Vamos criar um vilão
de RPG memorável?
Um
dos maiores desafios para mestres de RPG, sejam novatos ou veteranos, é criar
um antagonista crível que prenda os jogadores na aventura. A máxima “o vilão
faz a campanha” é muito acertada. Histórias em quadrinhos, seriados, filmes,
livros, por trás de todos eles você encontrará um vilão incrível. Tem que ser
algo que seus jogadores amem odiar, mas também um personagem sobre o qual eles
amem aprender mais. Um bom vilão é um ato de equilíbrio entre profundidade e
destruição.
Vilões
não são necessariamente difíceis de criar, mas eles exigem um pouco mais de
reflexão e planejamento do que criar meros capangas que estão ali para serem
apenas confrontados e derrotados pelos protagonistas. Vamos dar cinco dicas de
como criar vilões que poderão ser o diferencial de sua mesa.
1. Um conceito legal
Crie
algo interessante e que fuja do comum, algo que seus jogadores vão lembrar.
Algo com um conceito forte e inesquecível. Darth Vader? Thanos? Lex Luthor? Doutor
Destino... Brainiac... Capitão Pátria... Todos eles são memoráveis não por
serem apenas “maus”, mas por serem memoráveis em sua visão de mundo, em sua forma
de agir, seus deslizes humanos quando os imaginamos acima disso.
Os
vilões precisam ser memoráveis e fazer com que o grupo queira saber mais sobre
eles. Você pode achar que começar com uma base
na cultura pop é cafona – e pode ser –,
mas você precisa tentar criar um conceito que seja tão
único e memorável quanto seus
vilões favoritos. Pense no que os diferencia e tente
capturar alguns elementos disso no design do vilão da sua campanha.
2. Os vilões
precisam de motivos que façam sentido
Seu
vilão deve fazer sentido do seu próprio ponto de vista. A ideia de equilíbrio do
universo, para Thanos, ou um mundo livre do perigo dos metahumanos, para Amanda
Waller, descubra por que ele faz o que faz e certifique-se de que esses sejam
motivos que qualquer pessoa entenderá instantaneamente quando você contar.
O
vilão pode ser ganancioso, maligno e/ou antipático, mas essas motivações devem
ter lógica interna dentro do contexto do vilão. Ao explicar o que o vilão está
fazendo e por quê, você não quer que os jogadores digam "isso não faz
sentido!".
Não
tenha pressa. Você deve dedicar pelo menos o mesmo tempo que dedicaria ao
planejamento da história e das motivações do seu vilão para criar um
personagem.
3. Como seu vilão
atormentará os personagens dos jogadores?
Exatamente
como esse vilão pode e irá machucar seus personagens? Ele aparecerá
pessoalmente para destruí-los (ou pelo menos fazê-los fugir para lamber suas
feridas)? Ele tem poder político para tomar suas casas ou mandá-los prender e
julgá-los? Ele matará familiares ou destruirá coisas que eles amam? Será um
terror psicológico traumatizante?
Pense
nisso do ponto de vista dos PJs. O que eles odiariam que o vilão fizesse dentro
do escopo do cenário da campanha, tanto em termos mecânicos quanto narrativos?
O que realmente frustraria o grupo?
Ao
mesmo tempo, lembre-se de que isto é um jogo. Evite tópicos que possam gerar
gatilhos, como agressão sexual, violência contra crianças/animais e qualquer
coisa que possa tocar o coração dos seus jogadores. Antes de tudo tenha cuidado
com seus jogadores. Em outras palavras, acerte os personagens onde dói, não
seus amigos que os interpretam, mas não esqueçam da ligação que eles possuem...
Porque, se você exagerar, poderá não só arruinar o jogo para eles, como causar-lhes
um incômodo e desconforto reais... e ninguém quer isso.
4. Uma hora ou outra os jogadores vão ter que lidar com ele
Todo
Mestre tem uma história de quando seu grupo ignorou a grande trama do vilão. Os
jogadores podem ser teimosos e nem sempre mordem a isca.
Interrompa
isso antes que comece, planejando como o plano do vilão, que está se
intensificando, chamará a atenção dos jogadores. Siga o passo 3 e aumente o
nível até um nível que não possa ser ignorado. Por exemplo, se o vilão estiver
acumulando poder mágico incontrolável, você pode fazer com que ele complete um
ritual que interfira na magia dos personagens ou dos deuses, ou de alguma forma
os impeça de partir para outras missões.
Torne
inevitável que eles procurem e enfrentem o vilão!
5. O confronto
final: como tudo isso vai dar resultado?
Vale
a pena pensar nisso antes do confronto final. Você passou níveis e níveis
frustrando o grupo com esse NPC, como pode levá-los a uma luta final que seja
realmente climática? Algumas dicas poderiam ser:
- Faça os
jogadores enfrentarem o vilão em seu território, onde ele tem vantagem.
- Certifique-se
de que o vilão esteja no controle da situação no início da batalha.
- Quebre a
formação do grupo: ataque os conjuradores da retaguarda, derrube os
super-heróis mais poderosos com a sua kriptonita, nocauteie o curandeiro, use
algumas habilidades de imunidade aos poderes mais fortes dos jogadores. Faça os
jogadores recorrerem aos planos B, C e além para se esforçarem e vencerem a
luta. Obrigue-os a usarem estratégias.
- Faça com que a
luta inteira (que pode incluir pré-lutas com capangas) seja longa o suficiente
para que os jogadores e o vilão usem todas as suas habilidades. Todos devem
deixar tudo o que têm neste campo de batalha e saber que estão fazendo o máximo.
- Garanta que o
vilão tenha uma morte épica. Ele não deve sucumbir a alguns feitiços bem
posicionados ou ao simples soco do Super-Homem. Dê a ele meios de ignorar
alguns deles e trocar golpes antes de finalmente sucumbir aos últimos golpes
desesperados do grupo.
Construir
um grande vilão é um projeto que durará toda a sua campanha – às vezes, a vida
inteira, se você continuar voltando para um vilão realmente bom. Com o processo
certo, você pode garantir que seu vilão seja digno dos melhores personagens que
seus jogadores trouxerem.
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