Pathfinder Segunda
edição
Contos
O Sudário dos Quatro
Silêncios
Os
chifres de alarme dos kobolds tocaram pela caverna.
Gristleburst
congelou por uma batida nas cordas de escalada, atordoado pelo choque da
descoberta e a pura maré de ruído que se erguia das estranhas luzes verdes
abaixo. Então, amaldiçoando, o goblin ancorou suas garras no cânhamo áspero e
olhou para baixo, examinando a cena.
Um
mar de perigo fervilhava sob eles. Os kobolds sobreviventes dos Presas
Faiscantes estavam doentes e morrendo de fome, mas havia muitos deles - três ou
quatro dezenas, pelo menos - e eles brandiam suas picaretas e pás
violentamente. Nenhum tinha fundas ou arcos, mas havia muitas pedras quebradas
espalhadas pela caverna, e vários Presas Faiscantes já as estavam agarrando
para jogar.
Uma
pedra atingiu o lóbulo da orelha de Gristleburst com uma picada. Outra atingiu
Wendlyn, provocando um grunhido. Em segundos, esses primeiros tiros se
transformariam em uma barragem avassaladora.
Pior
ainda, os imundos sacaram pequenas bestas e encaixavam setas entalhadas em suas
armas. Gristleburst teria apostado cada dente que ainda tinha que aquelas setas
estavam envenenadas.
Nada
bom, nada bom. Os humanos não podiam lutar nas cordas. Eles seriam derrubados
por pedras e setas venenosas, e então Gristleburst ficaria sozinho novamente.
Ele
não queria ficar sozinho.
O
goblin soltou uma das pulseiras enfeitadas com bombas que havia enrolado nos
pulsos antes de começar a descer. Ao contrário dos humanos, aparentemente, ele
havia planejado isso. Mais uma vez, coube a Gristleburst salvar seus
companheiros, que mais uma vez, mostraram-se densos demais para agirem por
conta própria. Sorte deles ter um goblin tão inteligente em quem confiar.
Ele
mirou no maior agrupamento de kobolds, girou o bracelete para criar impulso
suficiente para estabilizar seu arco e jogou as bombas contra o chão da
caverna.