E
tudo começou com a trilogia...
“Tudo
começou com a trilogia”. Com esta frase Leonel Caldela abre o Guia da Trilogia. Uma verdadeira carta
aberta de agradecimento à grande oportunidade que ele recebeu de realizar seu
sonho – tornar-se escritor.
Mas
o Guia da Trilogia é muito mais do
que isso. Ele é um verdadeiro marco para o RPG nacional. Por muito tempo
tivemos nosso suprimento de títulos vindos de fora. Foram sistemas dos mais
variados títulos, editoras, suplementos e alguns romances. Aos poucos
engatinhamos em produções nacionais. Primeiro por meio de fãs inveterados e
depois por editoras pioneiras. Conseguimos ultrapassar a barreira dos dez anos
de alguns sistemas – Tagmar e 3d&T, por exemplo - sem perder sua
flexibilidade e a adoração de seus praticantes.
Neste
interim tivemos o lançamento de Tormenta. Ele poderia ser apenas mais um
cenário perdido entre tantos cenários que algumas poucas revistas lançavam
naqueles anos. O então trio de idealizadores – carinhosamente chamados de Trio
Tormenta – empenhava-se em colocar toda a sua criatividade para fora e nos
brindar com suplementos, contos, aventuras e fichas por meio do melhor acesso daqueles
tempos – uma revista.
O
tempo foi passando e o cenário amadurecendo como um todo. Ultrapassando
barreiras em que outros cenários ficavam travados –criatividade, continuidade
ou simplesmente recursos. Mas Tormenta manteve-se firme e progredindo. Primeiro
adequou-se ao sistema vigente – o d20 – e depois aventurou-se, ele mesmo, em criar
seu próprio sistema. Ganhou não mais contos, mas um romance, seguindo de outro
e mais outro. Uma trilogia. Leonel Caldela é o responsável por isso. Dar corpo,
voz e, por que não, vida, preenchendo lacunas do cenário.
E
agora ele completa o trabalho com algo que podemos, sem parecer que estamos
puxando o saco, visionário num país como o nosso. O Guia da Trilogia surge como algo único no Brasil. Uma verdadeira
enciclopédia rpgística adaptando todo o universo das três obras de Caldela para
mesa de jogo. Surge como algo que até para padrões estrangeiros seria
complicado de ser aplicado. Surge como algo que acaba de quebrar os padrões do
que se publica atualmente de RPG por aqui. Surge como algo que será e deve ser
imitado por todos os escritores de RPG, sejam de grandes ou pequenas editoras,
sejam de profissionais ou de fãs.
É
verdade, “Tudo começou com a trilogia”
e tomara que continue.
A obra
O
livro em si é uma preciosidade para todo o fã do cenário que tenha lido e se
deleitado com as obras do Caldela. Cada uma de nossas dúvidas sobre como
colocar aquele personagem no jogo, ou sobre uma classe que não imaginávamos
como adaptar, ou mesmo sobre as características de determinada localidade, tudo
está lá, literalmente preto no branco. Médico de Salistick? Está lá! A
Companhia dos Irmãos? Está lá! Vincent Gherald? Está lá! Inferno e Inverno?
Estão lá!! Tudo está lá!!!
Esta
obra adapta de forma precisa a maior parte dos elementos dos romances
promovendo inclusive pequenas revisões de elementos já existentes em obras
anteriores (tanto de Tormenta no sistema d20, como no Tormenta RPG).
A
obra se divide em três partes, uma para cada obra da trilogia, abordando todas
as nuances (inclusive aquelas que nem lembrávamos mais) para o sistema de TRPG.
Ele se propõe um guia, mas é muito mais do que isso.
Estou
sendo sucinto, pois se me demorasse em esclarecer cada ponto, cada detalhe, eu
teria que simplesmente copiar o livro inteiro. Estou propondo aqui uma primeira visualização da obra. Nos próximos dias podemos discutir pontos específicos - aqui e ali - para um debate mais aprofundado.
Regras
Percebei
uma preocupação de realmente realizar uma adaptação de suas obras ao sistema
vigente. Seria muito mais fácil criar regras, talentos, perícias e classes
novas e não ter que desbastar as arestas. Mas tudo o que foi possível foi
adaptado até o último esforço para que o Guia
não se tornasse um outro livro de regras, e sim um suplemento em que podemos perceber
claramente como os romances se encaixam no TRPG. Quando isso não foi possível,
como no caso de elementos novos - por exemplo, nas regras para combate de massa
– as criações não foram exageradas, tomando o cuidado de manter um ótimo
equilíbrio.
Ilustrações
As
ilustrações colocam nossa imaginação à prova e acabam por corroborar com ela,
unido o que imaginávamos com o que o autor imaginava. A equipe de ilustradores,
quatorze, trouxe um grande acervo de novas imagens. Poucas foram aproveitadas
de edições anteriores.
Nota
Não
sei se estou sendo precipitado, mas não temos obras para comparar com o Guia. Uma nota 10 cai muito bem aqui
pois presenteia o autor da obra, o autor dos romances, os criadores do cenário
e a editora, pela belíssima iniciativa.
Parece
que foi ontem que o Rafael Svaldi (da Jambô) me comentava do trabalho que o
Leonel estava apenas começando e de como ele estava enlouquecido com o tamanho
que ele estava ganhando. Parece que foi ontem que não tínhamos ainda, em mãos o Guia da Trilogia.
Sorte nossa que só parece!!!
4 comentários:
Ótima resenha!
Otima resenha, poderia fazer um video mostrando o livro por dentro? as imagens pelo menos?
Boa a resenha, vai ter uma mais comleta depois de ler o livro com mais atenção
Chegou o da minha mesa hoje. E O Terceiro Deus (que estava esgotado). MUITOOOOOOOO FODAAAAAA!
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