Política em HQs, RPGs
e afins
RPG, quadrinhos, cinema,
literatura, dentre tantos outros, têm uma ligação indestrutível com a
realidade. Embora seus temas pareçam diretamente, à primeira vista, apenas
fantasia, eles são repletos de elementos reais como suporte para sua construção.
Eles são fruto de autores que vivem no mundo real e o vivenciam. Esses autores
estão interagindo com este mundo consciente ou inconscientemente ao mesmo tempo
em que são influenciados constantemente por ele, mesmo que não percebam. Por
mais que uma obra possa parecer de uma fantasia única e completamente alheia à
nossa, o artista chegou lá por uma série de influências reais.
Nunca foi tão sem sentido dizer
que “meu hobby” (e coloque aqui qualquer um deles, de RPG à quadrinhos, de
livros à filmes) não deve ser misturado com política. Todas as produções são um
resultado de um autor inserido em uma sociedade ao mesmo tempo em que interage
com ela.
Comecei a escrever este texto
depois que li um comentário de um membro aleatório de um grupo de RPG
reclamando sobre “que era um erro misturar debates políticos [racismo] com meu
hobby favorito” no mesmo dia em que a Paizo lançou um comunicado abordando o
tema. Coincidentemente, lendo o ótimo site Nerdsonearth no mesmo dia, me deparei
com um artigo que fazia um paralelo entre um arco dos quadrinhos dos X-Men com
o caso George Floyd. Eu sei que usar o exemplo dos X-Men como elemento de
política nas HQs (e cultura pop em geral) já é hiper batido, mas às vezes temos
que desenhar para que alguns entendam.