Resenha
Starfinder Trilha de
Aventuras
Sóis Mortos – Mundos
Despedaçados
A editora New Order liberou o terceiro volume da Starfinder Trilha de
Aventuras Sóis Mortos – Mundos Despedaçados - para os apoiadores do
financiamento coletivo, e nós não nos demoramos em trazer uma resenha para que
vocês saibam o que têm em mãos. Mas não se preocupem pois não darei spoilers
sobre a aventura em si, analisando-a apenas superficialmente.
Vou repetir, pois nunca é
demais. Para quem não sabe do que se tratam as Trilhas de Aventuras (ou
Adventure Paths na versão original em inglês) eu recomendo uma lida cuidadosa
no artigo em que os dissecamos (Starfinder Adventure Path: o que foi lançado eas novidades). De uma forma rápida, as trilhas de aventuras são grandes
aventuras divididas em partes (três ou seis) e lançadas mensalmente pela Paizo
formando uma grande campanha. Mas não só isso, essas trilhas de aventuras são
uma estratégia inteligente da Paizo de manter lançamentos regulares de material
oficial e canônico, sempre enriquecendo o cenário com informações e debates
importantes em artigos especiais que complementam essas aventuras.
O terceiro volume (de um total
de seis) da Trilha de Aventuras Sóis Mortos recebe o sugestivo nome Mundos
Despedaçados. O Culto do Devorador está à procura do Portal dos Doze Sóis para
chegar à Degeneradora Estelar. Isso é um problema mais que complicado e
preocupante para o grupo de aventureiros. Os encontros no final da última
edição não frustraram o culto e os aventureiros terão de lidar com isso. É uma
corrida contra o tempo? Sim, e o grande prêmio é uma arma devastadora. Nesta edição
os personagens seguirão para a Diáspora – o cinturão de asteróides no meio do
sistema. Essa jornada os colocará frente a frente com piratas e principalmente
com o mundo morto de Eox.
Em meio à essa aventura o
volume nos apresenta uma série de novas informações sobre o ambiente.
Conhecemos a história da elfa mística e maligna Nyara, a descobridora da
Devoradora. Será o primeiro encontro com piratas em nossas aventuras por
Starfinder e uma primeira abordagem mais aprofundada com uma das facções e
organizações apresentadas no Livro Básico (página 475). Isso possibilita estatística
de sua nave pirata (que está na capa) e seu mapa (contra-capa), ficha de sua
capitã e sua tripulação e, o mais importante, informações de como agem e suas
estratégias dentro e fora do combate, coisas que não estão no Livro Básico.
Uma das coisas muito bem
pensadas dessas trilhas de aventuras é que elas possibilitam (ou direcionam)
para exercitarmos elementos do sistema de regras. Neste terceiro volume somos
convidados à jogar em baixa gravidade (Livro Básico, página 401) com atmosfera
rarefeita (Livro Básico, paginas 396) nos possibilitando experimentar condições
novas e diferentes das normais em jogo. Essas condições geram alteração como a necessidade
de jogadas de resistência ou penalidades e dano. Isso cria um adequado e
necessário knowhow aos participantes das nossas mesas de Starfinder.
A aventura, e essas aventuras
das Trilhas de Aventuras em especial, trazem uma série de elementos em paralelo
que servirão de inspiração ou mesmo para uso em outras aventuras. Começando com
imagens de referências e mapas, e passando por informações soltas pelo texto, pilhas
de fichas de NPCs e fichas de armadilhas e equipamentos, tudo se torna uma
enorme base de dados para o cenário como um todo. Os testes de Conhecimento são
especialmente queridos por mim. Por mais que haja uma falha do jogador em jogo
no momento do teste, as tabelas enriquecem nosso conhecimento com informações
que poderão ser usadas futuramente.
A aventura, e não é spoiler,
colocará os jogadores em contato com a nação morta-viva Eox. Será um momento
muito propício para trabalhar com uma nova abordagem de condução da aventura,
com uma temática mais puxada para o horror, um horror espacial digno que
qualquer pesadelo apavorante. Isso dará aos mestres uma oportunidade de lidarem
com um tipo diferente de tema, e aos jogadores a possibilidade de uma nova experiência.
A aventura escrita por Amanda
Hamon Kunz é sublime na tarefa de levar à um sentimento cada vez mais
perturbador (se os jogadores comprarem a idéia e se tornarem cúmplices da construção
do sentimento) e culmina em um aterrorizante momento que valerá a experiência
até então inédita para Starfinder.
As matérias e artigos que
complementam a trilha de aventura são simplesmente bárbaras. Em Eox temos algo
muito semelhante ao que vimos na edição anterior com Castrovel. Escrito por
Owen K. C. Stephens, o artigo leva nosso conhecimento sobre a nação morta-viva
e seus magos ósseos, unindo magia e tecnologia, ao limite. Novamente esse
capítulo vem para complementar as informações que estão no capítulo 12 do Livro
Básico (em duas páginas) e outras que virão no suplemento Mundos do Pacto. É
uma oportunidade para enriquecer nossas aventuras. No artigo são apresentados
os dois hemisférios de Eox com as descrição de todos os locais importantes e
relevantes com estatísticas das cidades que são importantes para a aventura,
como Orphys. Temos ainda uma seção dentro do capítulo de Eox, falando
especificamente sobre os Necroenxertos e todas as regras necessárias para seu
uso.
O capítulo seguinte, escrito por
Thurston Hillman, trata da Frota Cadáver, com sua história, estrutura, patentes
e estratégias. As principais figuras de comando são descritas sempre com mais e
mais informações e referências. No mesmo capítulo segue uma seção com as armas
e equipamentos com necrotecnologia militar. São 22 armamentos variados e 6
armaduras, tudo com as devidas tabelas com estatísticas. Para fechar com chave
de ouro o capítulo e lógico que teríamos a frota em si. Temos a descrição de 4
tipos de naus usadas pela frota com uma ficha para cada um deles. Belíssimo.
Mortal.
Arquivos Alienígenas, escrito em
conjunto por Amanda Hamon Kunz e Owen K. C. Stephens, conta com 7 criaturas,
sendo que três delas – Carniçal, Medula-Maculado e Vampiro Jiang-Shi – possuem a
descrição de seus modelos para que vocês criem mais e mais NPCs. Ainda temos a
descrição dos traços raciais dos Elebrianos.
Encerrando essa trilha de
aventura temos o Códice dos Mundos com a descrição de Ratheren, a lua base de sobreviventes
desesperados, referenciado no Templo dos Doze... ou seja, mais um local na
Vastidão para usarmos em nossas aventuras.
Conclusão
Não quero ser repetitivo, mas
vou. É impossível fugir do fato de que as Trilhas de Aventuras (ou Adventure
Paths) são mais do que simples (e ótimas) aventuras. As trilhas de aventuras só
podem ser compreendidas pelo seu conjunto. O material maravilhosamente criado pela
Paizo e com uma competência incrível trabalhado pela New Order é um ensinamento
de para nosso RPG brasileiro. É tanto uma aula de como lidar com um cenário,
como de como manter sua evolução e atratividade.
A Trilha de Aventura Sóis
Mortos – Mundos Despedaçados possibilita novas abordagens e tipos de aventuras para
os fãs de Starfinder. Uma fora de tanto ampliar o conhecimento sobre o cenário
como uma forma de experimentar algo novo.
E apenas para lembrar, dia 1º
de agosto a editora New Order lançará Pathfinder Segunda Edição em português
simultaneamente à edição americana! Fique de olho e participe!
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