Uma trilha sonora para sua seção III
Neste terceiro post sobre músicas como trilha sonora de seções de RPG resolvi trazer algumas experiências pessoais para ilustrar meus comentários.
Quero frisar novamente que músicas devem ser usadas com muito cuidado em nossas seções de jogos ou corremos o perigo transformarmos nossa aventura numa tremenda festa. Por mais que uma musiquinha de fundo entretenha os jogadores ele pode ser muito mais útil para tirar a atenção e o foco de todos do que ilustrar algum momento importante.
O uso que considero coerente para trilhas sonoras em jogos de RPG são em momentos pontuais. Procure por momentos críticos, que necessariamente não precisam ser apenas momentos de combate. Momento crítico é qualquer momento em que o jogo traz alguma surpresa para o grupo de jogadores, ou virada no seguimento do jogo, ou um encontro importante.
O exemplo abaixo eu usei no funeral de um npc importante na trama que estava ocorrendo. Ele era um cavaleiro valoroso e adorado em sua comunidade que se sacrificou pelo grupo em meio à um combate. A cena transcorreu com uma narrativa com o tema escolhido de fundo. Posso garantir que foi muito significativo para o grupo deixando lembranças até hoje em todos. A versão que apresento abaixo não está editada. Para quem não conhece é um versão de “Amazing Grace” tocada por 300 gaitas de fole em uma apresentação de orquestra de Andre Rieu.
O Segundo exemplo que trago também não foi utilizado em combate, mas no início de um segmento do jogo que aconteceria em mar aberto. Os jogadores, de uma outra aventura, passariam algumas semanas (no jogo) entra certas ilhas. Em vários momentos eu usei o tema abaixo para melhorar a ambientação do jogo. A versão que está abaixo também não está editada e para quem não conhece ela é uma composição de Vangelis, chamada de “Conquista do Paraíso”, para o filme “1492”.
Mas não podemos achar que é simplesmente pegar uma música e colocar para tocar. Para ela se encaixar perfeitamente bem no jogo ela necessita do mesmo cuidado que damos à aventura quando a estamos criando. O conjunto aventura e música não deixam de ser uma coisa só. A escolha, a edição, o momento de colocá-la para tocar, quanto ela durará, tudo isso passa por um trabalho de preparação do mestre que é sim cansativo, mas ao mesmo tempo é gratificante quando executado.