quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dicas do Mestre: Armadilhas sem exagero


A Armadilha das Armadilhas
... ou como não exagerar!

Mais de uma se passou de um post meu sobre o bom senso no momento se criarmos uma dungeon. Este post de hoje não deixa de ser um complemento ou uma continuidade daquele.

Ainda vivemos alguns reflexos do estigma de que RPG é simplesmente masmorras ou castelos apinhados de armadilhas e inimigos. Não por acaso que a classe dos ladinos e a raça dos halfings serem as preferidas de muitos jogadores por serem classes mais polivalentes, principalmente em atributos que lhe permitam sair de enrascadas (armadilhas, por exemplo) mais facilmente.


Usar armadilhas em nossas aventuras, como mestre que somos, requer o mesmo feeling de escolher a palavra certa na construção de um conto ou de uma seção de RPG.

As aventuras, ou lugares marcantes de nossa seção, devem ser lembrados pelo suspense, mistério ou emoção mais do que pela simples dificuldade ou quantidade das armadilhas que estão nele.

O suspense de um grupo de personagens em entrar em um local desconhecido, pode ser uma dungeon ou uma simples casa, sabendo que ali, em algum lugar há uma, e somente uma, armadilha considerada como a mais mortal de todas será muito mais marcante para os jogadores do que se, ao invés disto, houvesse duas ou três armadilhas à cada cômodo ou corredor que o grupo fosse. O suspense de entrar em cada recinto sem saber se será naquele local onde está a armadilha trará um enorme suspense à seção.

Ou mesmo quando o grupo invade um local sem saber se haverá ou não armadilhas ali. Isto fará com que o suspense daquela incerteza faça com que os jogadores tomem atitudes muito mais interessantes. A interpretação será muito mais intensa e o jogo sairá da mesmice.


Ao mesmo tempo, quando um grupo de aventureiros consegue ultrapassar uma armadilha mirabolante e desafiadora, este momento ficará marcado por um bom tempo, ou mesmo até o fim da campanha. Opte por armadilhas bem elaboradas, em qualquer ponto da dungeon ou da casa, mas que sejam uma surpresa para o grupo (tanto no que diz respeito ao local e ao funcionamento dela). Faça-a difícil, mas não impossível. Uma boa opção é dar alguma dica mínima mesmo que o grupo não saiba sobre o que é aquela dica (histórias de taverna ou rabiscos em um diário encontrado seções anteriores são interessantes).

E por fim... não coloque armadilhas onde elas não teriam função. Ninguém arma sua armadilha para proteger sua coleção de selos ou borboletas. Armadilhas têm a função de proteger algo ou alguém que tenha algum valor, então não a desmereça.

Um comentário:

Unknown disse...

Achei Muito boa a matéria e particularmente gosto muito de colocar armadilhas nas minhas aventuras.