segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Mestre deve ceder?

Depois de algum tempo ausente, volto a Confraria para discutir um tema comum. Até quando a situação criada pelo mestre deve prosseguir sem ser alterada? Uma aventura deve ser linear como o mestre imaginou no começo, ou pode ser alterada conforme a participação dos jogadores, mesmo que o objetivo continue o mesmo?

Sito essa situação, pois já participei de uma mesa onde o fato acabou por me desagradar e mesmo me aborrecer. O mestre me propôs um enigma, e eu só poderia avançar na aventura com meu personagem caso este fosse descoberto. Passei por duas horas imaginando e tentando uma série de respostas sem sucesso algum, mas nesse meio tempo, investi na interpretação tentando superar a pessoa que me propunha o enigma, usando a lábia do meu bardo halfling.

No começo achei que daria certo, e mesmo conseguindo tapear no roleplay, acabei sendo vetado pelo mestre que acabou por exigir a resposta correta. Minha frustração só aumentou e até fiquei desanimado. Há momentos que nossa imaginação se esgota, você não pensa em saídas, e o que parece óbvio pro mestre pode ser mais complicado para os jogadores do que derrotar aquela hidra de sete cabeças.

No caso, não culpo o mestre, mas creio que uma postura mais maleável teria agilizado o jogo e me deixado extremamente contente por ter obtido sucesso improvisando, visto que mesmo após acertar a resposta, acabei a sessão com aquele gosto amargo na boca de derrota.

E pensando bem, as duas escolhas teriam dado no mesmo. Eu passaria pelo obstaculo que não era nenhum item chave da campanha e poderia seguir motivado para o próximo desafio. Não há mal nenhum em abrirmos caminhos a mais na história, é divertido, é se virar em cima da hora ao ser surpreendido. Muitas vezes cedendo a soluções que o jogador sabe não ser a esperada, mas que consigam levar ao objetivo, o mestre ganha o grupo, obtendo assim um "espirito de equipe" que proporciona tamanha familiaridade e um sentimento de "jogo bem jogado".

Com isso mestres, espero que vocês pensem duas vezes antes de evitar mudar os rumos da aventura, ou mesmo deixar de lado aquele seu maravilhoso planejamento por uma escolha mais obvia dos Pjs. Lembre-se que Rpg é diversão, e talvez aquele guarda do armazém que só abrirá a porta caso ouça a senha, pode ficar comovido com algumas moedas reluzentes. No fim, a aventura continua...

2 comentários:

Anônimo disse...

Entendo perfeitamente o que você quis dizer. Como mestre procuro ser bem maleável a fim de preservar o interesse dos jogadores e a fluidez do jogo, mas não sem fazê-los queimar os neurônios um pouquinho.
Uma cena que me veio à cabeça ao ler seu post foi do filme Monty Pithon e o Cálice Sagrado (se não viu recomendo) onde um guardião de uma ponte de corda (acho que é isso mesmo) impede a passagem do rei arthur e seus cavaleiros e propoe que eles resolvam enigmas... veja a cena e me diga se não é digna de um bom bardo... hehehe

Julio Oliveira disse...

Vou dar uma procurada e ver oq acho da cena sim, no dia estava como jogador, mas percebi q como mestre cometia o mesmo erro; e com certeza, conceder o sucesso ao jogar que se esforça pra bolar uma boa saida melhora muito a intensidade do jogo...