sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Curso de Heráldica

CURSO DE HERÁLDICA

III – O Escudo

Reconhecidamente como o elemento principal do brasão, o escudo é onde está a maior parte da informação – ou a parte principal dela – que o brasador desejar transmitir. Por isso mesmo é, também, a parte mais complexa do brasão. Ele possui uma série de elementos que podem transmitir milhares (ou mais) de informações quando em junção com outros elementos. Por isso será a parte mais complexa e demorada deste pequeno curso. O mais complicado é que grande parte deste elementos muda conforme a nacionalidade do brasão ou conforme o período da história. Muitos livros e sites tentam dar uma certa organizada nisso, mas é claro que perdemos uma grande parcela de informação com isso. Tentaremos deixar isso o mais organizado possível, sendo criando apartes para informações pertinentes e interessantes.

Os elementos ligados ao escudo tem a ver com a forma que ele possui, a posição em seu interior, as cores utilizadas em sua pintura em diversas de suas partes, elementos que são sobrepostos ao interior do escudo e figuras que podem ser gravadas no escudo.


Escudo: As formas

Este é um elemento estranho. Digo isso pois, ao mesmo tempo em que ele é a alma do brasão, visto que nele estarão todas as informações que serão interpretadas pelo ‘heraldo’, ao mesmo tempo sua forma simplesmente não possui qualquer elemento interpretativo. Muito do que está relacionado à forma do escudo decorre de simples estética. Embora alguns estudos digam que em alguns casos essas formas podem indicar informações como nacionalidade e época de criação, mas mesmo essas informações não são confiáveis e fixas.

Abaixo apresentamos apenas algumas das muitas formas existentes.



Escudo: Os esmaltes

Os esmaltes nada mais são do que as cores aplicada à estrutura do escudo e ao resto do brasão. Eles são elementos fundamentais para a compreensão do brasão. Se dispuséssemos apenas da forma teríamos uma quantidade muito limitada de interpretações. Mas com os esmaltes – e sua mistura – essa interpretação aumenta em muito em quantidade. Existem três tipos de esmaltes: os metais, as cores e as peles.

Eles são divididos em setes esmaltes tradicionais (cinco cores e dois metais), mais as peles (sendo duas as principais, mas existindo mais dez) e mais cinco esmaltes secundários (ou de uso restrito).

Existem duas formas de representarmos essas cores. A primeira delas é com a própria coloração nos sendo possível, visualmente, identificar suas diferenças. Mas o que fazemos quando desejamos representar tais esmaltes, mas não dispomos de colorações para tanto? Esse problema surgiu no século XVII quando havia uma grande dificuldade de demonstrarmos os esmaltes. A solução veio com um sistema de representação gráfica criada pelo padre Pietra Santa. Cada um dos esmaltes ganharam um equivalente representado por pontos ou traços. Assim, mesmo que não tenhamos a cor em si, podemos descobrir qual ela é.

Os metais são Ouro e Prata. As cores são Azul, Verde, Vermelho, Preto e Púrpura (como as cinco cores tradicionais) e Laranja, Escarlate, Vinho, Marrom e Cinza. As peles são Arminhos e Veiros (ainda existindo muitas outras). Vamos vê-los um a um.


Metais

Eles são em número de dois – ouro e prata. Esses dois metais têm uma representação nobre (embora fosse e pudesse ser utilizado em qualquer brasão).

Ouro


Cor: Ouro (amarelo dourado)
Outros Idiomas: gold, or, oro.
Representação: superfície pontuada
Metal: ouro
Pedra preciosa: topázio
Astro celestial: sol
Elemento da Natureza: fogo
Dia da semana: Domingo
Mês: Junho
Virtude: caridade e excelência da nobreza
Na armaria real: ‘tol’
Na armaria de nobres: ‘topázio’
Na armaria restante: ‘ouro’
Obrigações cavaleirescas: servir seus soberanos cultivando as belas letras.


Prata


Cor: Branco
Outros Idiomas: silver, argante (arjante e arjent)
Representação: superfície lisa
Metal: prata
Pedra preciosa: pérola
Astro celeste: lua
Elemento da natureza: água
Dia da semana: segunda-feira
Mês: Junho
Virtude: fé, pureza, integridade
Na armaria real: lua
Na armaria nobre: pérola
Na armaria restante: prata
Obrigações cavaleirescas: servir seu soberano na náutica, defender as donzelas e amparar os órfãos.

Material de Apoio - Lâminas 32

MATERIAL DE APOIO – LÂMINAS
- ESPADAS -


ESPADAS RENASCENTISTAS – AS RAPIERS IV

O Broquel: quem disse que é só um escudo
?

Os jogadores de RPG conhecem bem o que é broquel, mas muito torcem o nariz para seu uso. Ledo engano. Mortal equívoco. Na vida real ele poderia ser muito mais efetivo do que os grandes, mas pesados e lentos, escudos, e igualmente letal.



Menos comum que as adagas ele era a peça escolhida principalmente por espadachins profissionais, tais como soldados, milicianos e mercenários, por necessitar de um grande grau de treinamento. A população comum pouco usava este equipamento, embora não fosse completamente ignorado.

O Broquel (ou buckler, do francês “bouclier” significando escudo, do francês arcaico bocle ou boucle) era um pouco diferente do que imaginamos, pelo menos os leigos e muitos jogadores de RPG. Seu formato é de um pequeno disco metálico tendo entre 15 e 40 centímetros de diâmetro. Livros como o “D&D 3.5 - Livro do Jogador” mostram o broquel como um escudo preso ao antebraço do guerreiro. Este era apenas um dos modelos que já existiram – o mais antigo.



O Broquel é muito antigo, tendo surgido por volta do século XIII e sendo usado até o advento das armas de fogo, por quase cinco séculos. Naquela época, nos modelos mais remotos, ele era preso no mesmo braço que empunhava uma espada curta e quase sempre com a função defensiva. Mas mesmo nessa época alguns modelos já eram usados como elemento de ataque sendo mais uma opção para o espadachim, embora ainda de forma rara, sem especialidade e pouco efetiva. Ele maximizava a defesa do espadachim dando tranqüilidade quanto à ataques ao braço que empunhava a espada – sua principal função na época.

Com as rapiers houve a separação dos dois em dois braços. Com o advento das rapiers e sua velocidade, o broquel saiu do braço que empunhava a espada e foi ser utilizado pelo outro. Além disso, ele deixou de ser apenas fixada no antebraço e passou a ser seguro pela mão, de forma perpendicular em relação ao disco metálico. Isso conferia rapidez e precisão muito além que dos modelos anteriores.



Eles eram feitos de aço na grande maioria das vezes. Possuiam um formato circular – embora outras formas não fossem incomuns – tendo um apoio para ser seguro pela mão em seu centro, por dentro. A sua face externa era curva e sem nenhuma espécie de ranhura ou bloqueio, para deslizar a lâmina adversária. Sua beirada podia ser levemente afiada ou com uma série de cravos e pontas acompanhando a lateral do aço. Seu centro poderia ser simplesmente convexo – para caber a mão por dentro – ou, além disso, possuir uma ponta nas feições de um punhal.


Manuais como os germânicos, para uso das rapiers, mantiveram vivo o conhecimento sobre este belo e útil equipamento. Eles listavam inúmeras ‘regras’ para a boa utilização dos broqueis, onde as cinco principais eram:

1. Proteção da mão: o primeiro uso do broquel era proteger a mão da espada;

2. Deflecção: a leveza do broquel e seu centro curvo fazia dele excelente para defletir lâminas. A deflecção poderia deixar a guarda do oponente aberta para um contra ataque de uma rapier;

3. Cegar: a leve espada usada em conjunção com o broquel possibilitava rápidos movimentos, onde um simples segundo poderia ser cruvial. A empunhadura de um broquel poderia ser usada para proteger a posição da mão que empunha a espada, escondendo-a ou enganando para o próximo movimento;

4. “Punho metálico”: um buckler poderia ser usado para direcionar o ataque do oponente conforme era movimentada a face dele;

5. Atado: o buckler podia ser usado pata prender a mão da espada do oponente contra seu próprio corpo.

Com tudo isso o broquel passou a ser um elemento ativo nos combate entre espadachins que empunhavam rapiers dando um ótimo equilíbrio para a segunda mão, numa mescla perfeita entre ataque e defesa.

Existiam duas táticas para seu uso, segundo DiGrassi. A primeira seria de tomar a posição de guarda segurando o broquel à altura do peito mantendo o pé esquerdo para a frente. Com isso o espadachim mantinha protegido seu peito e abdômen – alvos preferenciais num combate – ao mesmo tempo que rapidamente ele poderia move-lo defletindo o golpe da rapier adversária para a esquerda.

Na segunda o espadachim deixaria o braço que segurava o broquel dobrado à linha do peito cintura, mas em seu flanco. Essa posição funcionava mais contra golpes de corte do adversário.

Como elemento ofensivo ele tinha as mesmas limitações das adagas – a necessidade de uma aproximação perigosa. De qualquer forma o grande grau de treinamento que aqueles que empunhavam um broquel juntamente com uma rapier tinham de ter lhes conferia certa vantagem. As táticas de uso do broquel ofensivamente passavam por duas formas. Na primeira ele poderia ser usado para conferir um impacto contra o adversário – normalmente no rosto – na sua superfície plana. Nessa situação, se houvesse um grampo nas feições de um punhal em seu centro o dano poderia ser melhor, e o abdômen do adversário também seria um alvo.

Na segunda o espadachim poderia realizar um movimento circula, como de corte, para atingir a lateral do escudo contra o adversário. Isso funcionava muito bem contra o braço do adversário, principalmente naquele que empunhava a espada. Da mesma forma que no exemplo anterior, se houvessem grampos laterais ou protuberâncias, o dano poderia ser muito maior.

Quadrinhos - a volta de Watchmen

A volta de Watchmen... nos quadrinhos

Uma ótima notícia para os fãs de Watchmen. A DC Comics informou que pretende lançar histórias dos heróis criados por Alan Moore (foto ao lado) e Dave Gibbons. Essa idéia não é nova. Desde a época em que as revistas foram lançadas (1986 e 1987), o próprio Moore havia sugerido uma série com doze edições onde o foco central seria os Minutemen. Outras idéias foram sugeridas pela DC na época, mas nada disso saiu da prancheta. Após essa época tudo esfriou pois Moore e Gibbons sempre se mostraram contrários à continuações, além de que o presidente da DC, Paul Levitz, nunca desejou uma continuação que não fosse encabeçada pela dupla de criadores.

Mas os resultados estrondosos que o filme gerou com uma retomada da venda de revistas e séries encadernadas reavivou o tema. O interesse é tão grande que há a clara intenção de criar continuações mesmo sem os autores originais. A idéia seria criar séries com as origens dos personagens, continuações e até mesmo uma revista mensal.

Inicialmente o projeto – por questões contratuais – deve ser ofericido inicialmente à dupla de criadores. Caso não aceitem – o que é um fato praticamente consumado – outros devem ser selecionados para a tarefa.
A encruzilhada em que a DC está é... terão o mesmo sucesso sem a dupla de criadores da série? Acho que isso não impedirá eles, e espero que tenham, pelo menos, um grande cuidado com a produção que mantém seu sucesso mesmo com mais de vinte e cinco anos.