demora na grade de lançamentos não temos como responder com certeza. Daí surgiu o Rafael (um dos proprietários da Jambô) e esclareceu um pouco as coisas. Resumindo o post dele sobre a escolha de lançar primeiro o Agents of Freedom:

1 - "Agents of Freedom NÃO é um livro de cenário. Ele é um livro de gênero. Mais especificamente, sobre como usar Mutantes e Malfeitores para aventuras de espionagem a lá James Bond e Shield." - Essa é uma ótima justificativa. Claramente eles tem interesse em popularizar (ou dinamizar) as regras e possibilidades do sistema. Isso iria de encontro a lançamentos como o Freedom City (livro de cenário), muito específico.

2 - "O título "Agents of Freedom" não significa somente "Agentes da Cidade de Freedom." - Na verdade, ele tem um significado amplo..." - um erro que muita gente incorre quando le o título da obra sem saber seu conteúdo. É um livro bem abrangente permitindo sua utilização em muitos cenários.

3 - "Por várias razões de produção, ele se encaixa em nossa grade agora..." - Não podemos nos esquecer que que a Jambô é um empresa e como tal não pode ser levada pela emoção e gosto do público simplesmente (não que isso não seja importante para eles, e todos sabemos o quanto é). Mas programções e cronogramas tem de ser levados à sério por empresas para garantirem sua sobrevivêcia - e tenho certeza de que ninguém quer ver a Jambô se dando maç.

4 - "Temos planos de transformar M&M no principal sistema genérico do Brasil (assim como o Gurps foi nos anos 90). Para isso, precisamos de títulos de gênero, que tornem o sistema o mais versátil possível (como Warriors and Warlocks e Mecha and Manga). Esses títulos aumentam a base de jogadores do sistema, e permitem que tenhamos um mercado maior para absover títulos mais especializados..." - Está é realmente a melhor notícia dentro do post do Rafael. Temos uma carência enorme de um sistema genérico para assumir o lugar do GURPS. E com toda a certeza M&M pode assumir esse lugar, inclusive corrigindo faltas que haviam.

5 - "O UP será publicado sim (ainda não tenho a informação de quando)." - A segunda melhor notícia do post já que estou louco por este suplemento...basta torcermos para que não demore.

Ficou muito bem explicado e temos a certeza de duas coisas. Primeiro que o sistema M&M tem toda uma estratégia por detrás de seus lançamentos, uma estratégia pensada e analisada cuidadosamente. Segundo que tivemos uma grande sorte do sistema ter caido nas mãos competentes da Jambô Editora, uma garantia de ótimo tratamento da produção e dos fãs.

Se você desejar acompanhar o debate no Fórum Jambô é só dar uma olhada AQUI!