Pathfinder Segunda
edição
Contos
O Sudário dos Quatro Silêncios
Capítulo 4: A Maldição do Apostador
Dois
dias depois, eles foram para a pensão de Lisli, um barraco sem janelas rio
abaixo que cheirava a peixe podre e lixo abandonado. Wendlyn não esperava que
Osgrath estivesse vivendo no luxo, mas ainda estava chocada ao descobrir que o
lugar estava tão ruim quanto era. Ela nem tinha percebido que Otari tinha
acomodações tão sombrias.
Osgrath
estava esperando por eles lá dentro, não muito mais sóbrio do que na primeira
reunião. Seu quarto era um dos únicos dois na cabana; o outro parecia estar
vazio. A única mobília à vista era uma pilha de roupas sujas que pareciam
servir de cama para o homem.
Wendlyn
contornou a pilha de roupas e encostou-se no pedaço de parede de aparência mais
segura que pôde encontrar. “Por que você não nos conta um pouco mais sobre
esse fantasma?”
“Certo.
Certo.” Osgrath tirou do bolso uma garrafa de cerâmica suja e deu um gole.
Mesmo sendo Wendlyn quem lhe fez a pergunta, ele dirigiu sua resposta a
Lisavet.
Wendlyn
não ficou surpresa. Desde crianças, as pessoas mostravam à irmã mais nova uma
deferência e respeito que raramente lhe davam. A princípio, Wendlyn presumiu
que era porque Lisavet, sendo humano, parecia mais velha e mais respeitável
desde a juventude. Mais tarde ela percebeu que não era isso; Lisavet apenas
irradiava uma autoridade inata que as pessoas sentiam e respondiam. Ela nem
parecia perceber que tinha feito isso.