sábado, 20 de dezembro de 2008

Material de Apoio - Navegação 13

Material de Apoio - Navegação


Armamentos dos Piratas III

CANHÕES


Não se pode pensar em grandes aventuras pelos mares sem lembrarmos das insuperáveis batalhas travadas com canhões de lado a lado.


O desenvolvimento dos canhões foi lento dentro da história, principalmente no que tange aos utilizados em navios. Inicialmente eram de ferro forjado e de tamanho pequeno. Costumavam ser colocá-los na proa, em uma estrutura giratória, para disparos um pouco mais precisos e eficazes em curta distância, mas faziam, na verdade, mais barulho do que estrago.



Com o tempo o desenvolvimento da arte de fundição possibilitou a criação de canhões de barras de ferro fundidas e reforçados por anéis de ferro, ficando ambas as extremidades abertas. Eles eram fixados em estruturas de madeira sem rodas. Ainda tinham uma capacidade de disparo muito reduzida, pois possuíam alma lisa (não havia ranhuras dentro do cano). Sua munição não passava de pedras de calcário. Nesta época eles eram dispostos em plataformas de madeira agrupados normalmente me número de três à quatro no convés. Assim poderiam ser disparados juntos ou individualmente.


Com o início do século XV a evolução da fundição do bronze possibilitou um grande impulso na fabricação dos canhões. A grande qualidade das peças fez com que sua utilização ultrapassasse cem anos em alguns países. Mas seu grande custo era um empecilho considerável. As possibilidades da fundição em bronze abriram as portas para a criação de diversos calibres.


Junto à evolução dos canhões, a munição começou à evoluir também sendo substituídas as pedras por projéteis de ferro ou chumbo. Como os projéteis variavam em tamanho e peso os canhões começaram a ser classificados conforme o peso do projétil que utilizava.



Mas, por incrível que pareça, a grande inovação técnica que revolucionou a guerra com canhões no mar, foi a invenção das portinholas nas laterais do casco. Sua utilização possibilitou que as peças de artilharia saíssem dos conveses e tomassem lugar em pontos que se tornariam ainda mais mortíferos. A possibilidade de dispararem de conveses mais baixos, podendo atingir o adversário na linha da água, era um incremento tremendo à utilização estratégica deles. Além disso, com as portinholas, poderiam agregar mais peças de artilharia por navio, utilizando-se de mais de uma linha de tiro por lado conforme as possibilidades da embarcação. A capacidade de mais ou menos bocas de fogo por embarcação criou uma forma de classificação dos navios conforme seu poder de fogo indo da primeira à sexta clase.



Os tipos de canhões fundidos são classificados conforme a munição possível dele utilizar.


PEDRAS COMO MUNIÇÃO: Estas peças utilizavam pedras (normalmente de granito) como munição sendo conhecidos também por pedreiras. Possuíam carregamento apenas pela culatra (parte oposto de onde há o disparo) e possuíam grande variedade de calibres, mas com pouquíssima precisão.


PEÇAS DE METAL COMO MUNIÇÃO: Estas peças de artilharia poderiam ser divididas em colubrinas (itens A e B na imagem abaixo) e canhões (item C na imagem abaixo). Eram carregados, na grande maioria dos casos, pela boca e todos possuíam uma armação com quatro rodas. O uso das rodas é explicado pela necessidade de recuar a peça para que fosse carregado de forma mais eficiente. Este processo era demorado, mas mais eficiente do que sua alternativa que consistia em colocar um artilheiro montado sobre o cano, do lado de fora, para recarregar a peça. A diferenças entre canhões e colubrinas estava na relação comprimento-calibre da peça. As colubrinas tinham maior comprimento do cano em relação ao calibre que utilizava, tendo, conseqüentemente, maior alcance que os canhões. Elas poderiam variar em: Quarto de colubrina (munição de 2 Kg e alcance de 0,4 à 2 Km); Meia colubrina (munição de 5 Kg e alcance de 0,8 à 4,5 Km); Colubrina (munição de 11 Kg e alcance de 1,5 à 6 Km); Grande colubrina (pesando 2 toneladas, com munição de 14 Kg e alcance de 1,8 à 7 Km).



Os marinheiros que manejavam as peças de artilharia tinham funções específicas. O Bombardeiro seria o artilheiro principal e a pessoa com maior conhecimento no ato de usar a peça de artilharia. À ele cabia escolher a munição, realizar a mira e efetuar o disparo. O bombardeiro só respondia ao Condestável – cargo ocupado por um imediato ou contramestre. O bombardeiro era auxiliado por um ou dois marinheiros variados (marujos ou grumetes).


O ATO DE DISPARAR:


A ação de disparo dos canhões era não muito complexa, mas necessitava de certo conhecimento e muita prática. Aqui será apresentada a forma de utilizar peças de maior calibre e localizadas nos conveses inferiores (mas não diferiam muito das pequenas peças de artilharia que eram utilizadas no convés superior, havia diferença apenas no tamanho da munição utilizada).


CARREGAR: O canhão era retrocedido cerca de um metro e meio à dois metros para melhor manuseá-lo. Este procedimento era demorado devido ao peso da peça, mas possibilitava um carregamento mais eficaz. Normalmente se utilizavam dois homens junto à embocadura da peça para carregar. A pólvora era depositada pela boca da peça. A medida de pólvora era, mais ou menos, o mesmo do peso da munição. Esta pólvora poderia ser colocada de duas formas – numa ela era colocada à granel dentro do cano; na outra ela estava acondicionada em pequenos sacos já na medida certa. Após isso ela era socada com uma vara comprida com um tipo de estopa na ponta. Depois a munição era depositada e igualmente socada. Novamente o canhão era avançado até a portinhola do casco. O bombardeiro efetuava a mira conforme as ordens do Condestável. Estava pronto para o disparo.


DISPARO: Com a pólvora socada, normalmente o atirador (bombardeiro), apenas encostava algum elemento em brasa no orifício, na parte superior da peça, que era o suficiente para acender toda a pólvora. Com a explosão da pólvora e o disparo da munição o canhão poderia ser jogado até três metros para trás. Para prevenir danos internos ao navio ou aos marujos, haviam calços para as rodas do canhão numa distância que possibilitava que recuasse cerca de dois metros. Além disso, poderia possuir um jogo de cordas, dispostos com roldanas, para amenizar e frear seu recuo.

RECARREGAR: Após o disparo o cano atingia grande temperatura não sendo incomum queimaduras nos artilheiros. Ele devia ser limpo e escovado dos restos de pólvora do disparo anterior antes de receber novamente a pólvora. Isso poderia levar mais de três minutos. Após isso só era necessário repetir os passos anteriores e efetuar novo disparo.

Confira também:
Armamentos dos Piratas - Armas brancas
Armamentos dos Piratas - Armas de fogo

Arquivo de Fichas - Mutantes e Malfeitores - Manto e Adaga

Arquivo de Fichas - Mutantes e Malfeitores
Manto & Adaga


ADAGA – Tandy Bowen


Nível de Poder: 8

FOR 10 (0) DES 16 (+3) CON 12 (+1) INT 14 (+2) SAB 14 (+2) CAR 14 (+2)

Resistência +5; Fortitude +4; Reflexo +4; Vontade +6.

Ataque +4, +6 [adagas de luz]; Dano 0 [desarmada], 10 [adagas de luz]; Defesa +11; Esquiva +5; Iniciativa +7.

PERÍCIAS: Acrobacia +7, Intuir intenção +6, Notar +7, Performance [dança] +9.

FEITOS: Alvo esquivo, Armação, derrubar aprimorado, Especialização em ataque [adagas de luz], Iniciativa aprimorada, Sem medo, Sorte.

PODERES: Controle de luz 8 [PA: Criar objeto 8 [adagas de luz] [Feito: Maestria em arremesso 2]; Raio [de luz] 6 [PAD: Pasmar 6 (somente visão); Falha: Ação –1] – Ligado - Cura 5 [Feito: Sedativo; Falha: Limitado –1 (somente outros)]; Super-sentidos 2 [Detectar escuridão, Percepção da escuridão].

Pontos: 106
20 (habilidades) + 12 (salvamentos) + 30 (combate) + 4 (perícias) + 7 (feitos) + 33 (poderes)


MANTO – Tyrone Johnson

Nível de Poder: 11

FOR 16 (+3) DES 12 (+1) CON 12 (+1) INT 16 (+3) SAB 14 (+2) CAR 10 (0)

Resistência +8; Fortitude +6; Reflexo +3; Vontade +6.

Ataque +6; Dano +3 [desarmado]; Defesa +14; Esquiva +7; Iniciativa +1.

PERÍCIAS: Conhecimento [Manha] +7, Intimidar +7, Intuir intenção +5, Obter informação +6.

FEITOS: Agarrar aprimorado, Armação, Assustar, Ataque furtivo, Blefe acrobático, Duro de matar, Presença aterradora 2, Esforço supremo [salvamento], Sem medo.

PODERES: Intangível 3 [energia da escuridão] [PAD: Super-movimento 2 (andar no ar); Feito: Inato; Falha: permanente –1]; Controle da escuridão 6; Teleporte 5 [Falha: curta distância –1]; Bolsão dimensional 4 [Feito: Afeta intangível] – Ligado – Drenar 7 [Todas as características – Extra: Vampírico +1; Falha: Ação –1 (completa)].

Pontos: 175
22 (habilidades) + 40 (combate) + 18 (salvamento) + 5 (perícias) + 10 (feitos) + 80 (poderes)

Diário de um Escudeiro - 18

Vigésimo oitavo dia de Cyd de 1392.

Realmente o amanhecer na Estalagem fora ótimo. Sir Constant acordou cantarolando como raramente eu vira. Ele passou aquele dia numa alegria esfuziante. As brincadeiras dele eram constrangedoras para as moças que nos acompanhavam. Na saída da estalagem um grupo de comerciantes pediu o obséquio de acompanharmos sua caravana até Gallienn. Então, na nossa companhia, estava uma quantidade considerável de pessoas, e isso incluía algumas raparigas que se derretiam para cada piada que meu senhor contava.

Assim o humor de Sir Constant estava garantido pelo menos pelo tempo em que elas nos acompanhassem. E elas, pelo visto estavam, também, encantadas com a presença de um verdadeiro cavaleiro.

Aquele primeiro dia transcorreu calmo. Os ares do outono melindrosamente avançavam tentando quebrar o calor já não tão forte. Era um caminho fácil este pedaço até Gallienn. Florestas de árvores não tão exuberantes em tamanho, mas sempre belas como tudo o que a grande mãe Allihanna cria. Claro que vez por outra a presença de cavaleiros de Yuden nos escrutinando era notada numa permanente vigília.

Conheci algumas pessoas bem interessantes, sem bem que o termo interessante pode ser usado à exaustão por mim que nunca saí dos campos de Namalkah. A caravana que acompanhávamos era composta por seis carroções abarrotados de mercadorias. Tinham ainda mais cinco carroças particulares para os comerciantes e seus empregados.

A caravana era uma sociedade de dois amigos, Karbos & Sullion Mercadorias, como eles mesmos se denominavam. Karbos era de Deheon e Sullion era um anão. Conheceram-se num dos grandes festivais de Gorendil a mais de vinte anos. De lá para cá sempre trabalharam juntos. Sua caravana era seu lar. Suas carroças levavam tudo o que precisavam para viver, inclusive suas famílias. Não que não tivessem uma casa da forma convencional, mas preferiam ficar de olho nos negócios. Além deles, acompanhavam a caravana quase três dúzias de empregados de todos os tipos. Eram vendedores, aias, camareiras e empregados para todas as necessidades que o negócio pedisse. Inclusive um grupo de três aventureiros que prestavam trabalho de segurança para Karbos e Sullion.

Kalla era um ladino. Como ele mesmo dizia - “quem melhor do que um ladrão para proteger os outros destes larápios das estradas?”. Era um Halfing muito alegre de olhos vívidos. Usava uma roupa totalmente verde para lhe deixar o mais camuflado possível no meio do mato. Ele ficava o tempo todo à frente da caravana ora avançando algumas jardas ora acompanhando os donos dando-lhes algumas dicas.

Trícia era uma aventureira das matas. Muito bela logo chamou a atenção de Sir Constant, mas pelos seus olhares ela estava mais disposta à retalhar-lhe do que fazer afagos. Montava um belo cavalo malhado que parecia entender tudo o que ela lhe falava. Volta e meia seu arco era retesado sem aviso e uma flecha encontrava um alvo que faria parte do jantar.

O terceiro aventureiro era Mikail. Ele era um caçador muito jovem que se dizia com ser um adepto do deus menor Lupan, deus dos caçadores. Era um pouco mais velho do que eu, mas sua experiência estava léguas de distância. Me contou que crescera no meio da floresta numa pequena vila de caçadores aos pés das Uivantes.


Passei quase toda a primeira parte do dia ao seu lado ouvindo suas aventuras junto dos outros dois aventureiros.
Contei-lhe, com muito orgulho, de minha contenda nas portas de um templo de Keenn e de minha vitória. Mas disse-lhe que tinha vontade de me aprimorar para ser mais útil ao meu senhor.

“- Tinha que aprender mais do uso da adaga, pelo menos, e quem sabe de uma espada pequena” – disse-lhe.

“- É verdade. Acho que todo o rapaz tem o dever de aprender a manusear uma arma para lhe proteger e para proteger os seus.”

“- Meu senhor precisa de que lhe seja o mais útil possível.”

“- Não sei bem se ele é a pessoa mais indicada para precisar de algo ou se está interessado nisto, mas posso lhe dar umas dicas iniciais, até que encontre alguém mais indicado par isso.” – ao que parece meu senhor não atraia muitos fãs.

Na tarde, nem o almoço tinha se assentado bem e já estava procurando Mikail para minhas primeiras aulas.


Foram dicas sobre o uso correto da adaga num combate. Ele explicou-me que das diferenças de usar a adaga nos afazeres da fazenda, como eu estava acostumado, e do uso num verdadeiro combate.

É incrível como apenas mudando a posição da adaga na mão já sentimos grande diferença na luta. Ele ensinou-me primeiramente algumas posições de defesa. Ele disse-me que se conseguirmos nos defender já é meio caminho andado. Foi uma hora muito proveitosa. Quando recomeçamos a viajem e lhe continuou a dar-me dicas mesmo sobre o cavalo. Sir Constant continuava seguindo viajem ao lado da carroça das raparigas que quase caiam dela por tanto se debruçarem tentando chegar mais perto dele. Com isso meu treinamento passou desapercebido.

Na nossa parada para dormirmos dispomos as carroças em um círculo bem fechado e acendemos algumas fogueiras do lado de fora e de dentro do círculo. Trícia tinha caçado pelo menos uma gazela e um porco do mato. Além disso, Karbos e Sullion não eram conhecidos por serem mesquinhos quanto as refeições. O jantar fora fartíssimo.

Depois de todos meus afazeres junto ás necessidades de meu senhor, e aproveitando que ele já estava engraçando-se com pelo menos três moças, corri para a fogueira dos aventureiros. Kalla estava no meio do mato e por lá ficaria para espreitar nosso redor. Comi meu jantar junto de Mikail e Trícia. Nesta altura ele já contara minha aventura para a aventureira que logo me passou tantas dicas que confesso não lembrar nem da metade. Depois pediu para que demonstrasse o que Mikail houvera me ensinado numa demonstração teatralizada como se estivéssemos – eu e ele – num verdadeiro combate. Ela ia interrompendo e corrigindo uma coisa ou outra entre cada gole na garrafa de vinho.

Por fim, depois de algumas horas de muita diversão ela adormeceu recostada em seu cavalo. Todo o acampamento estava em silêncio e a maioria das lamparinas estavam apagadas. Os sons da floresta estavam mais presentes ainda. O único som díspar vinha da tenda de Sir Constant, e ele não estava sozinho.

Conversei ainda mais algum tempo com Mikail, mas logo vim para a minha tenda. Não desejava perder nenhum detalhe para colocar no diário.

Foi um dia incrível.