Caronte, um RPG sobre
morte
e auto conhecimento
Está em financiamento coletivo
o novo RPG da Macaco Duaml Hobbies chamado Caronte,
escrito por Alan Rozante. Ele é uma jornada rumo à compreensão da morte e,
principalmente, o conhecimento sobre si mesmos e sua vida passada como
jogadores. Seu financiamento está à pleno vapor ainda contando com quarenta
dias para bater a meta, já tendo atingido cinquenta por cento do valor mínimo
estipulado. Um fastplay está disponível gratuitamente (AQUI) para que você possa testar essa interessante premissa e se
convencer que Caronte vale sim muito à pena ser financiado!
Abaixo veja a chamada na página
do projeto de Caronte:
Caronte é um jogo de interpretação de papéis onde
os jogadores lidam com o drama da morte a todo momento, porém, diferente do que
estamos acostumados em outros jogos aqui os jogadores têm o vislumbre da morte
através de entidades que estão muito próximas a ela e que são chamadas de
ceifeiros, arautos da morte ou até mesmo de Carontes. O jogo, entretanto, trata
de algo mais denso e complexo do que apenas coletar almas e confrontar
entidades sobrenaturais com objetivos sórdidos. Os jogadores devem conviver com
a morte, e as várias experiências de morte em um caminho de purificação e
evolução para tornarem-se algo melhor do que foram em sua vida entre os vivos.
Sendo um penitente que tem como objetivo e prêmio escolher a forma e o caminho
para sua existência rumo ao além.
Esse é um jogo sobre empatia e como tornar-se
melhor que a soma de suas partes.
Um dos exemplos mais divertidos das mecânicas de
Caronte é o desafio narrativo. Onde o narrador entrega a um dos jogadores o
controle de uma alma colhida, para que esse possa criar um objetivo para o
ceifeiro que a colheu. Podendo ser desde coisas simples como apreciar um último
nascer ou pôr do sol, ou até mesmo entregar um recado a um dos entes queridos,
enquanto a narrativa e a história central continuam a seguir normalmente, sendo
a alma ou almas colhidas personagens temporários para a história.
Por fim, Caronte é um jogo moderno que une de
maneira harmônica a mecânica e a narrativa. Possui o sistema COODI como
base, apresentando uma plataforma simples para o narrador, baseada em dados de seis
faces. Mas que com certeza será desafiador e divertido tanto para o mestre
quanto para os jogadores, cumprindo satisfatoriamente as ações mecânicas,
deixando espaço livre para que os jogadores possam se dedicar as narrativas,
tanto pessoais quanto compartilhadas, através de eventos descritos e mutáveis a
cada cena.
Abaixo
confira o texto liberado pela editora de autoria de João Lucas "Malk" para promoção de Caronte:
A morte por outros olhos.
Você
morreu!
E
é assim que começa sua história como personagem de Caronte, onde você nunca foi
ninguém importante, nunca fez nada que o destacasse, foi apenas uma pessoa
comum, alguém cheio de potencial, mas que por comodidade, preguiça ou até mesmo
oportunidade nunca chegou a desenvolver esse talento e por isso ao morrer você
recebeu a oportunidade de ser um penitente e corrigir seus erros e expiar seus
pecados.
Aos
jogadores, foi negada a passagem, sendo lhes oferecida a possibilidade de
abraçar o esquecimento ou abraçar a tarefa de coletar as almas dos moribundos e
em troca receber moedas, também chamadas de “Óbolos de Caronte” para poder
pagar a sua própria passagem, cada alma coletada rende ao ceifeiro três moedas
e serão necessárias trinta delas para que o mesmo possa pagar por sua própria
passagem.
A
moedas ou Óbulos de Caronte, são um recurso crucial aos jogadores servido não
somente para o pagamento de sua passagem final, mas também como recurso
necessário para ativação de muitas de suas habilidades como ceifeiros, também
conhecidas como dádivas, que vão desde habilidades físicas notáveis a proezas
sobrenaturais como atravessar paredes (Pele do Fantasma), também são utilizadas
para a criação da gadanha do ceifeiro que obrigatoriamente deverá ser um
instrumento de cortante mas não necessariamente uma foice e que servem como
instrumentos de defesa e ritualística ou até mesmo como um companheiro,
diferente do imaginado na cultura popular.
Os
Personagens iniciam o jogo sempre com três habilidades básicas, sendo elas o
epílogo (uma habilidade sem custo em moedas) que permite aos ceifadores ver a
linha da vida das pessoas e saber quem está próximo do fim da vida, ligando-o
diretamente ao moribundo e o tornando responsável para que a colheita (outra
dádiva sem custo) que é a separação entre corpo e alma do morto seja
feita na hora correta, tendo graves consequências ao ceifador que não o fizer
adequadamente, sendo isso um dos taboos presentes no livro e uma terceira
dádiva de sua escolha.
Os
taboos são atos considerados inaceitáveis, os verdadeiros pecados que podem ser
cometidos por um ceifeiro e que vão desde a aproximação, relacionamentos e
laços com os vivos, até a coleta de uma alma feita fora do tempo correto,
podendo ser feita muito cedo ou muito tarde ou até mesmo feita de maneira
descuidada ou mesquinha.
Quando
um taboo é cometido o ceifeiro responsável recebe uma marca do semblante,
variando desde pele fria à entranhas expostas e ainda pior, uma casca vazia,
nada além de um esqueleto envolto em trapos, sem emoções ou zelo com as almas,
uma vítima das circunstâncias sendo constantemente chamado para retornar ao
estirge entregando se ao esquecimento por completo. Tudo isso Dependendo do
número de pontos de taboo adquiridos pelo jogador durante as sessões de jogo.
Por
ser um jogo com foco em mecânicas de narrativa compartilhada, ao coletar uma
alma um outro jogador poderá ser escolhido para interpretar o recém falecido e,
assim este deve agir em conjunto com o ceifeiro executando diversos tipos de
tarefas para que a alma possa finalmente descansar em paz.
O
sistema utilizado é o COODI e nesse sistema não são feitos testes de atributos,
mas sim sempre em perícias específicas, sejam essas básicas ou especializadas.
Para a maioria dos testes utiliza-se 3d6 (Três dados de seis faces) e um quarto
dado que poderá ser utilizado em alguns testes específicos com o uso de
determinação. Junto a isso, caso o narrador julgue necessário ele poderá
inserir condições adversas sendo que cada condição reduz ou amplia a chance de
sucesso do personagem.
Outra
mecânica narrativa que foi adicionada e que acreditamos ser notável destacar é
que em qualquer situação onde não exista possibilidade de falha pelos jogadores
também não gera nenhum benefício.
Os
antagonistas presentes no livro são muito bem descritos e desenvolvidos tendo
entre eles, fantasmas, vampiros, necromantes e inclusive outros ceifeiros. E
por fim, toda a arte escolhida para ilustrar o livro serve para dar o tom
obscuro de terror psicológico e gerando um ótimo clima para o livro.
Referências para Ideias de Caronte: O Corvo,
Cidade dos Anjos, Os Outros, Spectral, Death Note, Vozes do Além, O Iluminado,
Shinigami no Ballad, Sexto Sentido, Coma, Reencarnação, Dark Souls, Os Perpétuos,
Death Like Me! (A morte gosta de mim), A Garota que Roubava Livros e muito,
muito mais.
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