RESENHA:
MegaCity
Quando
soube que seria lançado MegaCity pensei num primeiro momento – “Show... muito
bom!!”. Mas logo depois comecei a me perguntar para que um livro para um
cenário de 3d&T que se propõe como o mais genérico de todos os sistemas. A
resposta era óbvia e só percebi realmente quando comecei à lê-lo. Não se
precisa de um grande motivo para lançar um livro de RPG além de enriquecer as
possibilidades dos cenários ou sistemas. E MegaCity faz ambos.
O
livro foi escrito por Gustavo Brauner, mas nos deteremos no autor mais adiante.
A obra segue a mesma estrutura dos livros anteriores lançados pela editora
Jambô e dedicados ao sistema 3d&T, de Marcelo Cassaro. Tem um ótimo acabamento
com capa em cartão colorido e interior em preto e branco. O formato mantêm-se em
folha horizontal. Mas isso é somente uma descrição do que temos em mãos. Seu
interior é o que realmente nos interessa.
A
intenção do autor foi suprir os fãs com um local próprio para seus jogos e que
facilitasse no reconhecimento do sistema. Desde o lançamento do sistema que fãs
sempre tentaram criar um ambiente só para 3d&T. Muitas adaptações foram
criadas em revistas ou por blogs e sites, mas ainda assim o sistema não tinha
um lugar só dele. O próprio caráter extremamente genérico, cheio de referências
que iam desde a cultura japonesa até o universo dos games dificultava ainda
mais isso.
A
grande ideia do Brauner veio com uma cidade, uma megalópole. Enorme para
comportar a igual quantidade de referências que deram origem ao sistema. Não
bastava criar apenas um esquema onde cada referência pudesse ser associada, era
necessário e imperioso que fosse criado um local para que ‘todas’ as
referências coexistissem. Isso é MegaCity.
A abrangência
do cenário não está restrita à um conceito, mas está espalhada por toda a área
de uma cidade. Ao mesmo tempo nada está esgotado. Ideias foram lançadas e
pinceladas, mas existe muito o que fazer. Uma das coisas que os rpgístas mais
gostam é de criar, e existe muito o que fazer pelo cenário de MegaCity. Ao invés
de cansativas descrições para cada quilômetro quadrado da cidade, existem noções
da dinâmica de funcionamento de algumas regiões conforme sua história e
evolução. Tudo possibilitando que fãs ávidos arregacem as mangas e escrevam e
escrevam (não por acaso que já temos um blog com a promoção para os fãs criarem
o seu bairro em MegaCity).
Para que
isso ocorra sem problemas de excesso de liberdade são criadas algumas regras
básicas conforme o tipo de jogo. Da mesma forma que o sistema é muito aberto,
no sentido de facilidade de adaptação à qualquer coisa, ele precisa de algumas ‘dicas’
para que não haja desequilíbrios ou excessos. Isso é brilhantemente resolvido
pelo autor que ambienta cada ‘tipo’ (ou nível) de jogo em regras e diretrizes
inteligentemente equilibradas.
Outro
ponto que me agradou foi que as novas vantagens apresentadas para adaptação dos
‘poderes’ não tentaram suprir tudo o que existe, mas sim agregar em grandes
grupos para tanto facilitar a criação de personagens quanto para não esgotar o
que existe.
Uma
coisa que me divertiu muito foram as descrições de armamentos. Cassaro sempre
disse que não colocaria uma ‘tabela’ de armamentos em 3d&T... bom, Brauner
chegou perto com ideias e sugestões muito boas.
Comentário
à parte deve ser feito sobre o segmento que fala de criaturas sobrenaturais,
mais detalhadamente sobre vampiros e lobisomens. Achei bárbaras a regras e
sugestões criadas e adaptadas por um fã de Mundo das Trevas, saindo dos simples
kits existentes no Manual Básico e dando corpo e estilo para tipos de personagens
que sabemos que agradam muito à rpgístas.
Mas nem
tudo são elogios. Uma coisa que muito me agradou quando da resenha lançada na
DS foi que ele mostrava como unir e aproveitar o material da Manual Básico
dentro do MegaCity. Mas estranhamente isso não apareceu na obra finalizada. Uma
das coisas que muito tinha me agradado naquela ocasião foi como ampliar
facilmente algumas habilidades para versões super (ideia que eu utilizei na
adaptação dos personagens dos Vingadores para sua versão 3d&T) e de como
transformar quase todas as magias em ‘poderes’. Estranho...
Outra
coisa que senti falta, embora seja um preciosismo meu, foi de um mapa um pouco
mais amplo. O que nos é apresentado no livro é pequeno e mostrando apenas uma
pequena parcela da cidade. Mas quem sabe algum ávido fã não cria um?
Bom...
agora o autor! Brauner tem sido uma grata surpresa no mundo editorial rpgístico
e já disse isso antes. Começando aos poucos ele tem conquistados eu espaço com
talento e trabalho duro. MegaCity mostra exatamente o ponto em que ele está.
Para quem acompanha suas matérias na DS percebe que ele ainda tem muito à nos
mostrar e que seu caminho ainda será de um longo e crescente sucesso.
Sua
escrita no livro mantém suas características básicas. Ele usa uma linguagem
moderna e direta, sem muito floreio, mas exatamente a linguagem que um sistema
como 3d&T merece e que seus fãs esperam. O rebuscado é trocado por uma
sonoridade informativa que deixa a leitura fácil de ser digerida e feita de
forma rápida. Nos momentos históricos ele se permite um pouco mais de floreios,
mas sempre tendo a informação como espinha dorsal. Em poucas palavras podemos
dizer que é o estilo Brauner de escrever.
MegaCity
é uma obra única por ser a primeira para este cenário com esta abrangência, mas
também é importante por ser, com certeza, o pontapé inicial que 3d&T
precisava para ir além do patamar que já tinha alcançado de maior sistema
genérico do Brasil e que com certeza manterá.
Compre
o livro e comprove as muitas possibilidades da cidade e do sistema!!!
2 comentários:
Muito obrigado pela resenha, João! Valeu, mesmo! Que bom que você gostou de Mega City! Fique no aguardo pelos próximos lançamentos! Abração!
Só disse o que realmente achei do teu trabalho Brauner...qualidade, empenho e muito futuro!!!
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