domingo, 13 de fevereiro de 2011

Diário de um Escudeiro 37

Sétimo dia de Lunaluz de 1392

Escrevo hoje em uma cama de feno num estábulo de Kytuorr, uma cidadezinha que divide sua vida entre a agricultura e o trabalho em madeira. Ela fica à três dias de jornada acelerada da capital de Tollon. Mas isso não é problema quando se tem o auxílio dos praticantes de magia. Com uma pequena ajuda de um dos membros de nossa comitiva eu mais cinco cavaleiros cruzamos esta distância em poucos instantes.

Nesta manhã eu corri para ter com Sir Tussan e contar-lhe sobre o que havia descoberto sobre esta pequena vila e seus problemas com bandoleiros. Confesso que nem precisei insistir muito com meu senhor para que ele liberasse um pequeno grupo para dar algum apoio aos moradores da vila até a chegada de um pequeno contingente da capital Vallahim, que Sir Tussan providenciou em uma rápida conversa com seu amigo Platek, comandante das tropas. Ele achou que seria um ótimo exercício para cadetes como nós.

Nosso trabalho seria tranqüilizar a vila e patrulhá-la por três dias, até a chegada das tropas de Tollon. Depois disso voltaríamos à tempo para a abertura dos Jogos e de sua tradicional feira. Sir Telleon e Sir Argnal concordaram de pronto também e foram logo selecionando alguns cadetes para acompanhar a mim e meus dois companheiros, escolha que foi quase uma exigência minha.

Logo após o dejejum Sir Tussan foi à tenda de Karbos e Sullion para ter mais informações. Ele conversou longamente com Mikail, mas as informações eram poucas. De qualquer forma ele acertou com o ranger que ele nos acompanhasse, dando-nos algum apoio. Isso me agradou muito. Seria uma ótima oportunidade para mostrar o quanto evolui, deixar os assuntos em dia e aprender um pouco mais.

Todos estávamos entusiasmados. Mesmo que fosse apenas uma tarefa simples quanto patrulhar e orientar alguns aldeões estávamos numa primeira empreitada como seguidores de Khalmyr, e sozinhos.

Ao meio dia estávamos prontos. Éramos sete. Eu, Gustav, Arlan, Mikail, Philip, Seneval e Bruy. Dentro da tenda reservada para nossa comitiva um mago e um sacerdote do deus da justiça providenciaram nossa jornada até a vila de Kytuorr em poucos instantes. A sensação de nausea e desconforto, comuns nos casos de teleporte, foram melhor suportadas depois já que havíamos passado por isso dias atrás.

Aparecemos bem no meio da pequena praça central da vila. A população da vila ficou espantada e um pouco amedrontada, mas logo que viram nosso estandarte com o símbolo de Khalmyr tudo virou uma festa. Fomos ovacionados por todos. De crianças à velhos, todos queriam nos abraçar e tocar.

Logo fomos recebidos por um homem velho e quadrado como uma porta e sorriso largo. Era uma espécie de chefe daquela comunidade. Eu entreguei uma carta explicando em poucas palavras o que faríamos ali e ele não poupou agradecimentos.

Tão logo tivemos as primeiras apresentações começamos a colocar em prática as ordens preestabelecidas por Sir Tussan. Mikail faria uma varredura no perímetro com suas impressionantes técnicas de rastreio, eu e Arlan patrulharíamos a parte frontal da paliçada, Philip e Bruy patrulhariam a parte sul da paliçada, e Gustav e Seneval ficariam encarregados de orientar a comunidade em tarefas básicas sobre segurança e proteção.

Não tivemos nenhuma complicação no resto do dia. A noite caiu tranqüila e silenciosa e a refeição foi farta. A vila transpirava alegria e sossego. Será uma tarefa fácil e prazerosa.

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