Como vocês já sabem, firmamos um intercâmbio entre o Bardo (As Crônicas do Bardo Acorde, se preferirem por extenso) e a Confraria, semanalmente um blog enviará um pouco de seu conhecimento para o outro. Esta semana estrearei a minha parte nesta parceria, pois uma equipe sempre evolui mais rápido que um herói solitário.
O que acontece depois que seus heróis já são conhecidos? Com certeza não da mesma forma que um bando de desconhecidos. Até que ponto o reconhecimento e a notoriedade podem ser explorados no seu jogo?
O que acontece depois que seus heróis já são conhecidos? Com certeza não da mesma forma que um bando de desconhecidos. Até que ponto o reconhecimento e a notoriedade podem ser explorados no seu jogo?
Por mais absurdo e ofensivo a inteligência que possa parecer, me inspirei para fazer essa postagem ouvindo o Faustão. Sabem aquelas situações em que a televisão de casa, por mais que tenha meia centena de canais, fica justamente no Faustão? Pois bem, o dito cujo estava num trololó com a Deborah Secco sobre fama e me ocorreu o assunto sobre o qual tratarei neste texto. Nunca esnobem fontes de inspiração (e, não, eu não estou incentivando ninguém a ficar olhando televisão, que dirá olhando o citado programa).
Então, a fama. Se seus personagens já tem algum nível é de se imaginar que eles já tenham concluído algumas aventuras com sucesso, mas isso não o torna conhecido. Aventureiros, na maioria dos mundos fantásticos, existem às toneladas e feitos pequenos são esquecidos facilmente. Para conseguir notoriedade, quase invariavelmente, tem que ser feito algo grandioso, épico, que mude o mundo. Usando Tormenta como exemplo (vá lá, todo mundo conhece Arton, não?), tente lembrar de quantos nomes realmente se destacam em toda a história do cenário: Paladino, Mestre Arsenal (que é vilão, mas e daí?), Vectorius, Talude, Akram do Braço Metálico, e alguns outros poucos. Qualquer jogador teve mais personagens que isso. Mesmo que seu heróis tenha salvado dezenas de donzelas, não vai chamar mais atenção que se salvasse apenas a filha do rei. Você pode matar mil orcs que não vai ser aclamado mais do que quem matou o general orc que comandava a invasão (pensando bem, Buffalo Bill ficou conhecido apenas porque matou mil bufalos..). Mas ainda não foi para esse assunto que sentei para escrever.
Se os personagens já são conhecidos, independente de como isso ocorreu, algumas coisas devem ser observadas e podem até mesmo servirem como ideias para novas aventuras. A primeira é que seus heróis não passarão despercebidos em praticamente lugar nenhum, então, esqueça as manobras de furtividade ou tentar invadir algum lugar incógnito na multidão. Será muito mais fácil apelar para a boa vontade local ou para o bom e velho "carteiraço". Outra coisa que pode acontecer é o efeito inverso, pois algumas cidades e vilas são controladas por bandidos, o que dificulta muito o trabalho de bons samaritanos que venham a passar por ali.
Uma situação que pode acontecer quando os personagens são heróis reconhecidos é a chance de aparecerem impostores. Se bem me lembro, no primeiro capítulo de Rurouni Kenshin havia um bandido se fazendo passar pelo Battousai, que era o protagonista da história. Os heróis podem ter tremendos problemas até explicar que não fizeram algo que os impostores fizeram, desde pagar pelos estragos até serem considerados os impostores, passando por restaurar sua honra e perseguir e punir os verdadeiros culpados. Por consequência deste tipo de possibilidade, os heróis famosos tendem a ser desconfiados. Todos podem estar se aproximando por interesse, desde partilha nos tesouros, um golpe do baú (achou mesmo que aquela linda camponesa se apaixonou por seus belos olhos?), ou mesmo coisas mais sérias como um assassino querendo roubar seus tesouros e/ou assumir seu lugar.
A fama pode ser uma companheira perigosa (como tantas outras) em mundos fantásticos, mas pode deixar tudo muito divertido se for utilizada com sabedoria.
Que esta seja a primeira parte de uma longa e próspera parceria. Sucesso para todos nós.
Bena
