THE LAST OF US
“Droga… Mais Estaladores!”
-
Palavras mais comuns de Joel
por quase todo o jogo
By Douglas "Antonywillians"
Apocalipse zumbi
já se tornou uma mania nos games e demais mídias. Um mundo tomado por essas
criaturas que um dia foram humanos vivos agora estão por todas as partes
esperando carne de sangue fresco aparecer e devorá-lo. E geralmente você é essa
carne fresca. Mas imagine que agora você também é responsável por transportar
por meio mundo uma criança que possui a cura para toda essa maluquice, e
ninguém acredita nisso… Pois bem, esta é a premissa de The Last of Us.
Aqui estou eu
novamente, resenhista Douglas Antonywillians, lhes trazendo informações sobre
mais um grande game. Um provável indicado
ao Video Game Awards deste ano, The Last of Us é um espetáculo de jogo,
um dos poucos lineares que vieram ganhando verdadeiro respeito dos fãs.
Este jogo de Ação
e Stealth foi desenvolvido pela Naughty Dog, a mesma da série Uncharted, tendo sido lançado
recentemente no dia 14 de junho de 2013, como um exclusivo da Sony, tendo saído para Playstation 3.
Tenha
medo…
Esta
história é baseada em um futuro provável!
Não há muito
tempo atrás um programa da BBC,
chamado Planet Earth, fez uma matéria
sobre um curioso fungo que vive em florestas tropicais como do Brasil e África,
comumente conhecido como Cordyceps. Ele
é conhecido por soltar esporos que entram em formigas e parasitam o corpo do
inseto, procriando até assumir conta do cérebro e então matar a criatura,
usando os últimos impulsos nervosos para locomovê-la até que o corpo esteja
completamente tomado pelo fungo, aproxime de outras formigas e espalhe seus
esporos para sua contínua procriação. O parasita não parece afetar outros seres
maiores, mas foi suficiente para a Naughty
Dog ter ideias para um novo e ótimo enredo.
Joel é um dos
principais. Não é um herói como era Nathan Drake em Uncharted, é apenas um homem comum com problemas do passado,
perdido em um mundo condenado… Agora incumbido com uma missão especial,
contrabandear a adolescente Ellie, que nasceu em meio a essas eras conturbadas,
até muito além dos muros que protegem sua cidade, pois ela mesmo tendo sido
mordida não evoluiu o fungo em si, logo podendo ser a cura para a humanidade.
Um verdadeiro fardo.
The Last of Us nos traz uma história talvez não
tão original, mas sensacional a seu estilo. Levando o personagem pelos mais
diversos cenários norte-americanos, como as zonas urbanas seguras conhecidas
por Quarentenas, cidades desoladas e arruinadas, bosques, usinas, acampamentos
de sobreviventes, universidades usadas como bunkers
etc. Durante cerca de 20 horas de jogo você atravessará uma grande distância
dos Estados Unidos enfrentando bandidos e as criaturas contaminadas, enquanto a
história narrará um conto de terror psicológico e de emoções reprimidas, dando
bons toques de drama pós-apocalíptico e medo do desconhecido.
Sobreviva
se Puder!!!
Há um bom tempo
iniciou uma mania de produtos com mortos-vivos e seres zumbificados na temática
de apocalipse, entretanto, também nos deparamos com uma fonte enorme de games
que por vezes nos faziam cansar de ficar sempre nesta idéia de inúmeros corpos
ambulantes, gemendo e prontos para arrancar parte da carne do protagonista.
Apesar de pedir, poucos possuíam uma verdadeira temática de survive, ao melhor estilo dos antigos Resident Evil em que munição era mais
raro que ouro!
Se estamos
falando de sobrevivência, isso também implica em perigo e morte iminente. O
verdadeiro
survive não é o que tem
pouco material, e sim aquele em que você precisa ser inteligente para poder
sobreviver. Onde mesmo que tivesse sobra de munição, ela seria inútil diante do
perigo que assola a sociedade. E The Last
of Us tem seus altos e baixos nisso. O jogo é repleto de inimigos, de
maneira que mesmo podendo usar ataques desarmados, não é aconselhado.
Geralmente são muitos e pouco espalhado, onde um erro de cálculo pode levar a
ser detectado por um grande grupo de pessoas e acabar encurralado de maneira
que mesmo uma boa munição coletada com bastante suor pode ser inútil. Esta é a
parte boa, mas só pode ser sentida na dificuldade Hard onde “escassez” é sinônimo, já na dificuldade Normal só irá sentir até a metade do
jogo, já que depois você poderá possuir tanta munição que poderá caminhar e
atirar que os inimigos cairão
A dinâmica de Stealth é muito boa, você trabalhará com
a ideia de sonoridade de forma muito frequente. Primeiro há a Síndrome do Eagle’s Vision, ou seja,
aquele poder em que você deixa a tela praticamente monocolor e é capaz de
melhorar seus sentidos para identificar alvos, extremamente conhecido a partir
da habilidade que provém de Assassin’s
Creed. Em The Last of Us os
personagens podem ficar parados, deixando a tela sem cor e podendo perceber
inimigos envolta usando a audição em que o protagonista se concentra para saber
onde estão cada um dos seres hostis e o que fazem, inclusive acaso estejam
parados sem se movimentar sequer aparece neste “radar.” Isso é essencial
especialmente quando nos deparamos com hordas inteiras de infectados ou de
bandidos. Mas não pensem que o jogo todo é se esconder de gente, também há
casos que terá que escapar de situações em que não tem como matar o alvo, ao
exemplo de uma parte em que bandidos usam um carro blindado com uma
metralhadora. Há como arremessar garrafas, tijolos e até atirar uma flecha em
pontos distantes para trabalhar com a noção de barulho e atrair a horda de
inimigos para longe de seu caminho de fuga.
Multiplayer
de Sobreviventes!
Não espere
infectados no multiplayer, eles são
até desnecessários. O foco aqui é a aventura visceral e cruel entre
sobreviventes para impedir a facção inimiga de viver enquanto mantém a própria
o mais resistente possível. Quando seu personagem é abatido e ninguém o salva,
lhe resta apenas rastejar pela própria vida, pedindo a sorte de aliados poderem
se aproximar ou levando um golpe de misericórdia do inimigo.
Análise
Última
Será
o Jogo do Ano?
Se não fosse
pela chegada do Ps4 e Xbox One este fim de ano é bem possível que este
exclusivo fosse o ganhador do prêmio Game
of the Year 2013 no famoso e esperado evento Video Game Awards, mas com a vinda de tantos jogos bons, teremos
que aguardar o que está por vir. Por hora consideremos os jogos previstos só
para a atual geração. Pois bem, este jogo tem muito o que fornecer de
argumentos.
É fato que há
muitos problemas no game que não o
torna melhor que ganhadores de anos anteriores como Elder Scrolls IV e V, ou Red Dead Redemption, até porque há uma
predileção por jogos Sandbox ou Open World no mínimo, o que levou muitos
a surpresa – e desconfiança – com o prêmio do ano passado ter ido para The Walking Dead, visto que por mais que
seja um bom jogo, não merecia vencer comparando com quem disputava o prêmio (um
deles o genial Mass Effect 3).
Há muito não
encontramos jogo que tenham a dificuldade de The Last of Us, sem indicações de onde a missão continua, o que nos
deixa um pouco perdido recentemente, com tal desenvolvimento psicológico e bem
trabalhado de personagens, e principalmente com tal inovação na arte da
dublagem. Este é simplesmente o jogo melhor dublado em português brasileiro dos
que já passou por minha mão. Não só há emoção e a voz combinando com os
personagens, como a movimentação da boca está combinando com as frases, o
problema está só que no início do jogo há uma pequena falta de sincronia que
pode incomodar um pouco.
Se falarmos de Bugs e Glitches, tenho que afirmar ter encontrado alguns sim no jogo,
inclusive quando os estaladores, um infectado poderoso e cego porque o cérebro
estourou do crânio para o crescimento do fungo, cegando o hospedeiro, passam a
perceber o personagem mesmo com certa distância e seguramente ele só tem sentido
da audição, logo sendo muito estranho tal coisa ocorrer – inclusive é bem fora
do contexto os estaladores ouvirem o menor passo, mas não sussurros do Joel
chamando Ellie. Raramente encontrará tais casos, o mais problemático foi em um
momento em que cavalgava (sim, sobraram cavalos no mundo) e houve um foderoso lag que até me fez engasgar por jamais
imaginar que um jogo linear tão bem trabalhado poderia ter isso.
Há um glitch interessante neste jogo. Quando
Joel faz cover próximo a Ellie,
simplesmente ela fica como que abraçada por ele, protegida. Originalmente
diríamos que é proposital, mas a própria empresa declarou que não era a
intenção, por acaso tal glitch ocorre
até combinando. Não a toa que por vezes nesta forma, o braço de Joel pode
atravessar o ombro e costas dela sem qualquer programação de colisão, ainda que
pareça uma inteligência artificial, o que aliás devo ressaltar é excepcional.
Os ajudantes irão lhe informar quando e por onde o inimigo se aproxima quando
não estiver vendo, podem arremessar tijolos, garrafas ou mesmo atirar em
oponentes para lhe ajudar, e tudo com bastante inteligência. Apesar da gafe em
que vez ou outra passam na frente do inimigo, mas são invisíveis a eles (!?).
The Last of Us é uma experiência única de survive, um jogo que esta geração
precisava realmente para encerrar com chave de ouro! Ele trabalha com ideias
tão complicadas como violência sexual, traição, traumas psicológicos,
homossexualidade e outros temas humanos com tal sutilidade que dão beleza
madura ao jogo. E ainda vem uma extensão DLC que já foi anunciada a sua
produção que contará uma história a parte que ajudará a compreender melhor o
mundo. Ou seja, é imperdível para jogadores de Playstation 3 e qualquer gamer
que deseje vivenciar um mundo apocalíptico sem heróis, sem vilões, sem solução,
sem desfecho, sem salvação.
Ficha Técnica
►Produtora: Naughty Dog
►Distribuidora: Sony CE AMerica
►Gênero: Ação
► História: Linear
►Jogadores: 1
►Console: PlaysStation 3;
Avaliação Técnica
►Graficos: 9.5
►Som: 10
► História: 10
► Personagens: 9.0
►Dificuldade: 8.0
►Jogabilidade: 9.0
► NOTA FINAL: 9.5
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