terça-feira, 16 de outubro de 2018

O Véu chegando ao Brasil - financiamento coletivo do novo RPG cyberpunck à pleno vapor


O Véu chegando ao Brasil
- Financiamento coletivo à pleno vapor -


Temos mais um grande financiamento coletivo começando para os amantes de RPG. Trata-se de O Véu, um RPG de temática cyberpunk de enorme sucesso lançado pela Samjoko Publishing, que está chegando ao Brasil pela Fábrica Editora. O ambiente distópico ultra-futurista sempre foi um dos preferidos da comunidade rpgistica e com certeza ninguém se desapontará com O Véu. 


O financiamento disponibilizará o livro básico de regras O Véu e o suplemento Cascata (a ser lançado em breve lá fora). O livro básico terá 16X23cm, cerca de 400 páginas, totalmente colorido e com capa mole. Já o suplemento terá as mesmas características, mas com cerca de 240 páginas. A previsão de entrega será em maio de 2019 e os apoios começam em R$ 15 reais já com direito à cópia em pdf do módulo básico e R$ 80 reais com direito à copia impressa. Entre esses valores, indo até um pouco mais temos uma série de opções com uma grande variedade de configurações de apoios. O financiamento básico procura alcançar R$ 13 mil reais, havendo uma série de metas extras à serem batidas.

O sucesso é garantido, pois em apenas um dia o financiamento já atingiu mais de oitenta por cento do total necessário!

Vocês devem ter notado que não entrei à fundo na explicação do sistema. Isso por que eu pedi que alguém que o conhece muito bem dê suas impressões sobre ele. O encarregado disso foi Renê Ricardo, da Fabrica editora. Acompanhe o texto e não deixe de apoiar esse maravilhoso projeto!



O Véu
O Véu é um RPG cyberpunk de autoria de Fraser Simons e lançado lá fora através de uma campanha bem sucedida no kickstarter pela editora Samjoko Publishing, a editora e autor responsável por dar vida à Worlds in Peril (que sairá no Brasil sob o nome de Mundos em Perigo), Magicians e outros jogos.

O Véu é um RPG Pbta, isso é, o sistema dele funciona com as regras do Apocalypse World. Essas regras proporcionam uma ação bem fluida e todas as mecânicas são pensadas para fazer a narrativa fluir com força, numa pegada de ação e drama bem cinematográficos e na maior parte das vezes, heroico. Uma coisa que o sistema faz muito bem é destilar os clichês bons do gênero cyberpunk e da linguagem cinematográfica (tipo munição, a munição só aparece como uma questão quando for importante pra narrativa, ela é virtualmente infinita até o momento em que você vai falhando e ela acaba). Se você já jogou algum jogo AWE e gostou, sucesso.

O que pode te frustrar um pouco é se você curtir mais jogos com micromanagement de recursos, turnos muito fixos ou um jogo com personagens beeeeem fracos, nesse caso pode não ser sua praia.

Uma das paradas bem diferentes que ele faz é usar estados emocionais no lugar dos atributos, então na hora de agir você pensa em qual estado emocional te governa e isso te ajuda a guiar sua narração da cena.

Mas não é só isso, o jogo usa esses estados pra criar cenas dramáticas pra cacete. Se você usar demais um estado (furioso, por exemplo), tem uma mecânica que "satura" esse estado. O bônus dele cai, junto com os outros, e você precisa correr alguns riscos para voltar a ter seus atributos normalmente.

Sobre o “cenário”, o "véu" em si (a versão futurista de internet/realidade virtual à qual todo mundo está ligado) é personalizada para cada mesa de jogo e pros temas que a mesa quer jogar. Além disso, rola uma questão constante de poder "levantar o véu" pra lidar e mexer com a realidade. Dá pra dizer que na maior parte das partidas, a experiência vai ser intimista e transhumanista.

Hoje (dia 1) tá 120 o livro (capa mole) e o "cascade" que sai como “Cascata”, que de cara já traz um monte de mecânica utilizável, classes jogáveis e esse sim, um cenário (é uma expansão que realmente compensa, realmente compensa). Além disso, se você curte Altered Carbon, Cascata é pra você, ele adiciona todos os elementos do romance e vistos na série da Netflix, inclusive a questão das “Capas”, que aqui chamamos de “Trajes”.

Mesmo que você não goste da pegada do sistema, vai ser uma referência bacana e você vai ter muita coisa pra puxar pros seus outros jogos cyberpunk em termos de técnica como mestre.

Mas o que é o Véu do título? O véu é toda a camada de realidade híbrida que permeia a vida de todas as pessoas do mundo. É a rede virtual onde transitam as informações. O Véu é a evolução da Internet, é o espaço entre o físico e o digital criado graças a uma tecnologia de realidade aumentada extremamente avançada, . Todos, ou quase todos, dependem do Véu para viver: pagamentos, propagandas, compras, senhas, chaves, comunicação. Tudo acontece no Véu que cobre a realidade e a torna algo a mais.

O mundo em que você joga é o mundo que o seu grupo cria, o livro te pega pelas mãos e guia durante toda a construção, oferecendo ideias e referências que moldam todo o universo ao redor dos personagens. A construção do mundo ocupa a melhor parte da primeira sessão e continua em todas as sessões futuras. Este é um jogo de contação de histórias colaborativo onde cada pessoa, incluindo o MC (MJ), tem uma mão ativa na criação do universo em que os personagens existem e transitam.

A coisa mais pedida pelas pessoas que se preparavam para jogar O Véu, era mais recursos em relação à criação de cenários. Em Cascata você não apenas obterá um capítulo dedicado a extrapolar o presente para o futuro, para que você possa criar sua própria configuração e cenário, mas também vai encontrar um cenário completo e pronto para usar como um exemplo, e inserir essas ferramentas de construção do mundo, dentro da criação.

Taipei neste futuro se transformou em uma das grandes cidades, como as que conhecemos da maioria das ficções cyberpunk, mas com uma reviravolta que reproduz alguns tropos e subverte outros. Nesta cidade multifacetada, os afluentes e ricos habitam o topo da sociedade, onde espaços verdes, biotecnologia e práticas amigas do ambiente são a norma, enquanto os indesejáveis ​​são exilados ou pior que isso.

As autoridades radicalizadas afirmam aos cidadãos que protegem uma cidade "perfeita" e ecologicamente correta e, no centro de tudo isso, há uma onipresença na forma de uma torre gigante e penetrante, pertencente a uma corporação predominante na área. Aqueles que vivem nas maiores alturas são os menos afortunados, olhando para a fusão de estruturas híbridas naturais e manufaturadas que se estendem harmoniosamente abaixo delas, para sempre fora de alcance.

E pra finalizar, nesse suplemento, além de um cenário e novas dicas de como construir o seu universo próprio, novas e lindas ilustrações, os plugins e novas mecânicas, encontramos também 2 novas cartilhas de personagens, que são:

The Aesthetic: Defina como será a contra-cultura no futuro, à medida que você se revolta contra a sociedade, desmontando o sistema, peça por peça, usando uma das únicas coisas que você deixou, sua arte. Afinal, a beleza é verdade e a verdade é beleza, e sua arte é inegavelmente bela.

The Percipient: Tecendo dentro e fora das percepções digitais, você é a ponta da lança. Condicionada para absorver a cultura local como uma esponja, você deve se tornar apenas mais um rosto nas muitas multidões do futuro.

Se você deseja saber mais, e ver o jogo em ação, sendo posto a prova, recomendo assistir as sessões já lançadas pelo canal da Câmara Obscura no youtube, Piratas de Memórias, onde toda a criação de personagens e cenário foi totalmente destrinchadas na sessão zero, e ter uma boa ideia de como as mecânicas principais, Giri, Emoções ao invés de atributos e etc, funcionam na prática.



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