Pathfinder Segunda
edição
Contos dos Presságios Perdidos:
O Desejo de Morte
Pelo menos desta vez, Newt conhecia a tempestade de
fogo para a qual estava se dirigindo.
Foi culpa de Johenn. Sempre foi culpa de Johenn. O que era pior, Newt lhe devia um favor. Então, quando ele o achou no meio de algumas pesquisas em Forae Logos, a maior biblioteca de Absalom, o goblin-macaco estranhamente erudito foi recrutado.
Nessa última hora, eles foram para a segurança da Grande Loja e seguiram para o nível mais baixo dos jardins. Ainda haviam alguns pernas compridas demais para deixar Newt desconfortável, mas pelo menos haviam menos olhares. Aqui, pelo menos, ele sabia que pertencia e ele tinha a bússola desbravadora para provar isso.
A primeira a avistar Johenn foi uma jovem com um vestido chique, azul e branco, seu cabelo castanho claro preso em uma trança divertida na parte de trás da cabeça. Seus olhos brilharam quando ela reconheceu o jovem e se animou de emoção. Ela ficou surpresa ao ver Newt, mas sua atenção voltou rapidamente para o jovem e sua voz se ergueu para cumprimentá-lo.
“Por favor, diga que você encontrou.”
Johenn deu a ela um sorriso brincalhão enquanto pulava o último degrau, a resposta em si mesmo. Com seu jeito usual para o dramático, o homem de cabelos escuros enfiou a mão no sobretudo comprido e revelou um grande livro com capa de couro. Ele pulou até onde a jovem estava sentada, varrendo o diário em um arco para descansar diante dela.
“Seleção de hoje à noite para a senhora”, ele sussurrou quando ela aceitou. “Lembranças de Hadagaskar sobre os Reinos Perdidos. Posso sugerir um vinho de amora ou talvez um prato de sobremesa?” Sem esperar por uma resposta, ele voltou sua atenção para outro companheiro próximo. Este homem mais velho se mantinha orgulhoso, sua barba cobre e branca cuidadosamente trançada e anelada.
Colocando a mão em outro bolso de seu sobretudo, Johenn retirou uma caixa de pergaminhos, girando-a habilmente em uma das mãos antes de apresentá-la com um floreio. “E para o distinto cavalheiro, um limpador de palato leve: De [Horn] a [Cadeira com Cajado Elevado]: uma Atualização em Logograma Pré-Gigantes. Volume 3.”
O homem acenou com a cabeça, pegando a caixa do pergaminho, gentilmente liberando sua trava protetora e deslizando o conteúdo em sua mão ansiosa e nodosa.
“E, meus amigos, por favor, permitam-me apresentar a vocês a mente mais afiada que conheço.” Johenn acenou para o goblin macaco azul escuro. “Meu velho amigo e companheiro de aventura, Newt. Newt, posso apresentar a você Lady Zaya...”
“Apenas Zaya” ela corrigiu.
“...apenas Zaya e seu amado cão, Alouicious.” O vira-lata cinza ergueu os olhos ao ouvir seu nome, avaliou rapidamente os arredores e baixou a cabeça.
“Patrulheira”, disse Newt com um aceno de cabeça e foi recebido com um sorriso encantado.
“Bem,” Johenn sorriu. “Nossa querida senhora está com os Caçadores do Horizonte e e uma batedora avançada para sua equipe quando ela não está se divertindo entre nós.”
Newt se divertiu ao encontrar Zaya revirando os olhos - algo que ele mesmo havia feito no teatro de Johenn muitas vezes.
“E nosso cavalheiro de manto é Cromberly,” Johenn continuou. Os olhos turvos da idade do ancião já estavam lançandos avidamente sobre o pergaminho; ele ergueu a mão nodosa, acenando distraidamente uma saudação.
“Cromberly aqui tem um coração para a aventura que envergonha à todos nós,” Johenn sorriu. “E uma habilidade impressionante para a sobrevivência, eu ouvi.”
“Prazer em conhecê-los”, reconheceu Newt, “mas vamos direto ao assunto. Johenn apenas começou a me contar sobre o seu mistério e estou ansioso para ajudar. Contem-me.”
Zaya pensou por onde começar. “Descobrimos Cinco Olhos por acidente; minha equipe foi enviada originalmente para as Terras Impossíveis, na costa de Jalmeray.”
“Seguindo Padiskar?” adivinhou Newt.
Zaya riu. “Foi isso que Cromberly também adivinhou. Mas não, notícias velhas de Padiskar.”
Sem olhar para cima, Cromberly disse: “Padiskar foi construído ao redor das ruínas de lá, com leis rígidas e muitas fronteiras para garantir que ninguém se intrometa na criatura lá embaixo. Foi até revisado pelo Selo Vigilante e é considerado seguro por enquanto.”
Zaya concordou. “Padiskar fica no norte, e estávamos na costa sul de Jalmeray. Estávamos lá para investigar um fenômeno ambiental: o súbito aparecimento de árvores de formas estranhas, totalmente formadas e emergindo diretamente de debaixo d'água.”
Newt quase interrompeu com uma pergunta, mas então se conteve. Terras impossíveis, de fato.
“Sua chegada repentina atraiu vários peregrinos, que afirmam que a aparência dessas árvores foi o desejo moribundo de seu antigo e benevolente deus, Cinco Olhos. As próprias árvores parecem inofensivas e os peregrinos têm estado em paz. Estamos de olho. Desde que estou aqui, tenho aproveitado a oportunidade para olhar mais para o Cinco Olhos.” Zaya ergueu o livro que Johenn acabou de dar a ela.
Newt acenou com a cabeça pensativamente, seus olhos dourados mudando para Johenn enquanto o homem de cabelos escuros continuava a história. “Eu realmente queria apenas ajudar nossa bela patrulheira em sua pesquisa” - outro olhar de Zaya - “mas, por sorte ou loucura, minhas próprias aventuras recentes pareciam ligadas às dela.”
Ele parou por um momento, permitindo que o silêncio se estendesse.
“Johenn” disse Newt com desagrado, acenando com a mão. “Performances depois. Detalhes agora.”
Johenn sorriu timidamente, preso em seu velho hábito. “É claro é claro. Me perdoe. Minha missão mais recente foi nas montanhas do Menador, em Cheliax Antiga. Fomos enviados para lá para investigar algumas cavernas recém-descobertas na área. Imagine minha surpresa quando descobrimos nosso velho amigo lá.”
Desta vez, Newt entendeu a pausa significativa. Ele sussurrou um nome baixo. “Alden.”
Johenn assentiu sombriamente. “Aparentemente, o Consórcio Áspide também ouviu falar desse potencial achado. Ficou... complicado. Tornou-se menos uma expedição cuidadosa e mais uma corrida para encontrar e catalogar tudo que pudéssemos antes que Alden e sua equipe o pegassem ou destruíssem.”
Newt resmungou e Johenn assentiu com empatia. “Descobrimos uma série de antigas pinturas em cavernas, esculturas e inscrições... Newt, foi incrível.”
O goblin fez a pergunta mais urgente: “Alguém se machucou?”
Johenn balançou a cabeça e Newt soltou a respiração que não lembrava de ter prendido.
“Foi perto”, admitiu Johenn. “Mas saímos em segurança. O idiota demoliu a caverna para chegar a algo além da parede. Nós seguramos a área o máximo que pudemos, enquanto eu combinava toda a nossa mistura de ladrões de livros. Copiamos tudo que podíamos, mas havia muito. Era quase impossível descobrir quais pinturas eram as mais importantes. Com uma luta chegando, tivemos que fazer muitas suposições. Eu estava fazendo traçados de algumas das inscrições, mas não tive tempo de completá-las.”
“Você fez bem,” o goblin rugiu. “Agentes primeiro.”
Johenn acenou com a cabeça, embora Newt pudesse dizer que a perda da informação feriu profundamente o arquivista. “Nós saímos com o que podíamos. Fiz cópias do que pudemos salvar... parece ser uma série de escritos sobre uma criatura enorme...”
“...com cinco olhos,” Newt terminou a frase, adivinhando. Johenn arqueou as sobrancelhas em ascensão.
“Zaya e eu juntamos nossos recursos desde então. Algumas das minhas páginas salvas capturaram frases completas, por isso conseguimos traduzi-las. Com o resto, bem... é aí que entra Cromberly. Ele tem um talento especial para idiomas. "
“Entendi”, Newt assentiu. “Então, o que você tem até agora?”
“É irregular”, admitiu Zaya. “A equipe de Johenn fez um trabalho fantástico salvando o que podiam. Mas isso ainda nos deixa com apenas fragmentos de informações e muitas suposições.”
Johenn ofereceu seu diário a Newt. O goblin aceitou e se sentou a alguns passos de Zaya. O macaco-goblin grunhiu enquanto folheava as páginas rabiscadas e traduzidas. “Cinco Olhos desperto... mm-hmm... velhos erros corrigidos... desatados, irrestritos... o desejo de morrer...”
“Havia muitos desses símbolos repetidos na parede da caverna perdida”, Johenn ofereceu, lendo sobre o ombro do goblin. “Especialmente as menções de Cinco Olhos e muitas repetições sobre seu desejo de morrer.”
“Hm. Que parte é essa aqui, sobre ‘nenhum dragão permanece, apenas ossos’? E aqui, onde está emparelhado com o desejo de morte.” Newt olhou de soslaio para uma das páginas de forma crítica, enfiando um dedo mínimo no livro para salvar seu lugar enquanto olhava algumas páginas para trás. Um grunhido de aborrecimento passou por seus lábios quando ele encontrou outra passagem; sua cauda serpenteava para ajudá-lo a segurar a página extra.
“Hm. Aqui.” Seu rabo apontou para uma página. “É sobre o Cinco Olhos encerrando a era dos dragões. E aqui, novamente. Isso é parte desse ‘Desejo de Morte’? Ou foi talvez como ele próprio morreu...?”
“Não tenho certeza”, admitiu Zaya.
“Tudo parece uma profecia”, grunhiu Newt, a última palavra pingando, venenosa.
“Bem. Pelo menos isso não seria nada para se preocupar,” riu Johenn com um sorriso sarcástico “as profecias não são confiáveis hoje em dia.”
“Verdade,” reconheceu Cromberly, finalmente erguendo os olhos de seus pergaminhos. “Mas seria tolice ignorar o que descobrimos, mesmo que seja uma lenda que estamos pesquisando. As árvores repentinas em Jalmeray significam que algo está acontecendo. Melhor se entrarmos preparados.”
Newt acenou com a cabeça e continuou a folhear os esboços de Johenn. Algo o incomodava. “Conte-me mais sobre as árvores que você descobriu, Zaya.”
A mulher acenou com a cabeça, enfiando a mão na bolsa e tirando seu próprio caderno de campo. “As árvores estavam petrificadas. Cada um tinha seu próprio sistema de raízes estendendo-se abaixo da água, com gavinhas perdidas no fundo do oceano.” Ela virou uma página. “Todas essas árvores tinham um grão em espiral ao longo da madeira, mas cada espiral cresceu sobre si mesma. Pareciam veias, realmente.”
Zaya virou outra página e virou o livro para mostrar a Newt um esboço. “Nenhuma das árvores apresentava crescimento ou sinal de vida. Apenas... um bosque de árvores rodopiantes e petrificadas.”
Newt piscou algumas vezes. “Não sei se você pretendia fazer isso, mas seu esboço certamente faz essas árvores parecerem dentes pontiagudos para mim.”
Sistema radicular. Veias. Dentes.
E era disso que ele precisava se lembrar. Ele estalou os dedos. “Vários meses atrás, eu fazia parte de uma equipe de investigação no meio da Expansão Mwangi. Estávamos investigando o roubo de relíquias de um museu local. Os ladrões contornaram completamente alguns dos alvos mais óbvios e lucrativos, optando por levar os restos petrificados de uma criatura antiga, em sua maioria desconhecida.”
“O que você descobriu sobre isso?” perguntou Cromberly.
“Havia mais perguntas do que respostas. A exibição era de vários dentes petrificados do comprimento de um braço humano, e algumas escamas de pontas afiadas que pertenciam a uma criatura chamada apenas Ko'kquali, assim chamada devido à formação de seus dentes. Não havia muito mais para aprender sobre isso - é em grande parte um mistério - mas os professores acreditavam que a criatura era o predador ápice de seu tempo, banqueteando-se com dragões tão facilmente quanto os dragões de hoje comem ovelhas.”
“Oh meu.” Cromberly ficou pálido
“Vejo que seu amigo fala o dialeto”, arriscou-se o goblin.
Assentindo, Cromberly falou. “Ko'kquali. Cinco pontos. Não olhos.”
“Então...” Johenn engoliu em seco. “Então me ouça aqui. Parece que Zaya aqui descobriu um lugar recém-formado, criado para a adoração dos peregrinos dos Cinco Olhos. Um lugar que parece dentes de pedra petrificados.”
Zaya acenou com a cabeça.
“Alguns vestígios de uma velha criatura que comia dragões no lanche da hora do chá foram roubados. E essa criatura foi chamada de Cinco Pontas.”
Newt assentiu.
“…e minha equipe acabou de encontrar um monte de pinturas rupestres - literalmente escritas na parede! - sobre Cinco Olhos, como a era dos dragões chegará ao fim e como há algum desejo de morte.”
Um longo silêncio pairou sobre os agentes. Johenn pegou seu diário e Newt o devolveu sem dizer uma palavra.
Johenn ergueu o livro e fez uma última pergunta silenciosa. “E se isso não for uma lenda, não for uma profecia... E se essas forem instruções?”
Newt limpou a garganta seca. “Então, eu diria que temos uma longa jornada pela frente, Johenn. Vamos espalhar a palavra e teremos muitas respostas para encontrar. E rápido. Antes de descubramos o que um Desejo de Morte pode fazer com Golarion.”
Foi culpa de Johenn. Sempre foi culpa de Johenn. O que era pior, Newt lhe devia um favor. Então, quando ele o achou no meio de algumas pesquisas em Forae Logos, a maior biblioteca de Absalom, o goblin-macaco estranhamente erudito foi recrutado.
Nessa última hora, eles foram para a segurança da Grande Loja e seguiram para o nível mais baixo dos jardins. Ainda haviam alguns pernas compridas demais para deixar Newt desconfortável, mas pelo menos haviam menos olhares. Aqui, pelo menos, ele sabia que pertencia e ele tinha a bússola desbravadora para provar isso.
A primeira a avistar Johenn foi uma jovem com um vestido chique, azul e branco, seu cabelo castanho claro preso em uma trança divertida na parte de trás da cabeça. Seus olhos brilharam quando ela reconheceu o jovem e se animou de emoção. Ela ficou surpresa ao ver Newt, mas sua atenção voltou rapidamente para o jovem e sua voz se ergueu para cumprimentá-lo.
“Por favor, diga que você encontrou.”
Johenn deu a ela um sorriso brincalhão enquanto pulava o último degrau, a resposta em si mesmo. Com seu jeito usual para o dramático, o homem de cabelos escuros enfiou a mão no sobretudo comprido e revelou um grande livro com capa de couro. Ele pulou até onde a jovem estava sentada, varrendo o diário em um arco para descansar diante dela.
“Seleção de hoje à noite para a senhora”, ele sussurrou quando ela aceitou. “Lembranças de Hadagaskar sobre os Reinos Perdidos. Posso sugerir um vinho de amora ou talvez um prato de sobremesa?” Sem esperar por uma resposta, ele voltou sua atenção para outro companheiro próximo. Este homem mais velho se mantinha orgulhoso, sua barba cobre e branca cuidadosamente trançada e anelada.
Colocando a mão em outro bolso de seu sobretudo, Johenn retirou uma caixa de pergaminhos, girando-a habilmente em uma das mãos antes de apresentá-la com um floreio. “E para o distinto cavalheiro, um limpador de palato leve: De [Horn] a [Cadeira com Cajado Elevado]: uma Atualização em Logograma Pré-Gigantes. Volume 3.”
O homem acenou com a cabeça, pegando a caixa do pergaminho, gentilmente liberando sua trava protetora e deslizando o conteúdo em sua mão ansiosa e nodosa.
“E, meus amigos, por favor, permitam-me apresentar a vocês a mente mais afiada que conheço.” Johenn acenou para o goblin macaco azul escuro. “Meu velho amigo e companheiro de aventura, Newt. Newt, posso apresentar a você Lady Zaya...”
“Apenas Zaya” ela corrigiu.
“...apenas Zaya e seu amado cão, Alouicious.” O vira-lata cinza ergueu os olhos ao ouvir seu nome, avaliou rapidamente os arredores e baixou a cabeça.
“Patrulheira”, disse Newt com um aceno de cabeça e foi recebido com um sorriso encantado.
“Bem,” Johenn sorriu. “Nossa querida senhora está com os Caçadores do Horizonte e e uma batedora avançada para sua equipe quando ela não está se divertindo entre nós.”
Newt se divertiu ao encontrar Zaya revirando os olhos - algo que ele mesmo havia feito no teatro de Johenn muitas vezes.
“E nosso cavalheiro de manto é Cromberly,” Johenn continuou. Os olhos turvos da idade do ancião já estavam lançandos avidamente sobre o pergaminho; ele ergueu a mão nodosa, acenando distraidamente uma saudação.
“Cromberly aqui tem um coração para a aventura que envergonha à todos nós,” Johenn sorriu. “E uma habilidade impressionante para a sobrevivência, eu ouvi.”
“Prazer em conhecê-los”, reconheceu Newt, “mas vamos direto ao assunto. Johenn apenas começou a me contar sobre o seu mistério e estou ansioso para ajudar. Contem-me.”
Zaya pensou por onde começar. “Descobrimos Cinco Olhos por acidente; minha equipe foi enviada originalmente para as Terras Impossíveis, na costa de Jalmeray.”
“Seguindo Padiskar?” adivinhou Newt.
Zaya riu. “Foi isso que Cromberly também adivinhou. Mas não, notícias velhas de Padiskar.”
Sem olhar para cima, Cromberly disse: “Padiskar foi construído ao redor das ruínas de lá, com leis rígidas e muitas fronteiras para garantir que ninguém se intrometa na criatura lá embaixo. Foi até revisado pelo Selo Vigilante e é considerado seguro por enquanto.”
Zaya concordou. “Padiskar fica no norte, e estávamos na costa sul de Jalmeray. Estávamos lá para investigar um fenômeno ambiental: o súbito aparecimento de árvores de formas estranhas, totalmente formadas e emergindo diretamente de debaixo d'água.”
Newt quase interrompeu com uma pergunta, mas então se conteve. Terras impossíveis, de fato.
“Sua chegada repentina atraiu vários peregrinos, que afirmam que a aparência dessas árvores foi o desejo moribundo de seu antigo e benevolente deus, Cinco Olhos. As próprias árvores parecem inofensivas e os peregrinos têm estado em paz. Estamos de olho. Desde que estou aqui, tenho aproveitado a oportunidade para olhar mais para o Cinco Olhos.” Zaya ergueu o livro que Johenn acabou de dar a ela.
Newt acenou com a cabeça pensativamente, seus olhos dourados mudando para Johenn enquanto o homem de cabelos escuros continuava a história. “Eu realmente queria apenas ajudar nossa bela patrulheira em sua pesquisa” - outro olhar de Zaya - “mas, por sorte ou loucura, minhas próprias aventuras recentes pareciam ligadas às dela.”
Ele parou por um momento, permitindo que o silêncio se estendesse.
“Johenn” disse Newt com desagrado, acenando com a mão. “Performances depois. Detalhes agora.”
Johenn sorriu timidamente, preso em seu velho hábito. “É claro é claro. Me perdoe. Minha missão mais recente foi nas montanhas do Menador, em Cheliax Antiga. Fomos enviados para lá para investigar algumas cavernas recém-descobertas na área. Imagine minha surpresa quando descobrimos nosso velho amigo lá.”
Desta vez, Newt entendeu a pausa significativa. Ele sussurrou um nome baixo. “Alden.”
Johenn assentiu sombriamente. “Aparentemente, o Consórcio Áspide também ouviu falar desse potencial achado. Ficou... complicado. Tornou-se menos uma expedição cuidadosa e mais uma corrida para encontrar e catalogar tudo que pudéssemos antes que Alden e sua equipe o pegassem ou destruíssem.”
Newt resmungou e Johenn assentiu com empatia. “Descobrimos uma série de antigas pinturas em cavernas, esculturas e inscrições... Newt, foi incrível.”
O goblin fez a pergunta mais urgente: “Alguém se machucou?”
Johenn balançou a cabeça e Newt soltou a respiração que não lembrava de ter prendido.
“Foi perto”, admitiu Johenn. “Mas saímos em segurança. O idiota demoliu a caverna para chegar a algo além da parede. Nós seguramos a área o máximo que pudemos, enquanto eu combinava toda a nossa mistura de ladrões de livros. Copiamos tudo que podíamos, mas havia muito. Era quase impossível descobrir quais pinturas eram as mais importantes. Com uma luta chegando, tivemos que fazer muitas suposições. Eu estava fazendo traçados de algumas das inscrições, mas não tive tempo de completá-las.”
“Você fez bem,” o goblin rugiu. “Agentes primeiro.”
Johenn acenou com a cabeça, embora Newt pudesse dizer que a perda da informação feriu profundamente o arquivista. “Nós saímos com o que podíamos. Fiz cópias do que pudemos salvar... parece ser uma série de escritos sobre uma criatura enorme...”
“...com cinco olhos,” Newt terminou a frase, adivinhando. Johenn arqueou as sobrancelhas em ascensão.
“Zaya e eu juntamos nossos recursos desde então. Algumas das minhas páginas salvas capturaram frases completas, por isso conseguimos traduzi-las. Com o resto, bem... é aí que entra Cromberly. Ele tem um talento especial para idiomas. "
“Entendi”, Newt assentiu. “Então, o que você tem até agora?”
“É irregular”, admitiu Zaya. “A equipe de Johenn fez um trabalho fantástico salvando o que podiam. Mas isso ainda nos deixa com apenas fragmentos de informações e muitas suposições.”
Johenn ofereceu seu diário a Newt. O goblin aceitou e se sentou a alguns passos de Zaya. O macaco-goblin grunhiu enquanto folheava as páginas rabiscadas e traduzidas. “Cinco Olhos desperto... mm-hmm... velhos erros corrigidos... desatados, irrestritos... o desejo de morrer...”
“Havia muitos desses símbolos repetidos na parede da caverna perdida”, Johenn ofereceu, lendo sobre o ombro do goblin. “Especialmente as menções de Cinco Olhos e muitas repetições sobre seu desejo de morrer.”
“Hm. Que parte é essa aqui, sobre ‘nenhum dragão permanece, apenas ossos’? E aqui, onde está emparelhado com o desejo de morte.” Newt olhou de soslaio para uma das páginas de forma crítica, enfiando um dedo mínimo no livro para salvar seu lugar enquanto olhava algumas páginas para trás. Um grunhido de aborrecimento passou por seus lábios quando ele encontrou outra passagem; sua cauda serpenteava para ajudá-lo a segurar a página extra.
“Hm. Aqui.” Seu rabo apontou para uma página. “É sobre o Cinco Olhos encerrando a era dos dragões. E aqui, novamente. Isso é parte desse ‘Desejo de Morte’? Ou foi talvez como ele próprio morreu...?”
“Não tenho certeza”, admitiu Zaya.
“Tudo parece uma profecia”, grunhiu Newt, a última palavra pingando, venenosa.
“Bem. Pelo menos isso não seria nada para se preocupar,” riu Johenn com um sorriso sarcástico “as profecias não são confiáveis hoje em dia.”
“Verdade,” reconheceu Cromberly, finalmente erguendo os olhos de seus pergaminhos. “Mas seria tolice ignorar o que descobrimos, mesmo que seja uma lenda que estamos pesquisando. As árvores repentinas em Jalmeray significam que algo está acontecendo. Melhor se entrarmos preparados.”
Newt acenou com a cabeça e continuou a folhear os esboços de Johenn. Algo o incomodava. “Conte-me mais sobre as árvores que você descobriu, Zaya.”
A mulher acenou com a cabeça, enfiando a mão na bolsa e tirando seu próprio caderno de campo. “As árvores estavam petrificadas. Cada um tinha seu próprio sistema de raízes estendendo-se abaixo da água, com gavinhas perdidas no fundo do oceano.” Ela virou uma página. “Todas essas árvores tinham um grão em espiral ao longo da madeira, mas cada espiral cresceu sobre si mesma. Pareciam veias, realmente.”
Zaya virou outra página e virou o livro para mostrar a Newt um esboço. “Nenhuma das árvores apresentava crescimento ou sinal de vida. Apenas... um bosque de árvores rodopiantes e petrificadas.”
Newt piscou algumas vezes. “Não sei se você pretendia fazer isso, mas seu esboço certamente faz essas árvores parecerem dentes pontiagudos para mim.”
Sistema radicular. Veias. Dentes.
E era disso que ele precisava se lembrar. Ele estalou os dedos. “Vários meses atrás, eu fazia parte de uma equipe de investigação no meio da Expansão Mwangi. Estávamos investigando o roubo de relíquias de um museu local. Os ladrões contornaram completamente alguns dos alvos mais óbvios e lucrativos, optando por levar os restos petrificados de uma criatura antiga, em sua maioria desconhecida.”
“O que você descobriu sobre isso?” perguntou Cromberly.
“Havia mais perguntas do que respostas. A exibição era de vários dentes petrificados do comprimento de um braço humano, e algumas escamas de pontas afiadas que pertenciam a uma criatura chamada apenas Ko'kquali, assim chamada devido à formação de seus dentes. Não havia muito mais para aprender sobre isso - é em grande parte um mistério - mas os professores acreditavam que a criatura era o predador ápice de seu tempo, banqueteando-se com dragões tão facilmente quanto os dragões de hoje comem ovelhas.”
“Oh meu.” Cromberly ficou pálido
“Vejo que seu amigo fala o dialeto”, arriscou-se o goblin.
Assentindo, Cromberly falou. “Ko'kquali. Cinco pontos. Não olhos.”
“Então...” Johenn engoliu em seco. “Então me ouça aqui. Parece que Zaya aqui descobriu um lugar recém-formado, criado para a adoração dos peregrinos dos Cinco Olhos. Um lugar que parece dentes de pedra petrificados.”
Zaya acenou com a cabeça.
“Alguns vestígios de uma velha criatura que comia dragões no lanche da hora do chá foram roubados. E essa criatura foi chamada de Cinco Pontas.”
Newt assentiu.
“…e minha equipe acabou de encontrar um monte de pinturas rupestres - literalmente escritas na parede! - sobre Cinco Olhos, como a era dos dragões chegará ao fim e como há algum desejo de morte.”
Um longo silêncio pairou sobre os agentes. Johenn pegou seu diário e Newt o devolveu sem dizer uma palavra.
Johenn ergueu o livro e fez uma última pergunta silenciosa. “E se isso não for uma lenda, não for uma profecia... E se essas forem instruções?”
Newt limpou a garganta seca. “Então, eu diria que temos uma longa jornada pela frente, Johenn. Vamos espalhar a palavra e teremos muitas respostas para encontrar. E rápido. Antes de descubramos o que um Desejo de Morte pode fazer com Golarion.”
- Rachael Cruz
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