Mutantes e Malfeitores - Debatendo Regras
Evolução do Repertório
Uma
das melhores coisas em se ter um blog é a interação com os leitores e
seguidores. Nessas interações as questões referentes á mecânica de Mutantes e
Malfeitores são as minhas favoritas e volta e meia surgem coisas muito
interessantes que merecem uma atenção à mais. Tentarei transformar essas
questões em postagens por sua relevância! Vamos a primeira delas, feita por
Matheus Fôlego!
Muito
obrigado por essa questão cabeluda! Adoro ter que quebrar a cabeça com esses
dilemas. Sendo curto e grosso a resposta para a questão é SIM! Mas vamos tentar
esclarecer isso. Só para recordar, baseado na segunda edição, o Repertório é uma construção de poderes
onde conceitualmente um poder base possui uma série de PAs subordinados à ele.
Sempre que ensinei ou lidei com Repertórios usei a analogia de que
conceitualmente os PAs tinham alguma relação com o poder base gerando assim um
conceito de poder para o personagem. Um exemplo que podemos usar seria a
personagem Tempestade, dos X-Men da Marvel. Ela tem – aparentemente – vários
poderes. Um deles seria o controle do ambiente que acabaria gerando os outros: ventos,
relâmpagos, chuva, neve, voo e dentro outros vários. Se pensarmos no conceito
do personagem todos os poderes listados anteriormente são reflexos (ou
resultado) do seu poder base de controle do ambiente. Em última análise ela voa
porque tem a capacidade de controlar o ambiente. Aqui temos vários detalhes
como ser dinâmico ou não, de possuir o extra de poder Amplo etc. O que importa
é entendermos o conceito de Repertório. Tudo fica baseado ao nível do poder
base caracterizado pelos pontos de poder gastos para construí-lo.
A dúvida seria de como se dá a evolução desse repertório. Ganhando pontos de poder no decorrer da campanha e com o possível aumento do NP da campanha é lógico que os jogadores desejarão aumentar a capacidade de seus poderes. Com isso o gasto de pontos de poder ganhos se dará de forma encadeada na graduação do Repertório refletido (e refletindo) a graduação do poder base. Complicado? Sim, mas calma.
Vamos
explicar como se dá a melhora do repertório que tudo ficará mais simples. A
graduação do Repertório reflete a quantidade de pontos possíveis para gastar no
poder base e seus PAs. Dessa forma eu só aumento meu Repertório quando tiver
pontos suficientes para contemplar o aumento de meu poder base. Exemplo com um
repertório qualquer bem simples:
Repertório
Controle do ambiente 13 – 26 pontos de poder
Base: Controle
climático 10
PA: Voo 10
[Dinâmico]
PA: Raio 6
[Dinâmico]
PA: Controle
de Frio 6
O
repertório acima tem um custo de 26 pontos de poder (20 pontos para as dez
graduações do poder base + 3 pontos por cada PA + 3 pontos por dinamismo/ 2 PAs
e o base). Os Poderes Alternativos por regra são poderes que custam apenas 1 ponto
de poder (não importa sua graduação, respeitando algumas regras) e que são
subordinados à um poder em especial. Quando esses PAs fazem parte de um
Repertório eles estão subordinados ao poder base seguindo a mesma lógica. Em
nosso exemplo acima os três PAs estão subordinados ao poder base Controle
Climático com graduação 10 e nem todos eles estão em sua graduação máxima (10),
embora pudessem. Quando da construção desse Repertório de exemplo, Voo foi
concebido com 10 graduações enquanto Raio e Controle de Frio foram concebidos
com 6 graduações cada – todas essas escolhas pensadas conforme o conceito do
personagem.
Primeiramente
você pode notar que normalmente é muito difícil de um poder base ter a mesma
graduação de Repertório (que por sua vez está limitado pela graduação da
campanha) por questão simples de matemática. No exemplo acima, para eu aumentar
a graduação de meu poder base para 11 seriam necessários apenas +2 pontos de
poder no repertório, elevando sua graduação do Repertório para 14. Se esse aumento
não ferir o NP da campanha não haverá problemas.
Voltando
à questão central: e como ficam os PAs que eu possuo quando aumento a graduação
de meu poder base? A resposta é muito mais simples do que imaginamos. Reli os
manuais, olhei alguns fóruns e conversei com um amigo também conhecedor das
regras para confirmar minhas conclusões (cuidado nunca é demais). Com o aumento
do poder base (até o limite do NP da campanha ou não) os PAs podem ser
aumentados até o mesmo limite. Não há qualquer empecilho ou custo para isso. Se
houver margem para aumento do PA que não fira a regra de total de pontos gastos
por ele em comparação aos pontos do poder base não há problema, visto que isso
não se relaciona com custos de pontos. Ao mesmo tempo não há nenhuma obrigação
em aumentar as graduações dos PAs ou mesmo aumentar a graduação de apenas
alguns dos PAs. Eu usaria a mesma regra que sempre uso em tudo em MM – o bom
senso ligado à aventura. O importante é ter uma lógica dentro do background do
personagem e da aventura.
Nem
sempre, quando da construção de nosso personagem e de seu repertório de
poderes, precisamos colocar todos os PAs em seu limite máximo de graduação.
Para mim a construção de um personagem é mais a adaptação de um conceito e
menos a vontade de criar um personagem ‘matador’. Usando isso como pressuposto,
alguns PAs podem sim ter aumento em sua graduação, mas sempre que esses
aumentos estiverem ancorados no conceito do personagem e na aventura.
Bons
jogos!!
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