Material de Apoio - Navegação
Sua excelência o navio I - O Casco
O casco de um navio é a parte que literalmente sustenta a embarcação na água. Como estamos lidando com navios à vela de uma época clássica de pirataria e fantasia temos claro que estas embarcações são de madeira.
A forma do casco agrega à embarcação características específicas. As principais estariam relacionadas ao seu comprimento e à largura de sua lateral. Eles podem ser alongados, mas de lateral (costado) curta, ou robustos com costado grande. O costado é a parte lateral do casco. Quanto maior o costado da embarcação maior será seu espaço interno.
Além disso, uma embarcação alongada e com costado curto tende a ter maior velocidade e maior facilidade de realizar manobras por questão de peso e área lateral. Ao mesmo tempo uma embarcação mais robusta com um casco menos longo e com amplo costado tende a ser mais lenta por ser muito pesada.
Embarcações como os tirrenes e as galeras, por exemplo, eram alongados de proa a popa e com costado curto. Sua estrutura era assim para possibilitar que remos pudessem ser utilizados, embora se valessem de velas também. Mas este costado limitado impossibilitava que tivessem grande espaço interno – não possuíam nem uma linha de canhões. De qualquer forma, outras embarcações, como co clipper – exclusivamente à vela – ganhavam muito em velocidade por terem uma estrutura alongada e de costado estreito.
Em contra-partida os navios de costado largo não eram tão alongados nem tão rápidos, mas ganhavam muito em poderio de artilharia e em força humana. Claro que aqui estou considerando apenas o fator casco nestas análises, mas posteriormente veremos que as velas e suas variedades também influenciavam e muito na velocidade. Essas embarcações de grandes costado – tal como os galeões – poderiam ter até três linhas de tiro (sem contar a linha de tiro no convés) de cada lado graças ao amplo espaço lateral. Seu espaço interno era enorme contando com vários andares desde o convés superior até a base do casco e comportando um grande contingente de homens.
Outra característica dos cascos são os castelos de proa e popa. São acréscimos nas extremidades frontal e traseira do casco criando um ou mais conveses acima do convés principal.
Estas estruturas têm como função desde uma melhor visão do piloto para navegação, até um ganho em espaço interno. Algumas embarcações chegam a ter quatro jogos de convés num castelo de popa. Normalmente coloca-se nestes castelos – principalmente no frontal – peças de artilharia de pequena boca para tiros mais precisos à curta distância.
Danos eram muito difíceis de serem reparados em alto mar. A melhor alternativa era reparos de urgência enquanto o capitão procurava um local para ancorar. Embora resistente, a madeira era um alvo facilmente destruído por uma bala de canhão. Danos, principalmente abaixo da linha da água eram praticamente irrecuperáveis. Ao mesmo tempo, num combate, os capitães preferiam sempre tiros mais altos na expectativa de conseguirem capturar o navio inimigo.
por João EC Brasil