segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vídeo Game - Heavy Rain é um divisor de águas

Heavy Rain – The Origami Killer

“Até que ponto somos suficientemente fortes para
aguentar a morte ou sofrimento.
E se esse sofrimento e morte for
de alguém que realmente amamos?
Até onde iremos nós por alguém que amamos?”

Como matéria inaugural desta nova seção da Confraria de Arton abordaremos este incrível jogo para PS3. Depois de joga-lo, em casa de amigo, confesso que fiquei muito estimulado à comenta-lo aqui. Quero muito que todos conheçam ele.

O mais difícil quando começamos a jogar este incrível jogo da Quantic Dream é chegar a uma conclusão que a qual estilo ele pertence. Ele foge à grande maioria de estilos claramente delimitados em características claras. Jogo? Filme? Ambos? Nenhum deles? Essa dúvidas perduram por todo o tempo em que estamos jogando. A própria jogabilidade complica ainda mais esta conclusão.


Muitos sites sobre games deixaram claro que a Quantic Dream foi extremamente corajosa em investir tão pesado num jogo como Heavy Rain uma vez que a narrativa e o enredo são o plano principal do jogo, deixando a ação e a própria jogabilidade em segundo plano.

Um jogo com esta natureza cobra um preço. Ele é, de certa forma, lento no início, pelo menos até termos nos interado melhor do enredo e nos acostumado com o estilo.

No jogo controlamos quatro personagens distintos: Ethan Mars, pai adotivo que procura recuperar seu filho; Scott Shelby, detetive particular que realiza uma investigação por conta própria; Norman Jayden, agente do FBI; e Madison Paige, uma personagem misteriosa.

O jogo inicia num dia comum na vida de Ethan – esposa, bom emprego, boa casa, dois filhos. Mas essa aparente calma é quebrada com a morte de um de seus filhos vítima de atropelamento. Na tentativa de salva-lo o personagem também é atropelado e fica em coma por dois anos. Quando saímos deste prólogo somos jogados num ambiente escuro e sombrio que permanecerá por quase todo o jogo. Neste ambiente depressivo que retrata a vida de um pai amargurado o segundo filho desaparece misteriosamente. Aqui começa verdadeiramente o jogo.


Ethan supõe que seu filho, Shaun, tenha sido uma vítima de um serial killer que tem atuado recentemente na região e que é conhecido por ‘o assassino do origami’. Daqui em diante todo o enredo se desenrolará.

Como já disse, o jogo centra-se na narrativa. Tudo gira em torno dela e de que forma reagimos à ela. Cada decisão tomada pode e vai influenciar todo o transcorrer do jogo e muitas vezes só saberemos disso muito tempo depois. No jogo não existe aquele perigo que temos de nosso personagem morrer. Não se morre em Heavy Rain (ou pelo menos a morte não encerra o jogo). O foco não é o fim do personagem, mas como chegaremos ao seu final e principalmente, com quais escolhas pessoais decidiremos chegar lá.

A jogabilidade é simples. Para os movimentos usamos R2 para a movimentação e escolhemos a direção com o direcional. Nas cenas de ação – perseguições e lutas – o jogo transcorre com o sistema ‘quick time events’.

Esse sistema é a indicação de utilizarmos um (ou mais) botões ou imitar movimentos com o analógico para realizarmos certas tarefas exigidas pelo jogo. Isso pode ser solicitado em um grande número de ações simultâneas. O mais legal é que essas situações podem aparecer à qualquer momento do jogo, em qualquer condição, caminhando numa loja ou na rua, em meio à uma conversa com outro personagem ou mesmo vasculhando um ambiente. Para trazer ainda mais emoção à esse sistema o jogador não sabe ao certo o resultado de cada uma de suas decisões (demonstrando as decisões e escolhas pessoais do personagem), mesmo as erradas trarão resultado (que podem ser inclusive a morte do personagem).

Isso acaba por culminar naquilo que eu acho que já está claro para todos. As combinações possíveis para chegarmos ao final são tão grandes quanto os finais possíveis.

Com relação aos quesitos técnicos do jogo ficamos igualmente surpresos. Os gráficos são muito bonitos dando uma noção de realismo impressionante. Segundo alguns sites especializados, não existe nenhum jogo no momento com gráficos in-game comparáveis com Heavy Rain. Isso vale para os cenários, movimentação dos personagens e ambientações.


Os sons são um capítulo à parte, mas não menos impressionantes. Os efeitos sonoros trazem uma ambientação perfeita. Passos, a chuva, sons ambientes, tudo se encaixa perfeitamente claro e agradável à temática do jogo.

Se a Quantic Dream apostou pesado numa nova proposta de game, podemos dizer com tranqüilidade que ela, na verdade, criou uma nova maturidade para games, onde o enredo desafia a ação e mesmo a construção gráfica de um jogo.

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