quinta-feira, 27 de junho de 2019

Resenha - Starfinder Trilha de Aventuras Sóis Mortos: Mundos Despedaçados

Resenha
Starfinder Trilha de Aventuras
Sóis Mortos – Mundos Despedaçados


A editora New Order liberou o terceiro volume da Starfinder Trilha de Aventuras Sóis Mortos – Mundos Despedaçados - para os apoiadores do financiamento coletivo, e nós não nos demoramos em trazer uma resenha para que vocês saibam o que têm em mãos. Mas não se preocupem pois não darei spoilers sobre a aventura em si, analisando-a apenas superficialmente.

Vou repetir, pois nunca é demais. Para quem não sabe do que se tratam as Trilhas de Aventuras (ou Adventure Paths na versão original em inglês) eu recomendo uma lida cuidadosa no artigo em que os dissecamos (Starfinder Adventure Path: o que foi lançado eas novidades). De uma forma rápida, as trilhas de aventuras são grandes aventuras divididas em partes (três ou seis) e lançadas mensalmente pela Paizo formando uma grande campanha. Mas não só isso, essas trilhas de aventuras são uma estratégia inteligente da Paizo de manter lançamentos regulares de material oficial e canônico, sempre enriquecendo o cenário com informações e debates importantes em artigos especiais que complementam essas aventuras.


O terceiro volume (de um total de seis) da Trilha de Aventuras Sóis Mortos recebe o sugestivo nome Mundos Despedaçados. O Culto do Devorador está à procura do Portal dos Doze Sóis para chegar à Degeneradora Estelar. Isso é um problema mais que complicado e preocupante para o grupo de aventureiros. Os encontros no final da última edição não frustraram o culto e os aventureiros terão de lidar com isso. É uma corrida contra o tempo? Sim, e o grande prêmio é uma arma devastadora. Nesta edição os personagens seguirão para a Diáspora – o cinturão de asteróides no meio do sistema. Essa jornada os colocará frente a frente com piratas e principalmente com o mundo morto de Eox.


Em meio à essa aventura o volume nos apresenta uma série de novas informações sobre o ambiente. Conhecemos a história da elfa mística e maligna Nyara, a descobridora da Devoradora. Será o primeiro encontro com piratas em nossas aventuras por Starfinder e uma primeira abordagem mais aprofundada com uma das facções e organizações apresentadas no Livro Básico (página 475). Isso possibilita estatística de sua nave pirata (que está na capa) e seu mapa (contra-capa), ficha de sua capitã e sua tripulação e, o mais importante, informações de como agem e suas estratégias dentro e fora do combate, coisas que não estão no Livro Básico.

Uma das coisas muito bem pensadas dessas trilhas de aventuras é que elas possibilitam (ou direcionam) para exercitarmos elementos do sistema de regras. Neste terceiro volume somos convidados à jogar em baixa gravidade (Livro Básico, página 401) com atmosfera rarefeita (Livro Básico, paginas 396) nos possibilitando experimentar condições novas e diferentes das normais em jogo. Essas condições geram alteração como a necessidade de jogadas de resistência ou penalidades e dano. Isso cria um adequado e necessário knowhow aos participantes das nossas mesas de Starfinder.

A aventura, e essas aventuras das Trilhas de Aventuras em especial, trazem uma série de elementos em paralelo que servirão de inspiração ou mesmo para uso em outras aventuras. Começando com imagens de referências e mapas, e passando por informações soltas pelo texto, pilhas de fichas de NPCs e fichas de armadilhas e equipamentos, tudo se torna uma enorme base de dados para o cenário como um todo. Os testes de Conhecimento são especialmente queridos por mim. Por mais que haja uma falha do jogador em jogo no momento do teste, as tabelas enriquecem nosso conhecimento com informações que poderão ser usadas futuramente.

A aventura, e não é spoiler, colocará os jogadores em contato com a nação morta-viva Eox. Será um momento muito propício para trabalhar com uma nova abordagem de condução da aventura, com uma temática mais puxada para o horror, um horror espacial digno que qualquer pesadelo apavorante. Isso dará aos mestres uma oportunidade de lidarem com um tipo diferente de tema, e aos jogadores a possibilidade de uma nova experiência.


A aventura escrita por Amanda Hamon Kunz é sublime na tarefa de levar à um sentimento cada vez mais perturbador (se os jogadores comprarem a idéia e se tornarem cúmplices da construção do sentimento) e culmina em um aterrorizante momento que valerá a experiência até então inédita para Starfinder.

As matérias e artigos que complementam a trilha de aventura são simplesmente bárbaras. Em Eox temos algo muito semelhante ao que vimos na edição anterior com Castrovel. Escrito por Owen K. C. Stephens, o artigo leva nosso conhecimento sobre a nação morta-viva e seus magos ósseos, unindo magia e tecnologia, ao limite. Novamente esse capítulo vem para complementar as informações que estão no capítulo 12 do Livro Básico (em duas páginas) e outras que virão no suplemento Mundos do Pacto. É uma oportunidade para enriquecer nossas aventuras. No artigo são apresentados os dois hemisférios de Eox com as descrição de todos os locais importantes e relevantes com estatísticas das cidades que são importantes para a aventura, como Orphys. Temos ainda uma seção dentro do capítulo de Eox, falando especificamente sobre os Necroenxertos e todas as regras necessárias para seu uso.

O capítulo seguinte, escrito por Thurston Hillman, trata da Frota Cadáver, com sua história, estrutura, patentes e estratégias. As principais figuras de comando são descritas sempre com mais e mais informações e referências. No mesmo capítulo segue uma seção com as armas e equipamentos com necrotecnologia militar. São 22 armamentos variados e 6 armaduras, tudo com as devidas tabelas com estatísticas. Para fechar com chave de ouro o capítulo e lógico que teríamos a frota em si. Temos a descrição de 4 tipos de naus usadas pela frota com uma ficha para cada um deles. Belíssimo. Mortal.

Arquivos Alienígenas, escrito em conjunto por Amanda Hamon Kunz e Owen K. C. Stephens, conta com 7 criaturas, sendo que três delas – Carniçal, Medula-Maculado e Vampiro Jiang-Shi – possuem a descrição de seus modelos para que vocês criem mais e mais NPCs. Ainda temos a descrição dos traços raciais dos Elebrianos.

Encerrando essa trilha de aventura temos o Códice dos Mundos com a descrição de Ratheren, a lua base de sobreviventes desesperados, referenciado no Templo dos Doze... ou seja, mais um local na Vastidão para usarmos em nossas aventuras.

Conclusão
Não quero ser repetitivo, mas vou. É impossível fugir do fato de que as Trilhas de Aventuras (ou Adventure Paths) são mais do que simples (e ótimas) aventuras. As trilhas de aventuras só podem ser compreendidas pelo seu conjunto. O material maravilhosamente criado pela Paizo e com uma competência incrível trabalhado pela New Order é um ensinamento de para nosso RPG brasileiro. É tanto uma aula de como lidar com um cenário, como de como manter sua evolução e atratividade.

A Trilha de Aventura Sóis Mortos – Mundos Despedaçados possibilita novas abordagens e tipos de aventuras para os fãs de Starfinder. Uma fora de tanto ampliar o conhecimento sobre o cenário como uma forma de experimentar algo novo.


E apenas para lembrar, dia 1º de agosto a editora New Order lançará Pathfinder Segunda Edição em português simultaneamente à edição americana! Fique de olho e participe!

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