História da Espada
Pensar em espadas é pensar a
história de pelo menos os últimos 3000 anos. Não por pouco que ela foi chamada
de “A Rainha das Armas”. Em sua longa vida ela foi o resultado de uma
sofisticação do conhecimento humano aliada à uma evolução das técnicas de
combate.
A espada é frequentemente
atribuída às civilizações do velho mundo e aos povos que herdaram a
arma. A espada era uma das principais armas no Egito, na África, na
Caldéia, na Ásia, na Grécia pré-helênica, em Roma e no continente europeu.
A idade do Bronze estava em seu
auge. Os homens aprendiam a trabalhar com formas diferentes de metais. A cada
dia descobriam uma forma nova, um metal novo. Antes disso, no início da Idade do
Metal, o caminho mais fácil (e porque não dizer lógico) foi a criação de adagas
e facas de metal tentando imitar aquilo que conheciam e produziam de pedra (não
foi iniciar uma palestra antropológica sobre isto) por isso era inevitável que
formas pequenas fossem as primeiras a serem testadas em metal.
Na Idade do Bronze foi a primeira vez que forjou-se lâminas longas (longa em comparação às adagas e facas, e em forma de folha) e com cabos. Foi o exercício do conhecimento adquirido em uma infinidade de experiências realizadas por eles. O mais aceitável é que as primeiras experiências de espadas tenham sido de cabos sendo colocados em pontas de lança. As primeiras forjas foram de cobre e produziam as lâminas em bronze por ser um metal mais fácil de ser trabalhado com a tecnologia que tinham na época.
Como qualquer outra evolução tecnológica, o estímulo para a evolução da espada veio de três fatores – facilidade de manusear, resistência da arma e valor para produção (ou a relação entre facilidade de produzir/dificuldade de encontrar a matéria-prima).
Com isso a espada começou como
uma peça única de metal indo da lâmina à empunhadura e em forma de folha com
comprimento médio de 50 centímetros (havendo poucos exemplos com cerca de 80 cm
e sendo as 30cm a preferência dos espartanos). Algum tempo depois ela ganhou
revestimentos para a empunhadura por uma questão de conforto e para facilitar o
manuseio. Na Grécia antiga temos as principais representantes das espadas em
forma de folha e de bronze - a Phasganon
e a Xiphos. As espadas do Império
Romano começaram também em forma de folha e de bronze, mas com o advento do uso
do ferro as espadas começaram a ter lâmina reta gerando o famoso Gládio, cuja principal evolução foi a
Spatha.
Gládio e Spatha |
Curiosidade:
A palavra ‘ESPADA’ vem do latin spatha (espada longa e reta romana de
cavalaria), e anteriormente, do grego spathe. Por esta definição sabres e
katanas não seriam espadas. Por definição elas seriam uma arma branca de um ou
dois fios numa lâmina reta cortante ou perfurante e com uma empunhadura.
Esse desenvolvimento da lâmina
de bronze e ferro não foram exclusividade das regiões gregas e romanas. Os
povos do período celta tardio, os “bárbaros” escandinavos e vikings, tinham uma
variação da spatha romana. Era uma espada de ferro, com lâmina reta e com as
duas laterais afiadas, mas com uma ponta arredondada, medindo entre 85cm e
110cm.
Com o século IX e o contato dos povos a espada como era conhecida começou a mudar. A lâmina estreitou-se e a empunhadura alongou-se, ganhando a guarda cruzada clássica para proteger as mãos, o pommel ficou mais pesado (e ornamentado) para equilibrar o movimento da lâmina. Inicialmente essas espadas eram uma mistura dos estilos ‘vikings’ e ‘romanos’, como uma espada de transição. Foi inicialmente chamada de Arming sword ou espada-de-uma-mão como foi tipicamente conhecida no início da Idade Média. Com seus cerca de 80cm era a espada padrão dos campos de batalha ate o século XIV . Era leve e com ótimo equilíbrio, projetada mais para cortar do que para perfurar.
O advento das armaduras, cada
vez mais espessas e protetoras, serviu como um das razões à evolução das espadas.
Tivemos três tipos de espadas surgindo dessa época: as broadswords, as sideswords
e as longswords. Espadas mais longas
eram necessárias para causar mais dano e perfurar tamanha proteção ou para se
adaptarem às mudanças nas formas de combate e técnicas de guerra da época. Estes
três tipos de espadas foram usadas por mais de três séculos (entre os séculos
XIII e XVII) e eram a arma mais amplamente usada nas guerras e combates por
toda a Europa.
Longsword |
Sidesword |
Outro segmento de espadas surgiram na Idade Média, uma espécie de variação da Spathas romanas. As conhecidas claymores (derivada do termo gaélico claudheamh mòr, que significa espada grande) e as greatswords (ou grandes espadas) propriamente ditas, que eram normalmente usadas e conhecidas como espadas-de-duas-mãos. Eram espadas para combates pesados e que requeriam técnicas específicas para seu manuseio.
Claymore |
Nos séculos XVI e XVII as rapiers tronaram-se muito populares.
Eram espadas mais leves com uma proteção ornamental para o punho, baseando-se
mais nos golpes de perfuração do que de corte. Estávamos em plena época dos
duelos. Junto com as inovações que esse novo tipo de espada trouxe tivemos o
incrível surgimento de inúmeras escolas de combate sendo as principais as
escolas alemã e italiana.
Basket-hilted sword |
Não é o nosso interesse em fazer um tratado sobre espadas, apenas tornar claro diferenças e características e apresentar aos fãs de fantasia, seja RPG ou literatura, elementos que possam ser usados.
[Atualização 2018]