Quadrinhos da
Confraria
Os Cinco Personagens
Mais Assustadores da DC
Estamos
no mês do horror e do medo e vamos hoje abordar esse tema cativante nos
quadrinhos da DC Comics. Poderíamos pegar muitos exemplos batidos ou mesmo
arcos recentes, como Cavaleiro do Pesadelo.
Mas
gosto de escavar até o fundo do baú e trazer algo que as pessoas realmente não
conheçam ou não se lembrem. Para isso vou me valer de uma matéria lançada no
ano passado no próprio site da DC Comics, em comemoração ao Halloween, e usá-lo como base. Então, bem-vindo aos...
Os Cinco Personagens
Mais
Assustadores da DC
É a temporada dos gritos, e há muitos personagens no
Universo DC que podem dar a sua cota deles. O que consideramos “assustador” é
algo intensamente pessoal, e a lista preparada aqui pode ser diferente do que
você possa imaginar. Mas é exatamente isso que acho tão interessante sobre o
medo, para começar. Embora os humanos tendam a ter os mesmos medos temáticos,
todos nós temos nossas próprias ansiedades individuais que o terror traz à
tona.
Com isso em mente, também elaborei esta lista para
incluir personagens que não são assustadores apenas por causa de seus designs.
Em vez de parecerem assustadores, esses personagens também precisavam
representar algo perturbador em vários níveis. Dito isso, deixe-me mostrar
minhas escolhas para os personagens mais aterrorizantes do Universo DC. Reze
para que você nunca os encontre.
5º - Professor Pyg
Só vou dizer logo de cara que ficaremos em Gotham durante
a maior parte desta lista, mas será que isso é tão surpreendente assim? Algo
realmente precisa ser feito em relação a essa cidade. Tem gente demais chamando
ela de lar. Um exemplo: o Professor Pyg.
O Professor Pyg é obcecado pela perfeição, tanto que está
disposto a sequestrar pessoas e cirurgicamente anexar rostos — e até cabeças de
animais — a seus corpos. Ele também inventou uma droga que transforma pessoas
em seus seguidores irracionais. Há uma perversidade no comportamento de Pyg que
o elevou ao topo dos piores de Gotham quando estreou em Batman & Robin #1, de
Grant Morrison e Frank Quitely, em 2009 [no Brasil publicado a primeira vez em
Batman (1º série) #92 – Panini, julho de 2010]. Mas foi o sábio Jim Gordon, em
Batman & Robin #3 , que resumiu perfeitamente nossos sentimentos
sobre o Professor Pyg: “Eu odeio isso aqui”.
4º - Os Homens de Lugar Nenhum
Em determinado momento, os membros da Patrulha do Destino poderiam ser considerados horripilantes por causa de suas excentricidades. Este é um elemento com o qual o escritor Grant Morrison brincou em sua jornada seminal para o título. Nas edições #43 e #44 [no Brasil publicada em Patrulha do Destino (1º série) #4 – Panini, outubro de 2016], Morrison foi acompanhado por Richard Case e Mark McKenna para dar vida a um lugar perturbador sob o Pentágono, em Washington, DC, conhecido como a Fazenda das Formigas. A Fazenda das Formigas é liderada por um alegre, porém chauvinista, Major Honey, que usa os Homens de Lugar Nenhum, de aparência robótica, para “exterminar toda excentricidade e irracionalidade” no mundo real. Isso inclui os próprios membros da Patrulha do Destino. De acordo com os desejos do Major Honey, os Homens de Lugar Nenhum agem de maneira predeterminada, eliminando a “rebelião” em nome da “confiabilidade”.
Bem, acho que não preciso explicar todos os motivos pelos
quais o propósito da Fazenda de Formigas é perturbador. Mas os designs dos
personagens dos Homens de Lugar Nenhum são estranhos e valem a pena serem
analisados. Apesar de serem robóticos por natureza (o que contraria a parte “Homens”
do nome), suas cabeças lembram crânios de animais. É uma fusão horrível do
mecânico com o orgânico e o natural que continua a me assombrar.
3º - Salvaguarda
Como todos sabemos, o Batman adora seus planos de contingência. E então, por ser o Batman, ele constrói um robô chamado Salvaguarda para detê-lo e aos seus companheiros da Liga da Justiça caso ele traia sua regra número um — nunca tirar uma vida. No entanto, depois que o Pinguim gentilmente simula sua própria morte nas mãos do Batman, o Salvaguarda é ativado.
Admito que não me identifiquei muito com histórias de
terror envolvendo robôs até ler o arco "Salvaguarda" do Batman de
Chip Zdarsky e Jorge Jiménez. Não é que eu não tenha gostado, eu simplesmente
não entendia por que as pessoas tinham tanto medo de robôs. A
história de Zdarsky e Jiménez, no entanto, mudou tudo isso para mim.
Ao contrário de muitos inimigos do Batman, o Salvaguarda
não pode ser racionalizado. Não há um núcleo emocional, humano, ao qual apelar.
Ele nem sequer tem um rosto. Um momento que me arrepiou foi em Batman #127, quando Salvaguarda arrasta suas garras sobre uma
pintura de Thomas e Martha Wayne, desfigurando-os. O robô também faz um som de
"chk" toda vez que fala, nos lembrando tanto de sua natureza mecânica
quanto de sua capacidade de funcionar de forma independente. As imagens de
Jiménez do Salvaguarda andando pela casa do Batman nos fazem sentir como se
estivéssemos presos lá dentro com o robô, nos escondendo dele enquanto o
observamos invadir a casa do nosso herói. Eu posso não ter tido medo de robôs
antes de ler “Salvaguarda’, mas certamente tive depois que terminei de ler.
[O arco Salvaguarda foi publicano no Brasil em Batman (5º
série) edições #1/83 até 5/87, entre fevereiro e junho de 2023]
2º - Homem Invertido
De vez em quando, você se depara com um personagem tão perturbador de se olhar que para e se pergunta de onde ele surgiu, só para perceber que, na verdade, não quer saber a resposta. É o Homem do Mundo Invertido, talvez o maior inimigo da Liga da Justiça Sombria.
A Liga da Justiça Sombria já é uma das equipes mais
poderosas já reunidas no Universo DC. Eles têm Zatanna, Mulher-Maravilha,
Monstro do Pântano, Senhor Destino, John Constantine, Detetive Chimp e o
Morcego Humano. Mas o Homem Invertido é a magia encarnada. Ele é capaz de
distorcer a realidade, e sua magia é alimentada pela Fonte — a mesma coisa que
torna os Novos Deuses tão fortes.
Qualquer coisa que seja alimentada pela Fonte e que também tenha
um rosto invertido e sem olhos é algo que eu nunca preciso ver na vida real. Se
eu visse um cosplayer do Homem Invertido, provavelmente andaria na direção
oposta.
[O confronto entre a Liga da Justiça Sombria e o Homem
Invertido, pode ser lido em Liga da Justiça Dark #1, Panini, setembro de 2019]
1º - James Gordon Jr.
Todos nós confiamos no Comissário Gordon. Até mesmo alguém tão paranoico e traumatizado como Batman confia em Jim. Mas o filho de Gordon, James Gordon Jr., é profundamente perturbador pela maneira como ele distorce nossa relação de confiança com sua família. Como detalhado no soberbo Batman: The Black Mirror, de Scott Snyder, Jock e Francesco Francavilla, James Gordon Jr. retorna a Gotham após anos afastado do resto de sua família, resultando em uma das histórias mais assustadoras do Batman já contadas.
Sempre houve algo de estranho em James Jr., desde
criança. Ele realizava vivissecções em animais, se fantasiava de Coringa no
Halloween e provavelmente desempenhou um papel no desaparecimento da amiga de
infância de Barbara Gordon, Bess. Isso porque, ao contrário do resto da família
Gordon, James Jr. é um psicopata com tendências violentas. Não há explicação
razoável para seu comportamento perturbador, mas, por outro lado, não há
explicação razoável para que alguém como Jim Gordon e sua filha Barbara continuem
sendo pessoas tão boas em um lugar tão podre quanto Gotham City. O que é tão
assustador em James Jr. é que ele revela como tomamos as ideias de
"lar", "segurança" e "família" como certas. Nos
sentimos seguros com a família Gordon porque passamos muito tempo com eles ao
longo dos anos nas histórias do Batman. Mas familiaridade não é sinônimo de
segurança, como James Jr. está tão ansioso para revelar.
[Batman: The Black Mirror, publicado no Brasil em DC Deluxe:
Batman – O Espelho Sombrio, Panini, agosto de 2021]
Nenhum comentário:
Postar um comentário