quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Orun, RPG afrofuturista com uma mensagem



Orun, RPG afrofuturista
com uma mensagem

Conhece aquela sensação de paixão á primeira vista? Foi isso que senti quando conheci Orun, da novata New Agenda Publishing. Ele é, em poucas palavras, um RPG futurista e de ficção científica centrado não só na temáticas afro, mas em suas concepções de mundo, valores e estética... ou seja, é afrofuturista até o teto.

Eons atrás, nós éramos um povo desesperado e diferente, todos competindo pelo domínio da galáxia. Temeroso... Irritado... Ávido... Moldado por pequenos desejos... Quando os seres chamados Orisha vieram, eles nos mostraram um caminho melhor. Eles criaram mundos utópicos, Oruns, especialmente para nós. Esses mundos e todos os outros da galáxia floresceram. Os povos da galáxia estavam felizes. Eles nos guiaram para a apoteose, transcendência da realidade física e expansão de nossos Ori.

Então, com um único pensamento perdido, tudo foi dilacerado. O vírus mnemônico Sopona se espalhou pela galáxia. Os mundos caíram em estados catatônicos, outros se feriram de maneiras indescritíveis, e tudo o que se opôs ao turbilhão psíquico foi a União da Ascendência e alguns dos ascendentes, os Oluru, que retornaram. Em última análise, a guerra foi vencida, o vírus Sopona contido e a ordem restaurada... mas o segredo da apoteose foi perdido.

Isso foi há mais de 500 anos. 


Em Orun, você interpreta um Oluru, chamado Djali ou Luminary. Não sendo ascendentes, os luminarys viajam para diferentes mundos como conselheiros, solucionadores de problemas e soldados da paz na galáxia pós-apoteose. Eles exploram sistemas estelares perdidos e, finalmente, ajudam a iluminar mundos e seus povos, despertando a galáxia de sua indolência desordenada.

Neste belíssimo RPG misturamos afrofuturismo, misticismo e aventura para criar incríveis campanhas espaciais. É um lançamento que tudo tem haver com a proposta da nova editora, criação de Misha Bushyager (criadora de Chilli: Save e Lovercraftesque), Jerry Grayson (criador de Godsand Agenda e Helas: Worlds of Sun and Stone) e Eloy Lasanta (criador de Ninja Crusade), todos com décadas de experiência em criação de jogos. “Queríamos um cenário para o qual todos os tipos de pessoas seriam atraídos e ainda assim capaz de dar a nossa visão. Ficou claro que todos nós amamos Star Trek e Star Wars, então chegamos a algo que refletia os elementos com os quais mais nos identificamos: exploração, luta pelo bem para triunfar, novas e diferentes espécies e culturas e espaço” - disse Bushyager.

 
Misha Bushyager - Jerry Grayson - Eloy Lasanta 

Mas não confunda Orun com um simples spaceopera. A história é centrada nos Orishas (ou orixás – divindades de tradição ioruba) liderando o universo de volta à apoteose – a transcendência da realidade física. Para isso eles influência e direcionam os caminhos dos oruns (os mundos).

A ideia era dar ao jogo uma nova base não-ocidental. A cultura ioruba e sua religião foram grandes inspirações. Os iorubas lutam pelo auto-aperfeiçoamento como forma de melhorar o ego e a sociedade. Nossa 'Iwa' diz respeito ao nosso comportamento e caráter, ser mais íntimo, ou alma. Melhorando os nossos Iwa melhoramos não só nós mesmos,  mas também nossa cultura e sociedade. Em Orun, os heróis têm uma responsabilidade cívica, moral e cultural (em escala cósmica) para tornar a realidade melhor. Em Orun, a ascensão não existe para a glorificação pessoal, mas para a melhoria do universo” - disse Bushyager.

As pretensões são diferentes, os objetivos dos jogadores são diferentes e, em última análise, a 'sensação' do jogo é diferente”, acrescentou Grayson. Bushyager acrescenta à isso: “Uma das coisas que eu não gosto sobre os cenários pós-apocalípticas é a falta de esperança. Eu quero que as pessoas aspirem algo melhor, não desçam ao desespero”. O que podemos dizer além de que isso é incrível.


As regras utilizadas por Orun são próprias, chamada de Horizon System. Sua mecânica é baseada em 2d10. Cada Luminary treinou seu espírito para refletir seu poder, permitindo que eles adicionem a força de suas Auras em suas 14 habilidades exclusivamente flexíveis. Quando confrontado com uma tarefa, você escolhe a Aura e a Habilidade mais apropriados e adiciona seus valores ao seu 2d10 e compara o resultado com o Gráfico de Sucesso do Horizon, depois de aplicar qualquer Dificuldade ou modificador. Os resultados podem ser qualquer coisa, desde falha absoluta até mesmo passar o controle narrativo para o resultado ao jogador em um teste Lendário.


E os personagens? Como cada Djali é um ser em si, nenhum personagem é simplesmente um conjunto de pontos para gastar. Em vez disso, Orun orienta o jogador através de algumas escolhas importantes que criam a maior parte do seu personagem, incluindo as suas Espécies, o mundo natal do seu personagem e qual a sua ocupação antes de escolher se tornar um Luminary. Cada um desses pontos de dados preenche uma parte importante do quebra-cabeça que compõe seu personagem e traz consigo certas habilidades e habilidades especiais, chamadas Talentos.

Você pode ter uma ideia do que esperar com Orun lendo seu Quickstart. Ele é mais enxuto, por exemplo tendo apenas 5 auras ao invés das o 11 do livro completo, mas dá para termos uma noção exata do que esperar!

Seu financiamento coletivo foi muito bem sucedido e o livro deve chegar aos seus financiadores já em fevereiro... depois disso deve entrar à venda no site da editora!




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