PARTE 09
A CAVALARIA AÉREA REAL WYVERN
A CAVALARIA AÉREA REAL WYVERN
O sol já despontava no horizonte trazendo mais um dia sob seus raios que cortavam a abóbada celeste como flechas douradas. O céu festejava em um vermelho-alaranjado, o frio da madrugada atingia nossas carnes indo até os ossos que tremiam debilmente, mas ao mesmo tempo o ar era abafado, um fenômeno natural de um reino tão quente. Eu por outro lado tremia não apenas pelo frio, mas por que ao longe se aproximava uma revoada de cavaleiros montados em Wyverns, uma raça de monstros descendentes dos dragões, mas menores, menos inteligentes e mais fracos, sem poderes mágicos porém muito mais fortes que pseudo-dragões.
- Heh! Acho que teremos que lutar! – disse meu amigo elfo inconsequente que se espreguiçava.
- Eu sabia que ia dar problema… vocês não deviam ter se arriscado tanto por mim! – disse Risisttlaxy lamentando.
- Não, mademoiselle! Antonywillians faria qualquer coisa por uma dama! Mesmo que para isso precisasse morrer!
Antony respondeu a ela de forma que a deixou sem graça, principalmente quando no meio daquele clima pesado ele ainda conseguia oferecer uma rosa vermelha. Em seguida desembainhou o sabre que havia conseguido na prisão da dragoa, da qual saímos há pouco. Agora que eu não corria mais desesperadamente tentando viver, nem que fosse por mais alguns segundos, percebi o trabalho bem feito na arma, o cabo era revestido de escamas vermelhas de dragão com acabamento na forma de um punho de dragão fechado, a lâmina era de prata, mas parecia enrubescer ao ser tocada pela luz do sol e quando assim ocorria, aparecia fios metálicos de lava-rubi incrustados nela formando runas antigas. Não sei por que, mas aquilo me parecia muito agradável naquele momento.
- Espera aí! Esse sabre... Ele... – disse Risisttlaxy que assustou até a mim acordando-me dos pensamentos em que estava perdido – Como você peg…
- BORLA DI FUGU! – berrou Henk correndo para as escadas, e quando percebemos parte das ameias da muralha explodiu em chamas crepitantes, proveniente do sopro de um cajado mágico de um cavaleiro aéreo.
Ao olharmos para o céu, os wyverns voavam em círculos sobre a fortaleza como abutres voando sobre a carniça. Eles guinchavam alto fazendo a estrutura vibrar, Antony pegou uma rosa e pôs na boca, enquanto parava para pensar no que fazer, Dranarios abriu as asas e rugiu em resposta aos guinchos, Risisttlaxy explodiu em uma coluna de chamas que ao se dissipar mostrou sua forma gigante e assustadora de dragoa vermelha adulta, Henk escondeu-se, e eu… Henk, halfling que alcançou 1, 30 m com muito esforço, pois esta é a média do tamanho de minha raça, apelidado no dia passado como o soldado Bolofofo, clérigo da deusa do conhecimento e sem nenhuma grande habilidade além da sabedoria, me perguntei por que raios eu não virei um simples camponês plantador de erva de tabaco. Os cavaleiros de Wyvern fizeram suas montarias descerem em rasante, Dranarios e sua mãe ergueram-se no ar e Antony posicionou-se. A batalha começara, e eu não queria perder um só momento.
O ponto crucial do inicio do combate se deu quando um dos cinco cavaleiros deu um rasante sobre o grupo e o wyvern abriu sua boca liberando um sopro de chamas do qual eu e Antony desviamos nos jogando para cada lado. Ajoelhei-me ante o elfo espadachim e orei pela nossa proteção.
- Tanna-Toh, assim como proteges teus livros de todo e qualquer incêndio, ofereça uma benção a mim e meu parceiro para que sejamos imunes a toda e qualquer brasa que desejar nos queimar, pois somos fiéis a ti e não deixamos de ser um livro que fala e anda! Temos muita história ainda para escrever em nós mesmos!
Logo nossos corpos foram envolvidos por uma luz sagrada que fluía de nossa pele, aquecendo-nos e nos reconfortando. Os cavaleiros aéreos estavam assustados, assim como eu deduzira, pois eram apenas cinco, o suficiente para pegar um dragão adulto, mas ali eles estavam ante nós, meros mortais, um dragão jovem e uma dragoa adulta. Eles pareciam surpresos e até temerosos, mas jamais receantes, devo alegar. Um deles girou um mangual mágico que ao entrar em atrito com o ar criava uma chama azul-fosco e ao liberá-lo, a corrente crescia magicamente, o golpe por pouco não atingiu Dranarios, que viu quando o globo flamejante atingiu uma torre desabando-a com o impacto. Outro membro veio de cajado mágico que disparava bolas de fogo poderosas e de mesma cor que havia nas brasas do mangual, mais tarde eu estudaria sobre tal e descobriria que esse tipo de chama era fruto da magia “mata-dragão”, conhecida por seu poder destrutivo ao afetar qualquer dragão ignorando a proteção natural de suas escamas mágicas. Risisttlaxy conseguiu desviar quando um desses projeteis do cajado quase a acertou, em contrapartida ela deu cambalhota no ar, apoiou-se na montanha para pegar impulso, rugiu, saltou sobre um cavaleiro e lançou seu cone de chamas. Infelizmente lidávamos com especialistas em enfrentar dragões, e cada um estava trajando armaduras de escamas de dragões vermelhos e portando escudos de corpo altamente resistentes a elevadas temperaturas. Dranarios desviou de uma lança de lava-rubi imbuída de chamas mata-dragão, cuspiu fogo, que foi defendido pelo cavaleiro, acabou cercado por dois e por pouco o globo de ferro encantado do mangual não o pegou, pois Risisttlaxy surgiu sob ele em tal velocidade que o retirou da linha de ataque em tempo muito ágil. Os Wyverns voaram até o firmamento, ficando apenas um, o qual era enfeitado com elmo e sela cheia de chifres manchados de sangue e trazendo um homem alto, forte com um olho cego ao meio em alguma batalha no passado por algo bem afiado. Com olhar sério, e até intimidador encarou os dragões.
- Aqui quem os fala é o líder desse esquadrão! Temos ordens de levar Antonywillians, O Espadachim da Língua Chamuscante à presença do Grande e Magnânimo Sckhar! Não desejamos luta, então se entreguem, ou terei qu…
De repente algo desabou sobre o líder que chegou a pensar que fosse destroços caindo de alguma torre, logo percebeu o elfo espadachim atrás dele, de sabre em punho, com a lamina próxima ao seu pescoço e segurando uma rosa vermelha que ele cheirava.
-Heh! Perdão, capitão.... mas acho que quem vai se render não seremos nós! – disse meu amigo elfo louco e sem noção.
- Como ousa me ameaçar, elfo? Se tocar em mim todo o reino vai caçá-lo como se caçaria um bicho! Deixe de ser…
Sua frase foi interrompida pelo próprio gemido quando a lamina cortou de leve embaixo do seu queixo, e em seguida penetrou em seu peito embaixo da armadura.
- Ops… escorregou! – disse Antony rindo brincalhão…
Aquela cena paralisou a todos… Antony assinara a sangue sua sentença de ser perseguido em todo o reino apartir daquele momento, mesmo Risisttlaxy estava de olhos arregalados. Só acordamos do transe, quando o corpo do líder do esquadrão caiu, e após um infinito tempo, bateu no chão como um saco de feijão podre.
- Malditos! Agora sentirão o punho das forças especiais de Sckhar! – bradou o cavaleiro com o cajado mágico, que impulsionou sua montaria sobre o wyvern com Antony, como uma bala.
Antony lançou-se de pronto de cima do Wyvern, quando as garras do que investia rasgou a sela do líder onde estava sentado há pouco. Assustado, esse Wyvern voou para longe, em direção ao horizonte enquanto guinchava alto. Agora sim começava a verdadeira batalha. Entre os 4 cavaleiros, um usava o cajado de bolas de fogo, outro usava uma lança de lava-rubi mágica que retornava magicamente a suas mãos quando lançado, outro usava o mangual que esticava a corrente magicamente, e por fim um último usava um arco que disparava flechas mágicas, todos itens encantados com o poderoso “mata-dragão”.
Na queda Antony foi salvo por Risisttlaxy, que passou embaixo dele bem na hora. Montado, Antony sussurrou para ela.
- Poderia me conceder a honra de montá-la, milady!
-Claro, belo cavalheiro, vamos destroçar esses cavaleiros! – ela respondeu com um sorriso assustador de dragão, cuspindo um cone de chamas poderoso, em seguida, que atingiu um Wyvern em cheio, mas que resistiu pelo escudo mágico de seu cavaleiro.
Enquanto o combate rolava, aproveitei e me sentei sobre alguns destroços nas ameias, e abri meu livro para escrever cada momento da batalha, pois nada melhor que descrever uma, presenciando-a e sentindo suas emoções.
Dranarios engalfinhou-se com um Wyvern mordendo seu pescoço, só largou quando uma flecha de chamas mágicas passou próximo a ele, o mangual girava destroçando torres e a própria montanha, a lança disparava para todos os cantos, chuva de flechas encobriam o campo de batalha, cones de chamas e bolas de fogo vinham dos dois lados, então foi que vi o poder real de um dragão.
Quando o jovem Dranarios foi morder o cavaleiro da lança, desarmado, o mangual veio inesperadamente em sua direção, sem ação, recebeu o golpe no peito, suas escamas foram estilhaçadas, e foi lançado contra a parede da montanha, esmagado. Tal cena envolveu Risisttlaxy de tal forma que ela se ergueu nos céus em um medonho rugido de ódio, furia tão grande que seus olhos liberaram fumaça de tanto poder concentrado, dando-lhe um ar divino, principalmente quando os raios do sol refletiram em suas escamas fazendo-a parecer emanar de si a própria luz dos deuses. Uma visão magnífica e inesquecível, devo salientar. Antony montado nela, preparou o sabre mágico. De repente ela deu uma investida sobre o grupo de cavaleiros, que fez um tal lufada de vento que descontrolou o vôo deles. Ela bateu as asas com violência, pairando no ar, e eles foram arremessados, todos, contra a parede da muralha, em seguida ela sugou o ar e soprou um cone de chamas que atingiu os 4 de uma só vez, derretendo a parede da muralha, enquanto isso ela rugia palavras arcanas em uma língua que não consegui identificar na hora, e globos flamejantes enormes apareciam no ar indo em direção a eles como uma chuva de meteoros, causando múltiplas e arrasantes explosões. Como por comemoração, ela voou alto e rugiu poderosamente, estremecendo mais a fortaleza. Infelizmente esse momento de distração permitiu o golpe do mangual encantado que saiu de dentro da fumaça e atingiu-a de surpresa na pata esquerda inferior arrancando-lhe um gemido horrendo e derrubando Antonywillians de suas costas.
O elfo espadachim despencou em queda livre em velocidade incrível, e mais incrível ainda era a altura que estava, seria impossível conseguir sobreviver, mas quando 3 wyverns saíram da fumaça (o portador da lança pereceu com a montaria durante o ataque de Risisttlaxy), ele aproveitou. Usando novamente técnicas perdidas do extinto Clã Élfico da Rosa de Lenórienn, pegou uma rosa, ainda em queda livre, e assoprou as pétalas, elas saíram do caule, e voaram envolta dele, e assim continuaram a girar, como se ele estivesse envolto por um pequeno tornado invisível, assoprou mais duas rosas, e as pétalas envolveram-no completamente, sendo impossível vê-lo. E depois se afastaram mostrando que havia desaparecido. Achei aquilo muito estranho, mas espetacular, momentos depois percebi que as pétalas seguiram o mesmo trajeto nos céus, até voltarem a girar, e de lá de dentro surgir Antony, como uma espécie de teleporte, sem me conter acabei aplaudindo. Mas havia um problema, ele havia se “teletransportado” para mais alto ainda…
- Diga Dracono Garttianx! – Risisttlaxy bradou para Antony, desviando um Wyvern, com um sopro de chamas, que ia à direção do elfo.
O senhor Willians não pareceu ter entendido de primeira, mas assim que ela repetiu e ele voltou a cair pesadamente em direção ao solo, começou a falar…
- Dracum Guarilus! Dranaris Guardians! Abra cadabra! Pé de cabra.... Garra de Dragão então? Não deu... Diacho de palavra difícil!
Naquele momento entendi meu karma para com ele… Antony era um ótimo espadachim, mas um péssimo lingüístico… acho que sou a parte pensante da dupla.
- Dracono Garttianx! – bradei para ele. Ao ver que minha ação fora inútil, me ajoelhei e orei à minha deusa – Oh, deusa, que eu possa estender meu corpo até o de meu parceiro elfo, e utilizar de seu corpo como um ventríloquo!
Ao fechar meus olhos e reabri-los, abri junto a boca, e Antony sentiu uma impulsão a isso e não entendeu por que… tentou resistir, mas o receio com a queda era suficiente para impedir uma resistência a esse milagre pelo qual orei. Logo a boca dele e a minha estavam interligadas, assim como a voz.
- Dracono Garttianx! – eu disse sussurrando sem voz nenhuma minha sair, enquanto na boca de Antony ela saiu como um brado.
- DRACONO GARTTIANX!!!!!!! – ele bradou sem se controlar.
As runas da lâmina do sabre, que apareciam apenas sob a luz do sol, eclodiram em chamas assim que a palavra foi falada, e essas chamas passaram da lamina para o cabo, do cabo à mão do portador, da mão do portador a seu braço, do braço a seu tronco, e rapidamente ele estava todo em chamas, mas não estava queimando, era apenas uma mágica. Antony sentiu seu corpo quente, logo uma camada de escamas encobriu sua pele, um peitoral feito de lava rubi com ombreiras surgiu em seu peito, depois sua mão foi envolvida por manoplas que terminavam em garras rubras reptilíneas, o rosto foi tomado por um elmo em forma de dragão, asas coriáceas saltaram de suas costas, e quando ia bater contra o chão, conseguiu move-las, com tal facilidade como se movesse um braço, aparando a queda.
Em pé, no chão, ele observou a transformação espantado. Era como uma espécie de Antonywillians dracônico. A roupa havia sido toda rasgada, menos as partes principais: a capa esvoaçante sobre as asas e o chapéu emplumado sobre o elmo.
- Que sinistr… COF! – de repente engasgou-se com algo e ao tossir, sentiu algo quente, mas nem tanto, subir por sua garganta, e acabou saindo por seus labios como um sopro de chamas superaquecidas que derreteu uma pedra próxima. Com o susto deu um pulo e ficou mexendo com a língua pela sensação estranha… - Heh! Que coisa, não?
Antony observou os céus, Risisttlaxy estava machucada na pata, que sangrava abundante, mas ainda sim resistia para lutar bravamente por seu filho que havia desmaiado. Nesse momento o elfo esticou as asas de dragão e alçou vôo, ele sorria empunhando o sabre. Quando alcançou os Wyvern, soprou chamas sobre um deles chamando-lhes a atenção, o cavaleiro assustou-se com a criatura semi-dragonina que vinha em sua direção. O espadachim lançou uma rosa na direção do Wyvern, com medo, o cavaleiro girou o mangual atingindo a rosa, mas nada aconteceu, isso por que era uma distração, Antony surgira atrás dele de sabre em punho e tentou golpeá-lo, de forma que o sabre rasgou as escamas da armadura do cavaleiro. Outro veio por trás de Antony, e disparou flechas. O elfo lançou 4 rosas na direção delas, essas eram duras como setas mesmo, e atingiram as flechas mágicas em cheio as desfazendo no ar. O cavaleiro próximo ao senhor Willians puxou o mangual, e o espadachim em reflexo soprou, no rosto desprotegido do cavaleiro, um cone flamejante, que sem dar tempo de puxar o escudo, foi acertado em cheio, carbonizando seu rosto e derrubando-o do wyvern… nós estávamos vencendo aquele combate, mas queria também entrar nessa história.
Corri pelos destroços até o andar de baixo da muralha, que estava em apenas escombros também, Henk estava encolhido, apenas sentindo os tremores e os movimentos da batalha que afetavam tudo que sobrara da fortaleza. Corri até ele, e o chamei.
- Henk, venha, preciso de você! Tive uma idéia!
Ele me seguiu a contra gosto até as ameias. Pequenos, como éramos, sentimo-nos como ratos correndo no meio da luta entre leões. Minha idéia era simples. Com o pouco de força nossa, seguramos as catapultas e giramo-las 180º, mirando para dentro das muralhas e não para fora, para fazer tal coisa levamos praticamente uns dez minutos, e eu tive que orar por um milagre que Tanna-Toh pouco se agradava em realizar, o de oferecer a mim e Henk a força de um touro. Com tal força pude erguer pedras e pô-las para armar as catapultas. O goblin hasteou fogo nas pedras as quais molhamos com querosene (haviam barris próximos cheios, que serviam para isso) e eu, após mirar nos wyverns, pressionei a alavanca com o pezinho imbuído de força mágica.
Uma bola de fogo passou rente a Antony que desviou dando uma cambalhota para cima, Risisttlaxy contra atacou cuspindo fogo sobre o cavaleiro do cajado que desviou o golpe usando o escudo mágico, em seguida girou o cajado envolta de si e criou uma argola de chamas “mata-dragão” que se expandiu como uma super-nova. Antony vez um movimento de estocar com o sabre e a lamina disparou um cone de fogo que cortou ao meio a argola, em seguida ele rodopiou no ar criando em volta de si um ciclone de chamas, e foi em direção ao cavaleiro do cajado. Vendo o espadachim vindo em sua direção, fez seu Wyvern cuspir brasas e voar para o lado, se desviando do elfo que desfez o golpe do monstro e ficou observando-o pairando no ar.
- Heh! Vocês nunca derrotarão Antonywillans, o Espadachim da Língua Chamuscante!
Em seguida sugou o ar e soprou um poderoso cone de chamas que atingiu o escudo quase derretido do cavaleiro.
- Antony, cuidado!!!!! – Dranarios acordara do desmaio e bradou.
Atrás de Antony o cavaleiro de arco mágico estava pronto para atirar a flecha, a distancia não daria tempo para Antony desviar. O elfo entendeu de imediato a morte iminente. Fechou os olhos para respirar seu último ar. A corda mágica disparou a flecha que romperia sua vida. Risisttlaxy tentou impedir, mas nem sua velocidade ou sopro o defenderia a tempo. Dranarios fechou os olhos sem querer ver. Uma pedra como meteoro de chamas caiu dos céus… A pedra que nossa catapulta havia lançado, e caiu no mesmo instante em cima do cavaleiro arqueiro, seu Wyvern e a flecha. Menos um e incrivelmente Antony escapara da morte mais uma vez! Vendo-se cercado por um dragão jovem que acabara de acordar, uma dragoa adulta cheia de energia, um semi-dragão de grandes poderes e técnicas, e com uma chuva de pedras flamejantes vindo das ameias, o cavaleiro do cajado desesperou-se, pois sabia que seria melhor morrer ali do que retornar sem sucesso ao encontro do Rei Dragão.
Ele segurou firmemente seu cajado e começou a brandi-lo fazendo globos de chamas voarem em todas as direções, nenhum dos três conseguia atingi-lo e todas as pedras eram destroçadas no ar. Parecia impossível atingi-lo. Foi quando me surgiu uma idéia.
- Henk! Me siga!
Disparei para uma torre próxima, a ultima que sobrara e só teve um andar arrasado. Corri como pude escada acima até as ameias da torre. Henk me seguia aos tropeços. Chegando ao topo encontrei o que procurava… uma balestra. Meu sorriso foi maquiavélico.
O cavaleiro golpeava o ar com os globos sem parar, as ruínas da fortaleza tremiam com as poderosas explosões, os dragões ocultaram-se sobre a montanha e Antony cortava os golpes usando o sabre.
De repente ecoou um som de algo zunindo, quando o cavaleiro do cajado percebeu, uma seta grossa, de uns dois metros de comprimento vinha em sua direção, ele tentou desviar, mas o Wyvern se assustou e tentou descer. A estaca trespassou-lhe o peito, jogando-o contra a montanha pregando-o na encosta. Sua montaria se aproximou dele, e pousou perto guinchando para ele, enquanto este cuspia sangue, mas não mais do que a quantidade que saía do rombo em seu peito. O cavaleiro agonizou um pouco e então seus olhos ficaram vagos e os movimentos abandonaram-no, assim como sua alma. Vendo o corpo de seu cavaleiro, o Wyvern alçou vôo e começou a ir em direção ao horizonte. Risisttlaxy intercedeu preparada para agarrá-lo com os dentes, mas Antony a impediu.
- Deixe-o ir! É um simples animal!
Assim o Wyvern aproveitou a deixa e escapou. Os dragões acharam aquilo errado, mas em seguida aceitaram. Eu e Henk sinalizamos onde estávamos.
- Que loucura… - disse Antony momentos depois quando desfez o poder do sabre e eu reconstitui a roupa dele com magia sagrada – O que é essa espada?
- É chamada de Paladina Dragoniana, mais conhecida no nome dracônico: Draconum Patronim! – disse Risisttlaxy na sua forma de dama élfica, sentada em uma pedra enquanto eu orava pela cura de seu pé que havia sido amassado durante a batalha – Vindo aqui vocês já devem ter ouvido falar do Suplicio Draconiano!
Prestei atenção, enfraquecendo a magia de cura levemente.
- Essa lendária espada foi forjada assim como esse sabre, o Draconum Patronim é um tipo de espada muito comum pelos matadores de nós, dragões, pois são feitas dos restos mortais de um poderoso dragão! Já o Suplicio foi criado como uma arma dessas, mas com pedaços de pele morta, dentes que caíram e unha do próprio Sckhar, além de ter sido encantada com a magia daquelas armas... O mata-dragão e ter usado o magma do vulcão Azolliarathann como forja, o maior de todo o reinado que fica próximo à capital! A arma foi desenvolvida há anos por um grande ferreiro de um reino distante, um reino humano das armas…
- Zakharov? – eu não segurei o conhecimento, e continuei curando-a.
- Isso! Ele a preparou para exterminar o Tirano! Mas o ferreiro foi capturado, torturado e morto... A espada sumiu e apenas Sckhar sabe seu paradeiro! Ela é a única Draconum Patronim capaz de ferir seriamente o Rei Dragão!
- Desculpa falou alguma coisa? – Antony indagou, pois estava distraído atacando os suprimentos da viagem.
- Antony!!!!!! – bradei correndo até ele – Esse já é o segundo saco de ração que você come hoje! Assim chegaremos esfomeados na cidade...
- É que to com a garganta seca e a barriga vazia… Aquele sopro de chamas fez isso… - respondeu com voz de manha.
- Como se você não fizesse isso em todas as aventuras! – sussurrei guardando o que sobrara do saco de rações – Da última vez tivemos que atravessar as Bad’lands em Deheon sem água por que você havia bebido tudo antes!
- Eu tava com cede, poxa!
Enfim todos riram da situação, e devo alegar que mais tarde fiquei me perguntando se Risisttlaxy teria ficado chateada pela interrupção e falta de atenção nossa. Após mais algumas horas de descanso naquela fortaleza cheia de cadáveres carbonizados, seguimos viagem. Agora iríamos comprar suprimentos e colher informações na cidade mais próxima… Thenarallann, sem contar que estava louco para visitar a cidade aonde estavam erguendo uma estatua em lava rubi do próprio Sckhar a nível do tamanho da estátua de Valkaria do reino de Deheon. Algo magnífico de ser feito por mortais, devo salientar.
---CONTINUA APÓS COMENTÁRIOS---
4 comentários:
esperando p proximo
experando o proximo
não tem o próximo capitulo?
Perdão pela demora, pessoal!
Mas o próximo capítulo já está disponível no Blog!
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