CURSO DE HERÁLDICA
I – O Início da Heráldica
Quantas vezes nos deparamos, em filmes e jogos de rpg principalmente, com escudos e brasões e nos perguntamos – será que existe uma lógica, uma regra nisto tudo? Pois é, a heráldica desvenda os mistérios seculares de uma das atividades que já foi umas das mais raras e requisitadas da sociedade ocidental.
Numa sociedade cujo meio de comunicação e transmissão de conhecimento era a palavra falada e a imagem, a necessidade de transmitir informações e mensagens claras era primordial. Isso não seria possível sem um ordenamento, uma regra estabelecida. A heráldica surgiu como uma solução para isso.
Um conceito um tanto frio é dado nessas palavras: “heráldica é a ciência que estuda e interpreta as origens, evolução, significado social e finalidade da representação icônica da nobreza, isto é, dos escudos de armas. Como ciência, a heráldica é atual e autônoma, embora intimamente ligada à história e à arte”. Infelizmente eu considero ele parcial pois quem já estudou, mesmo que de forma superficial sabe que estudar um brasão é como desvendar um mistério, como procurar nuances escondidas num quadro pintado, tentando perceber o que o artista estava tentando transmitir. É a apreciação da arte num de seus mais interessantes elementos.
Durante a Idade Média uma das atividades mais importantes e requisitadas para a realização dos torneios de cavalaria e justas era a do “heraldo”. À ele caia a responsabilidade de apresentação dos cavaleiros, assim como a sua identificação adequada, atestando sua nobreza. Isso por si só já demonstra a importância do procedimento de dar um símbolo à uma pessoa passando este a ser sua verdadeira identidade.
A história da heráldica ainda não tem pontos seguros para seu início. A teoria mais aceita a remonta para o início das invasões árabes à Europa, remontando o surgimento da heráldica à Península Ibérica em pleno século VIII. Mesmo assim o reconhecimento de uma organização e codificação apenas aconteceu muito tempo depois, no século XII.
Mas por que essa necessidade? Uma razão aceita, e até certo ponto muito simples, era de que a heráldica surgiu para pura identificação de cavaleiros durante as batalhas ou sua função. Numa época em que um cavaleiro usando uma armadura completa fica sem possibilidade de que fossem identificados, um sistema que sanasse isso era imperativo. Fosse num torneio, fosse num combate, a confusão sobre quem era aliado ou inimigo ocorria. Com isso emblemas pessoais eram pintados nos escudos, elmos, nas roupas sobre a armadura e nas coberturas dos cavalos.
Inicialmente a aceitação foi tão grande que rapidamente se difundiu por toda a comunidade cavaleiresca e aristocrática. Nesta fase os emblemas representavam um cavaleiro de forma individual e, em certos casos, seus laços de vassalagem (ligação à um outro nobre) e as terras que possuía. Mas a confusão foi evidente já que por vezes os cavaleiros usavam até mais de um emblema.
Para sanar duplicações e confusões criou-se uma rígida normatização. Os brasões começaram a ser ‘concedidos’ pelo monarca como uma recompensa por serviços. Para a criação desses brasões de armas instituiu-se o serviço de “arautos-de-armas”. À eles foi deixada a tarefa de criação de uma norma. Num primeiro momento usaram cores contrastadas e figuras simples – era a heráldica dando seus primeiros passos.
Durante o século XII, logo após a codificação, a posse desses brasões passou a ser hereditário e representativo de uma família ou linhagem. Outra grande modificação aconteceu no século XIII com o aparecimento dos primeiros emblemas para mulheres (nesse caso recebiam o nome de ‘Lisonja’).
II – Conceitos
Vamos começar com uma série de conceitos e entendimentos necessários para podermos ter uma compreensão melhor do assunto.
O brasão seria o trabalho completo, com todos os seus elementos e trazendo a mensagem que deve ser dada e transmitida à quem o olha. As regras são uma normatização de como cada elemento do brasão será utilizado e trabalhado.
Essas regras conceituam formas, cores, adereços e elementos decorativos dando um norte para quem trabalha com a fabricação de brasões – esta atividade se chama ‘brasonar’.
Muitas o brasão em si é confundido com um outro termo que serve quase como sinônimo – escudo. Na verdade o Escudo é um dos elementos, o elemento primeiro, de um brasão. Mas não podemos confundi-los para bem de não criarmos conceitos errados ou entendimentos equivocados.
O último conceito necessário, neste primeiro momento é com relação à posições – esquerda (sinistra) e direita (destra). Sempre que utilizamos essas referências de posição não podemos esquecer de que ela deve ser utilizada pela perspectiva de quem está segurando o ‘escudo’. Isso no início pode causar um pouco de confusão, mas rapidamente será absorvido por vocês.
O brasão de armas pode ter duas formas. O Brasão de Armas Maior seria o brasão composto pelo escudo e por todos os adereços que compõe a figura. A segunda forma seria a apresentação apenas do escudo, quando o espaço não possibilita a apresentação do desenho completo (por isso que a confusão dos termos, apresentada anteriormente, surgiu).
Quantas vezes nos deparamos, em filmes e jogos de rpg principalmente, com escudos e brasões e nos perguntamos – será que existe uma lógica, uma regra nisto tudo? Pois é, a heráldica desvenda os mistérios seculares de uma das atividades que já foi umas das mais raras e requisitadas da sociedade ocidental.
Numa sociedade cujo meio de comunicação e transmissão de conhecimento era a palavra falada e a imagem, a necessidade de transmitir informações e mensagens claras era primordial. Isso não seria possível sem um ordenamento, uma regra estabelecida. A heráldica surgiu como uma solução para isso.
Um conceito um tanto frio é dado nessas palavras: “heráldica é a ciência que estuda e interpreta as origens, evolução, significado social e finalidade da representação icônica da nobreza, isto é, dos escudos de armas. Como ciência, a heráldica é atual e autônoma, embora intimamente ligada à história e à arte”. Infelizmente eu considero ele parcial pois quem já estudou, mesmo que de forma superficial sabe que estudar um brasão é como desvendar um mistério, como procurar nuances escondidas num quadro pintado, tentando perceber o que o artista estava tentando transmitir. É a apreciação da arte num de seus mais interessantes elementos.
Durante a Idade Média uma das atividades mais importantes e requisitadas para a realização dos torneios de cavalaria e justas era a do “heraldo”. À ele caia a responsabilidade de apresentação dos cavaleiros, assim como a sua identificação adequada, atestando sua nobreza. Isso por si só já demonstra a importância do procedimento de dar um símbolo à uma pessoa passando este a ser sua verdadeira identidade.
A história da heráldica ainda não tem pontos seguros para seu início. A teoria mais aceita a remonta para o início das invasões árabes à Europa, remontando o surgimento da heráldica à Península Ibérica em pleno século VIII. Mesmo assim o reconhecimento de uma organização e codificação apenas aconteceu muito tempo depois, no século XII.
Mas por que essa necessidade? Uma razão aceita, e até certo ponto muito simples, era de que a heráldica surgiu para pura identificação de cavaleiros durante as batalhas ou sua função. Numa época em que um cavaleiro usando uma armadura completa fica sem possibilidade de que fossem identificados, um sistema que sanasse isso era imperativo. Fosse num torneio, fosse num combate, a confusão sobre quem era aliado ou inimigo ocorria. Com isso emblemas pessoais eram pintados nos escudos, elmos, nas roupas sobre a armadura e nas coberturas dos cavalos.
Inicialmente a aceitação foi tão grande que rapidamente se difundiu por toda a comunidade cavaleiresca e aristocrática. Nesta fase os emblemas representavam um cavaleiro de forma individual e, em certos casos, seus laços de vassalagem (ligação à um outro nobre) e as terras que possuía. Mas a confusão foi evidente já que por vezes os cavaleiros usavam até mais de um emblema.
Para sanar duplicações e confusões criou-se uma rígida normatização. Os brasões começaram a ser ‘concedidos’ pelo monarca como uma recompensa por serviços. Para a criação desses brasões de armas instituiu-se o serviço de “arautos-de-armas”. À eles foi deixada a tarefa de criação de uma norma. Num primeiro momento usaram cores contrastadas e figuras simples – era a heráldica dando seus primeiros passos.
Durante o século XII, logo após a codificação, a posse desses brasões passou a ser hereditário e representativo de uma família ou linhagem. Outra grande modificação aconteceu no século XIII com o aparecimento dos primeiros emblemas para mulheres (nesse caso recebiam o nome de ‘Lisonja’).
II – Conceitos
Vamos começar com uma série de conceitos e entendimentos necessários para podermos ter uma compreensão melhor do assunto.
O brasão seria o trabalho completo, com todos os seus elementos e trazendo a mensagem que deve ser dada e transmitida à quem o olha. As regras são uma normatização de como cada elemento do brasão será utilizado e trabalhado.
Essas regras conceituam formas, cores, adereços e elementos decorativos dando um norte para quem trabalha com a fabricação de brasões – esta atividade se chama ‘brasonar’.
Muitas o brasão em si é confundido com um outro termo que serve quase como sinônimo – escudo. Na verdade o Escudo é um dos elementos, o elemento primeiro, de um brasão. Mas não podemos confundi-los para bem de não criarmos conceitos errados ou entendimentos equivocados.
O último conceito necessário, neste primeiro momento é com relação à posições – esquerda (sinistra) e direita (destra). Sempre que utilizamos essas referências de posição não podemos esquecer de que ela deve ser utilizada pela perspectiva de quem está segurando o ‘escudo’. Isso no início pode causar um pouco de confusão, mas rapidamente será absorvido por vocês.
O brasão de armas pode ter duas formas. O Brasão de Armas Maior seria o brasão composto pelo escudo e por todos os adereços que compõe a figura. A segunda forma seria a apresentação apenas do escudo, quando o espaço não possibilita a apresentação do desenho completo (por isso que a confusão dos termos, apresentada anteriormente, surgiu).