O
Escudo
Reconhecidamente
como o elemento principal de um brasão, o escudo é onde está informação relevante
– ou parte principal dela – que o brasador desejar transmitir. Por isso mesmo é
a parte mais complexa do brasão. Já descrevemos na postagem anterior o
desenvolvimento histórico inicial do brasão e dos motivos dele estar centrado
em um escudo, por isso vamos pular esta parte e ir diretamente ao que nos
interessa.
O
escudo (ou escutcheon, termo medieval originário do anglo-normando escuchon),
por ser o elemento principal do brasonamento, possui uma enorme gama de
informações passíveis de serem transmitidas. Por conseqüência, ele possui uma
igualmente enorme quantidade de regras, denominações e características sendo
onde nos concentraremos nos demoraremos inevitavelmente muito mais. Aliado à
tudo isso temos uma falta de constância nessas regras e normatizações, seja por
período histórico, seja por local, que acaba com complicar um pouco mais as
análises. Mas mesmo dentro deste universos de informações algumas vezes
desencontradas há muitas constâncias que terminam por servir de pilar para toda
a heráldica e sobre esses pilares é que também iremos montar nossas postagens.
As
formas do escudo
Aqui
temos uma curiosidade. Já vimos que o escudo é simplesmente a alma do brasão e
que nele estarão apresentadas todas as informações que desejamos transmitir.
Mas mesmo com toda esta importância, a forma do escudo não faz a menor
diferença na apresentação e codificação das informações. Sua forma é muito mais
estética do que informativa. Lógico que existem algumas regularidades, alguns
reinos, regiões ou famílias que tinham ou têm preferência por um ou outro
formato, mas sempre com a preocupação de criar uma marca do que transmitir
alguma informação em si.
O que
se sabe historicamente é que os brasões inicialmente usavam simplesmente a
forma do escudo vigente, fosse por família ou pessoal. Inicialmente os mais
comuns eram os escudos mais alongados. Conforme o tempo foi passando e a
heráldica se desenvolvendo, os escudos dos brasões tenderam à assumir a forma o
mais eqüilátera possível novamente por uma questão estética, já que assim é
muito mais fácil de apresentar os elementos de um brasão. Isso aconteceu no
chamado auge da heráldica, durante o século XIV.
As
formas mais conhecidas e comuns são as que vemos nas imagens abaixo.
O (1)
é o conhecido como escudo medieval francês e inglês por ser o mais utilizado
naquele período histórico pelas nações mais importantes e influentes sendo
também conhecido como estilo heater. O (2) conhecido como escudo francês
moderno. O (3) e o (4) são conhecidos por cartela ou oval e losango e ambos são
usados preferencialmente por mulheres após o século XIV. Em francês esses dois
formatos de escudos são ainda mais designativos, sendo chamados de Ècu des
Dames e Ècu des Damoiselles (Escudo de Senhoras). O (5) é chamado de retangular. O (6) é
conhecido por escudo italiano e o (7) por escudo suíço. O (8) é conhecido como escudo
inglês ou arco de Tudor. O (9) é o escudo bouche. O (10) é o escudo polaco. Por
fim, o (11) é o escudo ibérico tradicional.
Com
relação à posição do escudo, sempre entendemos que um escudo que Server como
brasão está em uma posição chamada de ereta. Entende-se que ele sempre estará
nessa posição quando representar um brasão. Toda a superfície do escudo é
chamada de campo. No campo temos o entendimento de que ele protege o que
estiver sobre ele por isso são consideradas como “suportadas” pelo campo. Esses
elementos suportados pelo campo no escudo são denominados encargos e consideramos
que eles são “carregados” pelo escudo. Em uma composição heráldica em um escudo
a figura principal é sempre a que estiver em seu centro, podendo ou não ter
outros encargos ao redor.
Um comentário:
Continue, cara! Muito interessante esse material sobre Heráldica!
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