domingo, 21 de fevereiro de 2010

Livros - O Museu

O MUSEU – Véronique Roy

Desde o lançamento de Código Da Vinci tivemos muitas obras influenciadas claramente por ele. Mas nenhuma com tamanho sucesso. O Museu, de Véronique Roy, é um thriller policial da melhor qualidade, superando inclusive as vendas sempre constantes das obras que apresentam o doutor Langdon.

A obra parece ter uma temática banal colocando frente à frente um cientista – o dr Peter Osmond, geólogo e paleontólogo da Universidade de Harvand – e um geofísico do Vaticano – o padre Marcello Magnani. Juntos eles investigarão um meteorito na tentativa de descobrir se haveriam ou não vestígios de vida fora da Terra. Mas então o Museu em que estão estudando – Museu de História Natural de Paris – é assolado por macabros e sanguinários crimes, obrigando os dois cientistas a se juntarem para a solução do mistério. A obra leva o leitor à uma incrível corrida contra o tempo, ao mesmo tempo que discutes as teorias criacionista e evolutiva.

Traduzido em vários idiomas é a febre dos últimos meses, e aqui no Brasil não e diferente. A editora Bertrand Brasil acertou me cheio em apostar nessa obra de 378 páginas. Para os interessando à uma ótima crítica feita por Romilda Raeder no Le Monde Diplomatique.

Curso de Heráldica

CURSO DE HERÁLDICA

Escudo: Os esmaltes

Peles


Desde o início da história do homem um dos principais materiais utilizados para a proteção contra o frio e a intempérie foram as peles. Na Europa isso foi uma constante. Não por menos que esse elemento acabou ganhando seu espaço na representação de armas de muitos cavaleiros e reinos. As principais peles usadas em brasões eram de roedores europeus conhecidos por arminhos. Eles possuem uma pelagem muito branca com uma mancha preta apenas na ponta da cauda.

Existem duas interpretações para o uso da peles desses animais. A primeira seria uma lenda européia. Segundo esta lenda os arminhos seriam animais extremamente limpos. E, se fossem encurralados, onde a única forma de escapar fosse por um caminho que sujasse a sua pelagem, eles prefeririam ser mortos. Isso era interpretado como alguém que preferia a morte a ter seu nome e posição sujos. A outra explicação veria de uma interpretação um pouco mais realista. Segundo ela as peles desses roedores eram muito mais caras e representativas de riqueza e status (diferente de peles de animais maiores). Essa segunda versão também era corroborada pelo fato de a maioria dos mantos e vestimentas reais eram forradas por essas peles. De qualquer forma as peles acharam seu lugar dentro da construção dos brasões.

Tradicionalmente as duas peles mais utilizadas pela heráldica, embora não sejam as únicas, são a de Arminho e de Vieiro.

Arminhos
Essas são as mais tradicionais e as mais usadas peles da heráldica. Os arminhos são roedores semelhantes às doninhas com uma pelagem extremamente branca. Na heráldica as peles são representadas de forma estilizada representando o animal à que pertence. No caso dos arminhos a representação clássica é feita pela Mosqueta. Esse termo representa a pegada do arminho e sua cauda negra.


A representação do arminho (como de todas as peles) na heráldica necessita de alguma atenção. Sua representação e descrição parte do esmalte do escudo e depois descreve a cor da mosqueta. Veja os dois primeiros escudos abaixo.


O primeiro é: de prata, com três mosquetas em negro colocadas 2 e 1. Na segunda: de ouro, com três mosquetas em vermelho colocadas 2 e 1. Isso é quase que uma regra. Apresentamos a tintura aplicada ao escudo, e depois apresentamos a cor da mosqueta e sua disposição (isso será explicado depois).

A segunda representação das peles parte da relação da mosqueta com o escudo e sua tintura (veja os quatro escudos abaixo, na figura acima). Vamos entender da seguinte forma. Normalmente a mosqueta em cor negra é depositada sobre uma tintura (seja cor ou metal), embora na grande maioria das vezes isso acontece com metais. Desta forma temos quatro representações possíveis.

Nos quatro escudos da figura podemos perceber bem a relação da mosqueta com seus respectivos escudos. Conforme o metal, ou sua inversão na cor escudo-mosqueta, dá seu nome. É considerado como base a mosqueta negra sobre a prata, recebendo propriamente o nome de Arminho. Todas as outras três nomenclaturas são relacionadas à esse nome.

É importante salientar que toda a explicação das nomenclaturas é relativamente complicada, mas muito necessária se qualquer um ter em mãos a descrição de um brasão sem sua imagem.

Veiros
Esta é a segunda pele mais comum nos brasões. Sua representação é ainda mais estilizada que a dos arminhos. As figuras estilizadas representam a pelagem do Esquilo da Sibéria, que possui uma coloração azulada em suas costas e a cor branca na barriga. Durante a Idade Média os mantos eram forrados com as peles desse esquilo de forma alternada, lado a lado, cinza-azulado ao lado de branco. Por esse motivo que a estilização ficou com a configuração apresentada. Essa disposição das peles costuradas também deram o nome ‘veiro’, que vem do latim ‘de variis coloribus’, que significa ‘de cor variada’, passando para o francês ‘vair’ e espanhol ‘vero’, e chegou ao português ‘veiro’.

As imagens estilizadas são formadas por peças dispostas horizontalmente. Essas peças têm a forma de uma campânula (vaso de vidro ou metal em forma de sino). Devido à cor da pelagem do animal a cor básica do veiro é uma peça em azul, seguido de seu inverso em metal. Quando temos a campânula com outra cor de esmalte, dizemos que o mesmo está ‘veirado’ (por exemplo, se as cores fossem ouro e vermelho diríamos que a peça estaria ‘veirada de ouro e vermelho’). É importante salientar que o veiro deve sempre ocorrer entre uma cor e um metal, nunca podendo deixar lado a lado duas cores ou dois metais.


A variedade de disposições é enorme como, se pode perceber.