MATERIAL DE APOIO – LÂMINAS
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ESPADAS RENASCENTISTAS – AS RAPIERS IV
O Broquel: quem disse que é só um escudo ?
Os jogadores de RPG conhecem bem o que é broquel, mas muito torcem o nariz para seu uso. Ledo engano. Mortal equívoco. Na vida real ele poderia ser muito mais efetivo do que os grandes, mas pesados e lentos, escudos, e igualmente letal.- ESPADAS -
ESPADAS RENASCENTISTAS – AS RAPIERS IV
O Broquel: quem disse que é só um escudo ?
Menos comum que as adagas ele era a peça escolhida principalmente por espadachins profissionais, tais como soldados, milicianos e mercenários, por necessitar de um grande grau de treinamento. A população comum pouco usava este equipamento, embora não fosse completamente ignorado.
O Broquel (ou buckler, do francês “bouclier” significando escudo, do francês arcaico bocle ou boucle) era um pouco diferente do que imaginamos, pelo menos os leigos e muitos jogadores de RPG. Seu formato é de um pequeno disco metálico tendo entre 15 e 40 centímetros de diâmetro. Livros como o “D&D 3.5 - Livro do Jogador” mostram o broquel como um escudo preso ao antebraço do guerreiro. Este era apenas um dos modelos que já existiram – o mais antigo.
O Broquel é muito antigo, tendo surgido por volta do século XIII e sendo usado até o advento das armas de fogo, por quase cinco séculos. Naquela época, nos modelos mais remotos, ele era preso no mesmo braço que empunhava uma espada curta e quase sempre com a função defensiva. Mas mesmo nessa época alguns modelos já eram usados como elemento de ataque sendo mais uma opção para o espadachim, embora ainda de forma rara, sem especialidade e pouco efetiva. Ele maximizava a defesa do espadachim dando tranqüilidade quanto à ataques ao braço que empunhava a espada – sua principal função na época.
Com as rapiers houve a separação dos dois em dois braços. Com o advento das rapiers e sua velocidade, o broquel saiu do braço que empunhava a espada e foi ser utilizado pelo outro. Além disso, ele deixou de ser apenas fixada no antebraço e passou a ser seguro pela mão, de forma perpendicular em relação ao disco metálico. Isso conferia rapidez e precisão muito além que dos modelos anteriores.
Eles eram feitos de aço na grande maioria das vezes. Possuiam um formato circular – embora outras formas não fossem incomuns – tendo um apoio para ser seguro pela mão em seu centro, por dentro. A sua face externa era curva e sem nenhuma espécie de ranhura ou bloqueio, para deslizar a lâmina adversária. Sua beirada podia ser levemente afiada ou com uma série de cravos e pontas acompanhando a lateral do aço. Seu centro poderia ser simplesmente convexo – para caber a mão por dentro – ou, além disso, possuir uma ponta nas feições de um punhal.
Manuais como os germânicos, para uso das rapiers, mantiveram vivo o conhecimento sobre este belo e útil equipamento. Eles listavam inúmeras ‘regras’ para a boa utilização dos broqueis, onde as cinco principais eram:
1. Proteção da mão: o primeiro uso do broquel era proteger a mão da espada;
2. Deflecção: a leveza do broquel e seu centro curvo fazia dele excelente para defletir lâminas. A deflecção poderia deixar a guarda do oponente aberta para um contra ataque de uma rapier;
3. Cegar: a leve espada usada em conjunção com o broquel possibilitava rápidos movimentos, onde um simples segundo poderia ser cruvial. A empunhadura de um broquel poderia ser usada para proteger a posição da mão que empunha a espada, escondendo-a ou enganando para o próximo movimento;
4. “Punho metálico”: um buckler poderia ser usado para direcionar o ataque do oponente conforme era movimentada a face dele;
5. Atado: o buckler podia ser usado pata prender a mão da espada do oponente contra seu próprio corpo.
Com tudo isso o broquel passou a ser um elemento ativo nos combate entre espadachins que empunhavam rapiers dando um ótimo equilíbrio para a segunda mão, numa mescla perfeita entre ataque e defesa.
Existiam duas táticas para seu uso, segundo DiGrassi. A primeira seria de tomar a posição de guarda segurando o broquel à altura do peito mantendo o pé esquerdo para a frente. Com isso o espadachim mantinha protegido seu peito e abdômen – alvos preferenciais num combate – ao mesmo tempo que rapidamente ele poderia move-lo defletindo o golpe da rapier adversária para a esquerda.
Na segunda o espadachim deixaria o braço que segurava o broquel dobrado à linha do peito cintura, mas em seu flanco. Essa posição funcionava mais contra golpes de corte do adversário.
Como elemento ofensivo ele tinha as mesmas limitações das adagas – a necessidade de uma aproximação perigosa. De qualquer forma o grande grau de treinamento que aqueles que empunhavam um broquel juntamente com uma rapier tinham de ter lhes conferia certa vantagem. As táticas de uso do broquel ofensivamente passavam por duas formas. Na primeira ele poderia ser usado para conferir um impacto contra o adversário – normalmente no rosto – na sua superfície plana. Nessa situação, se houvesse um grampo nas feições de um punhal em seu centro o dano poderia ser melhor, e o abdômen do adversário também seria um alvo.
Na segunda o espadachim poderia realizar um movimento circula, como de corte, para atingir a lateral do escudo contra o adversário. Isso funcionava muito bem contra o braço do adversário, principalmente naquele que empunhava a espada. Da mesma forma que no exemplo anterior, se houvessem grampos laterais ou protuberâncias, o dano poderia ser muito maior.
Um comentário:
Parabéns pelo post joão, sinceramente não sabia tanto sobre o broquel quanto sei agora. Realmente é um aparato bruto!
Aproveitando queria deixar o link do BEHOLDER NÃO TEM BUNDA, hora que tiver um tempinho dá uma passada lá e deixa um comentário.
Grande abraço.
jacker
http://www.beholder.com.br
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