quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Livros na Confraria: Jogador Nº 1 - diversão e referências nerd garantidas

Livros na Confraria
Jogador Nº 1
- diversão e referências nerd garantidas -


Minha primeira postagem na Confraria de Arton, lá em fevereiro de 2008, foi resenhando um livro que adorei ler. Sempre considerei obras literárias (não importa o gênero) como ótimas fontes de referência para rpgistas. Se aliarmos isso à um livro gostoso de ler e de uma temática que nos agrade, melhor ainda. Pois um livro deste tipo de “Jogador nº 1”, de Ernest Cline pela editora Leya.

Estamos em 2044. A humanidade sofre entre guerras, poluição extrema, falta de recursos básicos, escassez de petróleo e fome. Dentro deste cenário a fuga da realidade é muito melhor do que enfrentá-la. E para isso existe o Oasis. O Oasis é um universo digital composto não apenas de um mundo, mas de todo um universos composto de centenas de planetas onde as pessoas literalmente vivem uma outra vida, só que neste caso virtual. Elas se conectam através de um sistema avançado de VR e podem fazer realmente qualquer coisa, desde viver aventuras no melhor estilo WoW onde você pode ser um mago, um aventureiro ou um explorador espacial, até simplesmente trabalhar e estudar como em um Second Live.


Neste mundo o adolescente Wade Watts, que vive na virtualidade sob o avatar de Parzival, divide seu precário dia a dia entre sua casa em uma torre de trailers, como a maior parte da população pobre das grandes metrópoles, e o Oasis, como um dos tantos estudantes de um planeta-escola virtual. Mas ele é mais do que isso. Ele é um Caçador de Ovos. Quando James Halliday morreu, o criador e idealizador de todo o Oasis, ele lançou, seu último desafio. Ele havia escondido três chaves em algum ponto do Oasis e quem as encontrasse herdaria toda a sua fortuna. Como pista ele deixou apenas alguns versos. Podemos imaginar a loucura que isso provocou em toda a humanidade. Mas mais do que loucura isso provou um dos pontos principais do livro – um saudosista regresso aos anos oitenta.

Halliday era um completo nerd fã de toda a cultura pop dos anos oitenta e isso fez com que todos aqueles que desejassem descobrir as chaves enveredasse por tudo o que foi produzido naquela época ou que pertencesse à cultura dita nerd. E aqui está um dos principais atrativos do livro. Suas mais de quatrocentas páginas são inundadas de referências oitentistas que vão desde RPG com Dungeons and Dragons, passando por músicas, seriados, livros, quadrinhos e filmes. São tantas referências que elas chegam a estar praticamente em todas as páginas (isso é sério!).


Tudo isso é explicado nas primeiras páginas do livro em uma jornada que fisgará o leitor e não o deixará piscar até o final da trama. Por sinal a trama, embora simples (achar as três chaves), se desenvolve com muita ação que encaixasse perfeitamente com muito do que sonhamos ou imaginamos para breve no mundo digital. Wade terá de aventurar-se pelos mundos virtuais do Oasis usando desde portais mágicos, armas modernas ou mesmo um Delorean modificado, enfrentando o grande vilão da aventura – os Seis e sua megacorporação financiadora –, fugindo de atentados na vida real e resolvendo problemas típicos da adolescência (como uma paixão virtual e amizades) para chegar às chaves. Tudo isso regado à muito referência nerd!

A leitura, como já disse é fluida e rápida, fazendo todo aquele que curte tanto virtualidade quanto o universo nerd apaixone-se já nas primeiras páginas. Alguns momentos pontuais o livro tornam-se meio arrastados quando das explicações técnicas, mas nada que prejudique a diversão e uma imposição para criarmos o imaginário do cenário.

O sucesso da obra foi tão grande que ela já tem data marcada para chegar às telonas pelas mãos talentosas de Steven Spielberg – 29 de março de 2018. O elenco já está previamente formado como Tye Sheridan (“X-men Apocalipse”), Olivia Cooke (“Bates Motel”), Simon Pegg (“Star Trek”), T. J. Miller (“Deadpool”), Bem Mendelson (“Rogue One”), dentre outros.

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