Exterminador do Futuro: a Salvação
- uma crítica -
Fui ao cinema, nesta quinta-feira, para assistir ao badalado “Exterminador do Futuro 4: A Salvação”. Confesso que li muitas críticas e resenhas sobre ele antes do assisti-lo. As opiniões se dividem entre os que gostaram muito e aqueles que torceram totalmente o nariz. Mas acho que podemos relativizar essa crítica. Cuidado: spoilers!
A Série
A série Exterminador do Futuro já rendeu muito dinheiro e agregou muito mais fãs. A temática tinha tudo para ter sucesso. Num futuro pós-apocalíptico a humanidade (ou o que restou dela) luta pela sobrevivência contra implacáveis máquinas com consciência própria. Nem precisamos dizer que as coisas estavam muito complicadas para os seres humanos. As máquinas, com acesso à grande tecnologia, criam incontáveis formas de enfrentar os homens.
O ápice destas macabras criações surge com os modelos Terminators (ou exterminadores) – com aspecto de seres humanos. Essas novas armas prometem desequilibrar a guerra e aniquilar, definitivamente, a humanidade. Ainda por cima quando as máquinas enviam um de seus exterminadores ao passado para tentar matar a mãe do principal líder da resistência humana. Os humanos enviam um operativo para tentar manter viva a mãe desse líder.
A fórmula é vencedora – ficção, ambiente pós-apocalíptico, ação, viajem no tempo – sempre tentando impedir um futuro de desgraças nucleares. É tão vencedora que rendeu mais duas continuações valendo-se do mesmo encadeamento, com os mesmos elementos, com direito à algumas variações aqui e ali, sempre banhadas com muitos efeitos especiais.
Até aqui é chover no molhado. Quase todos aqueles com cerca de trinta anos lembram-se de terem visto um ou todos os filmes cujo protagonista era inegavelmente o exterminador encarnado por Arnold Schwarzenegger. Além dele o elenco fixo era composto por Sarah Connor, estrelada por Linda Hamilton. Os outros papéis variavam conforme a necessidade.
A Mudança
O ápice destas macabras criações surge com os modelos Terminators (ou exterminadores) – com aspecto de seres humanos. Essas novas armas prometem desequilibrar a guerra e aniquilar, definitivamente, a humanidade. Ainda por cima quando as máquinas enviam um de seus exterminadores ao passado para tentar matar a mãe do principal líder da resistência humana. Os humanos enviam um operativo para tentar manter viva a mãe desse líder.
A fórmula é vencedora – ficção, ambiente pós-apocalíptico, ação, viajem no tempo – sempre tentando impedir um futuro de desgraças nucleares. É tão vencedora que rendeu mais duas continuações valendo-se do mesmo encadeamento, com os mesmos elementos, com direito à algumas variações aqui e ali, sempre banhadas com muitos efeitos especiais.
Até aqui é chover no molhado. Quase todos aqueles com cerca de trinta anos lembram-se de terem visto um ou todos os filmes cujo protagonista era inegavelmente o exterminador encarnado por Arnold Schwarzenegger. Além dele o elenco fixo era composto por Sarah Connor, estrelada por Linda Hamilton. Os outros papéis variavam conforme a necessidade.
A Mudança
Com Exterminador do Futuro, a Salvação, as coisas mudam radicalmente. Primeiro o cenário não é mais o nosso presente, mas o deles. O filme se passa na Terra em 2018. Isso significa que o ataque nuclear generalizado já ocorreu em escala mundial e que as máquinas estão em guerra com os humanos.
Os protagonistas mudaram também, pelo menos ao meu ver. Nos primeiros a história girava sempre no embate máquina-humano nas figuras do exterminador contra ora Sarah Connor ora John Connor. Agora o enredo não é tão pessoal. É um filme no melhor estilo de guerra, nada pessoal, nada particular. É a guerra de um lado contra o outro. Homens contra máquinas.
Significativamente estes são os dois pontos que mudaram de forma crucial no filme.
Em suma, este filme se passa antes do primeiro filme. Você deve estar se perguntando o quero dizer com isso. Mas é isso mesmo. Os acontecimentos deste filme se passam antes da vinda do primeiro exterminador ao passado, ou seja, nosso presente (isso já está ficando confuso). Os acontecimentos do filme – a destruição da sede da Skynet, em San Francisco pelas ações de John Connor – obrigam as máquinas à tomarem medidas extremas, ou seja, intervir no passado (que foi o enredo do primeiro filme).
Por isso que no título eu pergunto – “fechando um círculo?” Não posso ver de outra forma. Acho que por isso que muitos fãs desgostaram da obra cinematográfica. A fórmula básica e vencedora foi alterada. Quebrou-se a linha que seguia.
Me perguntaram, hoje mesmo, antes de eu escrever esta crítica, se as viagens do tempo não poderiam ter alterado o futuro e, por isso, resolveram realizar um filme justamente sobre o futuro para tentar explicar isso. Particularmente acho pouco provável. Se formos nos lembrar dos filmes anteriores e das informações deixadas neles tudo corre numa linha fixa que não se altera, mesmo quando os próprios personagens acham que estão alterando. É o velho paradoxo das viagens no tempo... nem vou tentar explicar isso hoje....
Em última análise, T4 segue uma tendência do mercado mundial de cinema. Mostrar o passado para explicar o presente (dos personagens). Os exemplos, nestes últimos anos, são claros: a segunda parte da triologia de Star Wars; os filmes com os re-re-re-inícios de Batman e Superman; neste ano Star Trek e X-men Origins: Wolverine. É um novo fôlego para grandes e rentosas franquias.
Os protagonistas mudaram também, pelo menos ao meu ver. Nos primeiros a história girava sempre no embate máquina-humano nas figuras do exterminador contra ora Sarah Connor ora John Connor. Agora o enredo não é tão pessoal. É um filme no melhor estilo de guerra, nada pessoal, nada particular. É a guerra de um lado contra o outro. Homens contra máquinas.
Significativamente estes são os dois pontos que mudaram de forma crucial no filme.
Em suma, este filme se passa antes do primeiro filme. Você deve estar se perguntando o quero dizer com isso. Mas é isso mesmo. Os acontecimentos deste filme se passam antes da vinda do primeiro exterminador ao passado, ou seja, nosso presente (isso já está ficando confuso). Os acontecimentos do filme – a destruição da sede da Skynet, em San Francisco pelas ações de John Connor – obrigam as máquinas à tomarem medidas extremas, ou seja, intervir no passado (que foi o enredo do primeiro filme).
Por isso que no título eu pergunto – “fechando um círculo?” Não posso ver de outra forma. Acho que por isso que muitos fãs desgostaram da obra cinematográfica. A fórmula básica e vencedora foi alterada. Quebrou-se a linha que seguia.
Me perguntaram, hoje mesmo, antes de eu escrever esta crítica, se as viagens do tempo não poderiam ter alterado o futuro e, por isso, resolveram realizar um filme justamente sobre o futuro para tentar explicar isso. Particularmente acho pouco provável. Se formos nos lembrar dos filmes anteriores e das informações deixadas neles tudo corre numa linha fixa que não se altera, mesmo quando os próprios personagens acham que estão alterando. É o velho paradoxo das viagens no tempo... nem vou tentar explicar isso hoje....
Em última análise, T4 segue uma tendência do mercado mundial de cinema. Mostrar o passado para explicar o presente (dos personagens). Os exemplos, nestes últimos anos, são claros: a segunda parte da triologia de Star Wars; os filmes com os re-re-re-inícios de Batman e Superman; neste ano Star Trek e X-men Origins: Wolverine. É um novo fôlego para grandes e rentosas franquias.
A Crítica
O que primeiro me chamou a atenção neste filme foram os jogos de câmera. Fazia algum tempo que essas movimentações das câmeras não eram utilizadas, como aquela movimentação onde a câmera acompanha o ponto de vista do personagem. Em T4 elas voltam com um dinamismo um pouco diferente, embora seja apenas em alguns momentos do filme. O exemplo mais interessante é logo no início do filme, na cena em que Connor pilota um helicóptero para perseguir uma outra aeronave. A câmera inicia fixa lateralmente à janela do helicóptero, que está em movimento. Aos poucos ela se afasta e gira ao redor da aeronave, entrando pela porta lateral e postando-se ao lado do piloto, permanecendo ali até ele ser abatido, caindo de cabeça para baixo. Tudo isso sem corte da imagem.
Os efeitos especiais não foram nada de muito especiais. Não por estarem ruim, mas por uma escolha do filme ser mais cru, simples, frio, seguindo a linha desesperada da humanidade. Tudo girando num mundo cinza, fumacento e cheio de fuligem. Naquilo que o filme precisou, os efeitos responderam com precisão. Robôs gigantes, robôs pequenos e robôs-motocicletas, tudo estava lá com muito esmero. Recebemos, das mãos dos responsáveis pela arte do filme, um mundo verdadeiramente apocalíptico e dominado por máquinas.
O argumento foi interessante também. Desde o engodo da Skynet, até a forma de desenrolar da história.
Agora o ponto que gerou um pouco mais de controvérsia – o humano meio-máquina (ou vice-versa). A direção claramente quis trazer um pouco de humanidade e esperança ao filme. Um meio-homem-meio-robô começa a questionar sua condição, por fim conseguindo prevalecer sua vontade sobre a o cérebro mecânico. Particularmente achei um pouco de exagero, e até dispensável. Não questiono a interpretação do ator Sam Worthington, questiono a relevância do personagem tão humano. No fundo era uma clara ferramenta de enredo. Quem sabe se o personagem tivesse um melhor tratamento na trama ou um espaço para ser trabalhado pelo ator – uma falta que aconteceu com todos os personagens desta produção – tivesse sido mais significativo.
Os efeitos especiais não foram nada de muito especiais. Não por estarem ruim, mas por uma escolha do filme ser mais cru, simples, frio, seguindo a linha desesperada da humanidade. Tudo girando num mundo cinza, fumacento e cheio de fuligem. Naquilo que o filme precisou, os efeitos responderam com precisão. Robôs gigantes, robôs pequenos e robôs-motocicletas, tudo estava lá com muito esmero. Recebemos, das mãos dos responsáveis pela arte do filme, um mundo verdadeiramente apocalíptico e dominado por máquinas.
O argumento foi interessante também. Desde o engodo da Skynet, até a forma de desenrolar da história.
Agora o ponto que gerou um pouco mais de controvérsia – o humano meio-máquina (ou vice-versa). A direção claramente quis trazer um pouco de humanidade e esperança ao filme. Um meio-homem-meio-robô começa a questionar sua condição, por fim conseguindo prevalecer sua vontade sobre a o cérebro mecânico. Particularmente achei um pouco de exagero, e até dispensável. Não questiono a interpretação do ator Sam Worthington, questiono a relevância do personagem tão humano. No fundo era uma clara ferramenta de enredo. Quem sabe se o personagem tivesse um melhor tratamento na trama ou um espaço para ser trabalhado pelo ator – uma falta que aconteceu com todos os personagens desta produção – tivesse sido mais significativo.
Os atores cumpriram seu papel na trama sem nada de excepcional. Christian Bale (Batman) cria um John Connor com energia levando-nos às lembranças idealizadas nos primeiros filmes da série. Anton Yelchin (Star Trek) mostra que tem algum potencial, mas não teve tempo de mostrar tudo o que pode. Bryce Howard (Homem Aranha 3 e Dama da Água), que é uma ótima atriz, passa quase desapercebida. Destaque para a rápida participação de Helena Carter (a Bellatrix Lestrange de Harry Potter, Sweeney Todd e Clube da Luta entre outros quase trinta filmes) que faz o papel da cientista com câncer do início do filme e que depois tem seu rosto usado para personificar a Skynet.
No geral o trabalho do diretor McG foi competente e fez o que era esperado – respeitou a história e toda a mística da franquia como um todo. Não pisou em cima, como muitos diretores fazem nas continuações, nos personagens.
É um filme de ação, isso é ponto pacífico, mas não uma ação desenfreada, uma ação medida, calculada. Claramente a direção desejava tapar lacunas da história do filme. Lacunas estas que se tornaram claras conforme vamos chegando ao final do filme. Aos poucos vamos percebendo que aquilo que parecia ser um filme desvinculado com a história original estava apenas deslocado na cronologia. Éramos pegos, mais uma vez numa das armadilhas de brincar com o tempo-espaço.
Como já disse. Novos fãs devem amar o filme, pelos seus ingredientes de sucesso garantido. Tenho por base algumas pessoas próximas, bem mais novas do que eu, que nunca tiveram a mesma inserção à série que eu tive. Os velhos fãs, que consigam realizar uma análise mais fria do filme, poderão facilmente apreciar muito o filme. Mas aqueles fãs que ficaram presos à seqüência que a franquia seguiu até o momento se sentirão, muito provavelmente, órfãos e traídos pelo diretor.
Mas o mais importante de tudo é que T4 é um filme bom e interessante. Um filme para ser visto.
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