Adaptações:
regras flexíveis ou inflexíveis?
Os problemas da adaptação de
personagens em qualquer sistema de RPG é recorrente e criam grandes debates.
Alguns sistemas mais genéricos, tal como 3d&T ou MM, permitem uma boa gama
de possibilidades, mas mesmo assim não resolvem o problema. E uma pergunta
novamente se faz obrigatória: até que ponto podemos adaptar sem manipular em
excesso as regras?
Tenho uma opinião bem firme com relação
à isso e já postei aqui e no Bardo Acorde matérias sobre isso, mas nunca é
demais retomar o tema.
Na minha opinião RPG é sinônimo de
diversão. Em hipótese alguma podemos engessar um sistema ou nossa diversão. A
adaptação enseja este debate visto que é praticamente impossível adaptarmos
alguns personagens ou cenários sem modificações em regras de qualquer sistema.
Temos que nos lembrar que sistemas são
criados (talvez com exceção do DC Adventures para MM) para algo novo e não para
adaptar alguma coisa já existente e ficar apenas nisso. Nós, como fãs
inveterados, é que procuramos adaptar de tudo para nosso sistema preferido,
seja ele qual for.
Principalmente em quadrinhos e cinema os
personagens são criados com conceitos próprios e nem de longe são cogitados
para o RPG por seus criadores. Esses personagens não são pensados em questões
de equilíbrio ou lógica como muito nos preocupamos em jogos e sistemas de RPG.
Muitas características são ilógicas ou até mesmo irracionais se pensadas em
critérios rpgísticos. Mas quadrinhos e cinema são assim por natureza.
Mas nós insistimos em enquadrá-los (os
personagens) em fichas e mais fichas de RPG pelo simples prazer de exercitar
nossa imaginação ou mente, por amor e pela diversão ao RPG. Mas nesse
‘enquadramento’ nos faltam recursos nos sistemas genéricos para uma perfeita
adaptação. Daí chegamos ao ponto que desejo: o que fazer nesse caso?
Para mim é simples a resposta –
diversão e consenso. Se a adaptação necessitar de ‘adequação’ das regras, desde
que seja de comum acordo do grupo, não há problema. Não podemos imaginar as
regras como dogmas invioláveis, e sim como diretrizes a serem seguidas e
melhoradas ou adequadas.
No momento em que nos impedimos de
realizar alguma coisa em RPG pelo simples fato de que a regra diz que ‘não’ a
diversão acaba. O RPG só evoluiu por causa de sua flexibilidade e das famosas
‘regras de ouro’ que não deixam de ser, em última análise, fuga das regras para
adequá-las às nossas necessidades e resultam em sua evolução.
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