Literatura
ajudando em CTHULHU
Nunca
fui um dos maiores conhecedores de Cthulhu. Na verdade conheço muito pouco, mas
estou ávido por ir mais fundo no assunto. Mas esta semana tive uma grata
surpresa. Mais de ano atrás, escutando um podcast sobre o lançamento de Rastro
de Cthulhu, com a participação do Tio Nitro, ele fez um comentário que naquele
momento não disse muita coisa para mim. Ele dizia que a interpretação num jogo de
horror, como este, deve ser crescente, no que diz respeito ao aumento da
insanidade do personagem em sua interpretação.
Não
entendi muito bem como aplicar isso. Mas esta semana peguei alguns contos do
grande H. P. Lovecraft e tive uma surpresa. As palavras do Tio Nitro estavam
aplicadas ali. Sempre achei pouco interessante os romances ou contos de horror
por não me influenciarem muito nem me induzirem mesmo ao horror. Mas isso mudou
radicalmente. No conto “O Horror em Red Hook” temos a exata medida de como isso
é possível.
Como
nas palavras do Tio Nitro, o personagem conta seu dia a dia enquanto vai
entrando em um processo de horror frente aos acontecimentos que presencia como um
policial na Nova Iorque do século XIX.
Eu
sempre soube que a literatura é uma extraordinária ferramenta para o RPG, mas
nunca imaginei que fosse tão importante para a temática de terror e horror. A
forma como são narrados os acontecimentos é de uma tensão que deixa qualquer um
com o mesmo sentimento de calafrio que o protagonista.
Jogos
de RPG de horror precisam muito mais do que qualquer outro tipo tanto de uma
narrativa qualificada quanto de uma dedicação e entrega total dos jogadores. Se
essas duas coisas acontecerem teremos um ótimo jogo. Aqui a expressão “entrar
na história” toma outro sentido e se ampara quase que por completo na
literatura do gênero.
Outro
exemplo simples e curto é “O Gato Preto” de Edgar Allan Poe que nos coloca como
ouvintes da narrativa de um sujeito que vai se entregando, sem motivo aparente
além do consumo de álcool, à atos de loucura que culminam com um assassinato.
Vemos nas poucas páginas o desenvolvimento do horror interno e incompreendido
pelo próprio personagem.
Depois
destas experiências eu vou me afundar em livros e contos de horror de toda a
espécie, agora com um olhar diferente, procurando elementos que não imaginava antes.
Um comentário:
Muito bom o texto! Realmente, estou conhecendo mais Cthulhu agora (após jogar uma mesa de Cthulhu Dark Ages e comprar o Rastro de Cthulhu - que recomendo), e conhecendo (mais) os contos do Lovecraft!
Muito foda!
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